seguir em frente? /Nath e Lucas.

2.8K 268 5
                                    

Nath:

Parece mentira o que vou dizer, mais faz um mês que não vou a escola,  a única coisa que faço é comer, por causa do bebê e minhas higienes, do contrário  ficaria em minha cama quietinha, minha mãe tem medo de eu me aprofundar em uma depressão, eu sei que está sendo difícil para ela me ver assim, mais eu não consigo, toda vez que fecho os olhos as lembranças do maldito dia da humilhação na frente de todas as pessoas da escola me invade,  eu durmo e ouço ele dizer que não me ama que queria só sexo.

Eu preciso de forças para passar por essa situação, minha mãe disse que a Isa  veio, quer falar comigo, a proibi,  de me dizer qualquer coisa que tenha a ver com Lucas, eu não quero saber dele muito menos está próxima, preciso de um tempo sozinha.

Infelizmente não posso mais fugir, tive uma semana atestada pelo médico, mais essas três que faltei minha mãe conversou com o diretor, só me acarretou trabalhos para recuperar as faltas, e não reprovar.

Me levanto da cama faço minhas higiene, o bendito enjôo matinal  não melhorou a médica diz ser normal.
Coloco uma calça jeans confortável e uma regata preta, aplico somente meu baton, coloco meu tênis, deixo meus cabelos soltos, pego a mochila e desço, minha mãe me aguarda com um chá matte por incrível que possa parecer é o único que fica em meu estômago de manhã, tomo tudo e a aguardo.

Já no carro a caminho do colégio sinto, os arrepios e o medo me dominar, sinto vergonha, eu não quero que saibam da minha gravidez, começo a esfregar as mãos e as minhas pernas ficam tremendo, minha mãe já conhece os meus sinais de nervosismo.

Carla: Nath chegamos, quando for o horário de saída, estarei aqui para te buscar.

Nath: Mãe eu tô com medo.

Abaixo meu olhar, me viro encarando o colégio os alunos aglomerados a frente, outros conversando no celular.

Carla: Minha linda olhe para mim, você tem que superar e terminar os estudos.

Nath: Eu sei, é que  e se caçoarem de mim?

Carla: O melhor tapa na cara desses tipos de pessoas é ignorar, faça isso é eles vão parar.

Nath: Bom vou indo até mais tarde.

Saio do carro, abraço minha bolsa e caminho em direção a entrada, todos que estavam em seus grupos ou fazendo algo, param eles me olham, e ouço os burburinhos uns apontam, outros sorriram, olhares de pena.

Meu Deus, eu não acredito.

Sigo meu caminho, não tenho interesse em ficar no pátio esperando o sinal tocar, entro na sala e vejo o lugar que me sentei, lembrando que Lucas ficava logo atrás de mim, tudo está vivo em minha memória parece que foi ontem que estávamos juntos, curtindo cada momento, nosso namoro, mais só são lembranças que vou esquecer, saio de meus devaneios e sigo adiante me sento no outro canto da sala em frente às janelas, me afasto de todos e fico em meu mundinho.

Todos alunos entram na sala ouço os burburinhos, as chacotas, os ignoro, foi difícil manter meu olhar somente a frente, eu sentia  os olhos dele me observando, cada gesto meu.

O sinal toca indicando o intervalo não queria sair, mais preciso comer,  saio da sala o mais rápido possível vou a lanchonete peço um lanche natural com um suco de limão e como divagar, mas mesmo assim não deu certo, corri em direção ao banheiro e me joguei em frente a privada e vomitei tudo, já estava fraca quando senti mãos me ajudarem.

Me viro e dou de cara com a Isa, ela me abraça e choro baixinho, esses hormônios vai acabar comigo, achava ser exagero mas o bendito existe.

Me levanto lavo a boca e a agradeço.

Consequente Aposta (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora