Que tipo de beleza existe no mistério?
É incrível como as pessoas são fascinadas por ele. De certa forma, isso soa um tanto ilógico.
Quanto mais algo se esconde, mais deveríamos nos afastar, certo?Mas não é o que acontece
comigo.
O que a herdeira mais nova da casa dos Linkin tem de tão especial a ponto de fazer uma
dimensão inteira parar para falar dela?Bem eles não falam. Tenho a mais absoluta certeza.
Será que eles sabem?Conhecem seu segredo mais escondido?Talvez não. Talvez seja por eu
não ser um livro aberto como meu irmão ou como minha irmã. Acho que a Dimensão Mística
inteira sabe tudo sobre William e Alice. Mas eu mantenho meu mistério. Até porque... Existem
mistérios muitos maiores. Mistérios tão grandiosos, que deve ser um grande pecado não se
deixar fascinar por eles. Como o mistério das Dimensões.
A Dimensão Mística é a primeira de sete dimensões. Cada uma com suas características. Por
exemplo, na terceira dimensão - a Tecnodimensão -, magia é combinada à tecnologia. Mas eu
sou da primeira. Nós, os Linkins, somos os mais poderosos habitantes da Primeira Dimensão,
talvez, de todas as Dimensões. Controlamos o espaço-tempo, dominamos o controle da
mente, e usamos a magia tipo Sombra. Não existe dia no Reino Linkin graças a uma magia
especial. Ocasionalmente permitimos a luz solar aquecer nossas peles pálidas. Mas existem
outros pálidos além de nós. Os Ashtails usam magia tipo Água e principalmente tipo Gelo. A
maioria deles tem os cabelos naturalmente brancos e olhos cinza ou azul-claros. Às vezes
tenho a leve impressão de que eles são esculturas de gelo ambulantes. Ah, e vive nevando lá,
também. No verão, o sol aparece com uma luz fraca, e em vez de neve, uma chuva gélida. Não
é a toa que nos chamam de “os reinos frios”.
Claro que existem nossos opostos. Os reinos quentes.
Os Crimsons usam Fogo e conseguiram criar armas que utilizam magia como munição. Lá faz
um calor infernal. Claro. O que deveríamos esperar de um reino que fica no meio de um
deserto?Se nós somos reconhecidos por sermos pálidos, eles são reconhecidos pela pele
bronzeada. Uns tem a pele de um tom marrom-escuro tão belo, que me faz repensar a suposta
beleza da minha palidez. Ok. Não vemos o sol com tanta frequência. Se fosse por isso... Existe
sol no reino Drakiman. Eles não têm a pele bronzeada, mas não são pálidos. Deve ser porque o
sol lá não é tão forte. Os habitantes de lá usam Luz e Relâmpago. São muito inteligentes, e são
responsáveis pela distribuição de energia por toda Dimensão Mística.
Vivemos razoavelmente bem. Claro que nem sempre foi assim.
Num passado distante, existia apenas uma dimensão. Todos os antepassados dos habitantes
das atuais dimensões viviam na Dimensão Inicial. Além de nós, os Místicos, havia os
Semimísticos, os Techs, os Aleatórios e os Sem-magia. Mas as coisas saíram do lugar... Muitos
monstros viviam nos arredores dos vilarejos, e de repente, começaram a atacar
descontroladamente. O problema não eram os ataques. O problema era que os Sem-magia
não podiam se defender e estavam sendo mortos a cada dia.
Apesar de serem diferentes dos usuários de magia, eles não eram discriminados. Os líderes das
outras raças se reuniram e tomaram uma decisão: Criar um lugar onde os Sem-magia
estivessem seguros. Mantê-los longe de nós para sempre. Uma dimensão foi criada a partir da
que já existia. Os antepassados da minha família foram incumbidos de cuidar das linhas de
tempo das duas dimensões. Criamos uma história, uma vida pra eles. Assim foi criado o que
chamamos hoje de Dimensão Humana. A Sétima.
Pensaram que tudo tinha sido resolvido. E foi. Mas outros problemas surgiram.
Com o passar do tempo, os monstros ficaram mais fortes. Como se não bastasse, vários
conflitos internos surgiram. O principal líder dos Místicos, Alister Linkin, viu a gravidade da
situação e, com a aprovação dos outros líderes, criou mais cinco dimensões. Primeiro, enviou
todos os monstros para a Sexta Dimensão, depois, dividiram entre si as que restaram. Embora
tenha sobrado uma. Ninguém sabe o que tem nela. Chamamos de Dimensão Atemporal.
Dizem que o tempo não corre lá.
Antes que todos fossem divididos, foi escrito o Tratado da Divisão. Basicamente, ele determina
que os Místicos devem cuidar das outras dimensões, que um de nós deve ser escolhido dentre
as quatro raças para se tornar Príncipe ou Princesa do Tempo. Então Alister nomeou os líderes
de cada raça e nos separou em reinos. Com a magia de cada um, criou a Jóia do Tempo. Ela
seria responsável por escolher que seria o Escolhido. Depois, determinou que cada jovem das
famílias reais que completasse dezesseis anos teria direito de tornar herdeiro ou herdeira da
Coroa do Tempo.
Então,quando o último herdeiro completasse dezesseis anos, aconteceria o Dia da Coroação,
cerimônia onde representantes de todas as dimensões - menos da Sétima, claro - estariam
presentes. Cada herdeiro seria apresentado e, um por um, do mais velho ao mais novo, seria
chamado pra tocar na Jóia. Ela se acenderia para cada um dos herdeiros. Se acendesse apenas
a parte que corresponde ao reino do herdeiro, significaria que ele não é o Escolhido. Se
acendesse completamente, significaria que ele é digno. Digno de governar o tempo. Os
herdeiros mais velhos de cada reino que não fossem escolhidos se tornavam Príncipe ou
Princesa do seu reino.
O último herdeiro que faltava completou dezesseis anos semana passada. Estão preparando
um banquete pra ele neste exato momento. Quer dizer, para ela...
Levanto-me da cama para espairecer um pouco. Dou-me conta de que passei vinte minutos
mofando e olhando pro nada. Meu cabelo ficou meio bagunçado. Ele é liso e escuro,
constrastando com minha palidez. Acho que minha aparência facilita a existência do mistério
que há em mim.
Meus pensamentos fogem de repente quando escuto batidas na porta. Sinto a energia interior
dela. Minha irmã.
- Mikah...
Vou em direção à porta e a abro.
- Alice. Aconteceu alguma coisa? - fito seus olhos verdes, tão diferentes dos meus.
- Só falta você.
Não me admira que ela tenha vindo me buscar. Mesmo sendo um ano mais velha que eu, ela
entende a importância das coisas bem mais que eu. Não que eu não entenda, apenas as
ignoro.
- Minha presença não é necessária. - digo, revirando os olhos - Como se eu fosse me tornar a
próxima Princesa do Tempo.
- Não fale assim... - ela abaixa a cabeça, fazendo com que algumas mechas do seu cabelo
ondulado caiam sobre seus ombros - O papai... Bem, ele gostaria de te ver lá.
Encosto a cabeça na parede e falo:
- Chantagem emocional?
Vou fechando a porta devagar enquanto ela diz:
- Vou te esperar lá.
Nem escuto seus passos. Deve ter usado o teletransporte.
Meu pai foi o último Príncipe do Tempo, antes de morrer na Grande Guerra Mística. Ela
começou com um desentendimento entre ele e Matthew Ashtail, atual Príncipe do Reino de
Gelo, e se espalhou até os Reinos de Fogo e da Luz. Os Drakiman se juntaram a nós. Os
Crimson se aliaram aos Ashtail.
Gosto de chamar essa guerra de “Guerra da União Oposta” porque foi exatamente isso o que
aconteceu. Uma união de reinos opostos contra outra. E todos tinham certeza que nós iríamos
ganhar. Quer dizer, ganhamos. Mas eu, com dez anos, Alice, com onze e William, com catorze,
perdemos nossos pais. A esposa de James Crimson, Príncipe do Reino de Fogo, e a Princesa do
Reino de Luz, Melissa Drakiman, também morreram.
Agora, o Dia da Coroação se aproxima. O primeiro em vinte e três anos. Em quinze dias, todos
os Místicos estarão na Ilha Neutra, um território que não pertence a nenhum dos reinos. Você
pode ver pessoas de todos os reinos nela. Eu costumava brincar lá. Antes de tudo mudar.
A coroação não me deixa nervosa. Na verdade, fico extasiada ao pensar que William será o
Escolhido. É o que todos querem. Ele já nasceu pra isso.
Eu amo meus irmãos, mas William é especial. Ele consegue tirar gargalhadas de mim. Quando
olho pra ele, dá um pouco de inveja. Cabelos castanho-claros ondulados que chegam até a
nuca. Como os do meu pai. Os mesmos olhos verdes da minha mãe. Grandes. Enigmáticos. A
pele maravilhosamente pálida. Pelo menos ele parece ser meu irmão.
Sinto uma pertubação na minha energia. Sim. Ele está tentando entrar na minha mente.
Resolvo entrar na brincadeira.
- Não adianta. Eu nunca desfaço meu bloqueio mental - digo.
Procuro-o pelo meu quarto. Não o acho. Técnica de Invisibilidade. Claro. Estamos falando de
William Linkin.
- Só queria chamar sua atenção. Nossa... - sua voz ecoa pelo quarto - Você está linda. Mas por
que seu cabelo está desarrumado?
-É que eu adoro deitar na cama pra ficar pensando no nada. Onde está você? - pergunto, um
tanto animada.
- Tente me achar...
Se alguém consegue me fazer sentir como uma garotinha de cinco anos, esse alguém é
William. Tento achar algum vestígio da sua energia interior, inultilmente. Mas ele não
consegue esconder cheiro delicioso do perfume amadeirado que ele usa. Concentro um pouco
de energia na mão, fazendo com que uma pequena esfera negra apareça nela, e saio andando
pelo quarto como se não soubesse onde ele está.
- Admita que minha Técnica de Invisibilidade é demais para a sua limitada compreensão - ele
diz.
- Rá, rá. Perdoe minha ignorância, grandioso Príncipe do Tempo - aponto a palma da minha
mão para a janela e solto uma Esfera Sombria - Mas talvez devesse evitar o borrifamento
excessivo de líquido aromático.
Ele desfaz a invisibilidade e se desequilibra ao tentar desviar da minha esfera, caindo da janela.
Considerando que meu quarto é um dos mais altos do Palácio da Noite, bem, ele vai se
machucar feio.
- Oh, céus! William! - corro para a janela a tempo de segurá-lo com minha telecinesia. É. Os
Linkin também fazem isso.
Puxá-lo de volta não é tão difícil, porque ele é meio esbelto. Jogo ele no chão do quarto, meio
irritada.
- Que droga de ideia foi essa? - pergunto.
- Sorte que você foi muito bem ensinada - ele tem a ousadia de rir enquanto fala - Bem,
obrigado. V
Jogo-me na cama e bufo antes de dizer:
- Desde quando você está aí?
- Eu sabia que Alice não iria te convencer. Então, depois que ela saiu... - ele bota as mãos nos
bolsos da calça social preta e senta na cama - Acho que precisamos conversar.
Normalmente, William não fala que “precisamos conversar”, e isso significa mais chantagem
emocional. Pego o travesseiro e o pressiono contra meu rosto.
- Por favor, você também não - minha voz sai meio abafada por causa do travesseiro.
- Eu sei que você ainda se sente triste pelo o que aconteceu com nossos pais. Mas hoje é um
dia especial, não se sinta culpada por comemorar. Na verdade, me surpreendi quando te vi
arrumada - ele diz.
Sento na borda da cama ao lado dele e passo a mão no cabelo. Fico alguns segundos em
silêncio antes de responder:
- Eu não devia ter me arrumado - levanto e ando em direção ao espelho enorme que fica na
parede do meu quarto - Fui até a Cidade Norte e encomendei uma roupa diferente. Mas,
admito que estou linda.
Quem pertence à casa real normalmente usa uma “capa”- acho que posso chamar assim,
embora seja meio parecido com um jaleco - por cima da roupa, com o simbolo da Primeira
Dimensão na parte de trás: três círculos - um branco, um azul e um vermelho - dispostos em um formato triangular com um círculo negro no meio. Todos os três círculos de fora se ligam
ao círculo central por meio de linhas. E outras três linhas formam um “triângulo” interligando
os três círculos. Fica legal na capa, mas não é adequado usar em um banquete. E, como eu
seria forçada a ir nele, ao menos queria estar bonita.
William permanece calado enquanto olho meu reflexo. Ele pode até falar pelos cotovelos, mas
também sabe ficar calado quando precisa.
Estou com um vestido preto que chega até os joelhos, e vai justo até a cintura. Tem alças
largas e tem várias camadas de tecido na saia para dar volume. A mais externa é feita de um
tecido estranho - porém, bonito - que a costureira diz ser da Sétima Dimensão. Ela também
disse que há muito tempo, antes da Divisão, uma moça da família dela aprendeu com uma
Sem-magia como fazê-lo. Pensei que falar sobre a Divisão fosse tabu para todo mundo.
Percebo que larguei minhas botas de cano curto embaixo da cama antes de me deitar, antes
de Alice aparecer e antes de William quase me matar do coração quando caiu da janela. Pego-
as e sento na cama para vesti-las enquanto pergunto:
- Já acabou o sermão?
Ele se agacha na minha frente e fala:
- Já, e podemos dizer que o fato do seu vestido ser preto é uma grande sorte.
- Sorte? William, temos que usar preto. Mas a sua camisa... É branca? - faço uma careta. A cor
branca é quase nociva pra mim. Mas
Bom, cada reino tem uma cor - o símbolo da Dimensão Mística explicíta isso - e a nossa é,
obviamente, preta, mas podemos usar cinza e um pouco de branco.
- Ei!Podemos usar um pouco de branco, não podemos? Não me atrapalhe, quero te dar teu
presente - ele tira um cristal do bolso.
Um cristal? Ele o coloca na minha mão e o examino cuidadosamente. Pequeno. Transparente.
No formato de uma lágrima.
- Você sabe abrir portais para subdimensões, não sabe? - ele pergunta.
- Não é o tipo de coisa que ensinam na escola, mas, se eu tiver a chave, sim. Espere um pouco.
Você criou uma subdimensão?
- Sim. Eu não sou incrível?
Pelo visto, o susto de cair da janela não o mudou em nada.
- Lembra daquilo que o papai dizia sobre cristais?
-Sim... - abro um leve sorriso - "Nunca se esqueçam, cristais são sinônimo de versatilidade".
- É.
Ele ri um pouco, mas de repente, fica meio sério. Definitivamente não sou a única a sentir falta dele.
- Então, vou tentar.
Uma vez, meu pai me ensinou a abrir portais para subdimensões. "Concentre o máximo de energia que puder na chave". Cubro o cristal com as mãos e concentro toda minha energia interior nele."Mantenha a energia estável. Caso contrário, um portal do tempo vai se abrir, e isso seria problemático". É um pouco complicado estabilizar uma grande quantidade de energia, mas depois de torna cômodo. "Quando se sentir segura, libere a energia como se estivesse abrindo um círculo" Fecho os olhos ao pensar nas palavras dele e faço o que ele disse.
"É assim que se abre um portal para uma subdimensão, meu amor..."
O quarto se ilumina com uma luz um pouco forte, e um portal não muito grande surge diante de nós. Olho para William e ele parece estar orgulhoso.
- Nossa! As vezes, você MW enche de orgulho - ele diz enquanto bagunça meu cabelo.
-As vezes? - pergunto.
- É, só as vezes - ele responde e nós caímos na gargalhada.
- Por que você não experimenta colocar a mão dentro do portal? - ele sugere
- Pro seu próprio bem, espero que não seja uma pegadinha - olho pra ele de um jeito assustador.
- Se for uma pegadinha, você pode me empurrar de volta lá pra fora, e não precisa me puxar de volta.
Ponho minha mão no portal, um pouco receosa. Digamos que eu não seja a pessoa mais corajosa do mundo.
Sinto algo dentro do portal e puxo com as duas mãos. Uma caixa. Puxo-a e espero que William me diga alguma coisa.
- Bom...- ele fecha o portal e guarda o cristal no bolso - Abra.
A caixa é preta com detalhes brancos, e tem um laço na tampa. Coloco-a na mesa que fica do lado do espelho e levanto a tampa. Sobre uma almofada de veludo azul-marinho, estão duas luvas pretas cuidadosamente dobradas. São do tipo que vão até acima dos cotovelos. Mas o comprimento não importa, o fato é que eu já vi essas luvas em algum lugar.
- Sabe, essas foram as luvas que a mamãe usou no dia em que anunciaram o casamento dela com o papai para o povo.
Quando William me diz isso, automaticamente me lembro do quadro enorme que está num dos corredores do palácio. Eram as luvas dela. Estou segurando as luvas da minha mãe.
- Ela era da nobreza, não era? Antes de se casar com papai? - pergunto.
- Sim, por isso ela já era bem conhecida no reino. Ouvi dizer que o povo comemorou por uma semana quando anunciaram o casamento. Foi aproximadamente nove meses depois da coroação do papai - ele pega uma das luvas enquanto diz.
- William, pode me ajudar a colocar? - pergunto.
- Claro.
Quando ele termina de me ajudar, nós dois olhamos no espelho, e eu observo cada detalhe nosso. Eu, com meu vestido, as luvas e as botas. Meu cabelo está desarrumado, já que William não para de bagunçá-lo. Vou apenas pentear e deixar solto. Estou bonita, mas William está simplesmente lindo. A camisa social branca tem botões pretos e as mangas estão dobradas até a metade do antebraço. Caiu bem com a calça social preta. Os sapatos pretos. Tudo em harmonia. Seguro o braço direito dele e encosto minha cabeça nele.
-Somos tão parecidos com eles, não somos?
Ele balança a cabeça. Sou completamente a cópia da minha mãe, a não ser, claro, pelos olhos castanhos que são do meu pai. William parece muito com o papai e é alto como ele. Até hoje sinto dificuldades para abraçá-lo. Pelo menos Alice é a mistura certa entre o papai e a mamãe.
Ainda não consegui descobrir se parecer tanto assim com eles é uma benção ou uma maldição. Prefiro continuar sem saber a resposta.
- Posso pentear seu cabelo? - ele pede.
- Quer fazer tudo por mim hoje, não é? - digo, sorrindo com o canto da boca.
Ele sorri e vai até minha penteadeira e pega minha escova. Continuo em frente ao espelho, e ele fica atrás de mim, passando a escova em cada centímetro do meu longo cabelo. Quando ele termina, nós dois sabemos que temos algo a fazer.
- Se você não quiser ir, eu posso-
- Não. Eu consigo. Eu quero fazer isso - respondo antes que ele termine de dizer.
- Quer ir andando ou... Teletransporte? - ele diz de uma maneira animada.Quando se trata de teletransporte, William volta a ter 12 anos.
- Sem querer cortar seu barato, mas, eu prefiro ir andando - digo.
- Chata.
Saímos do quarto. O Palácio da Noite, como é chamado o palácio do nosso reino, é excepcionalmente grande, em comparação aos palácios dos outros reinos. Os corredores são bem interessantes, brancos com detalhes pretos, porque se fossem pretos, nós não enxergaríamos nada. Existem quadros com os antepassados dos Linkins por todos os lados.
Dois mil e vinte anos de linhagens puras. Quarenta e sete herdeiros coroados, e meu irmão se tornará o quadragésimo sétimo da casa Linkin a ser coroado desde a Divisão.
Mas, e se não for ele? E se for alguém da casa Ashtail? E se ocorrer uma nova guerra? E se tudo mudar de repente? Seria uma reviravolta e tanta.
Estamos chegando perto das escadas que levam ao salão principal do palácio. E, de repente, sinto uma explosão de energias familiares. Uma em particular, diferente, mas reconhecível de longe. Meu coração estremece. De felicidade, ou paixão, talvez.
William pega na minha mão antes de chegarmos no primeiro degrau.
- Pronta?
Assinto com a cabeça.
Estou mais do que pronta. Aconteça o que acontecer daqui a quinze dias.
Estou pronta.
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TIMELINE
Fantasy"Talvez, seja questão de 'acaso', ou de 'destino'. Mas sabemos o que significa na realidade. Temos o tempo nas mãos, literalmente, mas ele foi capaz de bagunçar as linhas do tempo com um simples 'oi' ". Faltando 15 dias para a coroação do novo Prín...