Kiss Of The Death

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(Beatriz)

  Decidi que hoje ainda não é o momento, mas nós combinamos que na festa da Perrie ela estará lá e contará tudo para a minha irmã. No final da festa para que ela aproveite tudo.

   É melhor assim. As coisas já estão loucas o bastante agora. 

  Me despeço da minha vó e nego a sua carona. Eu preciso andar um pouco e pensar em tudo o que aconteceu e que está acontecendo. 

   A cada passo que dou o vento vem com uma intensidade diferente, parecendo ainda mais forte do que antes. Puxo o ar e deixo-o escapar pela boca, fazendo um arzinho frio.

  Engulo a seco e abraço os meus próprios braços.

   Meu telefone toca. É o Louis. Droga! Eu devo estar muito atrasada.

-Bia? -Atendo.

-Louis. Desculpa, eu estou a caminho.

-Bia, não! Não venha para cá! -Ele grita desesperado. Arregalo os olhos.

-Louis, onde você está? -Ouço barulho de correntes sendo arrastadas, mas nenhuma resposta de Louis.

-Se quiser que seu amiguinho viva, então venha o encontrar. -Uma voz grossa diz. Eu já ouvi esta voz antes, mas não lembro quando ou onde. 

-Onde? Como? 

-Você já irá saber. -A ligação é encerrada.

   Olho para os dois lados ainda em choque. E do nada uma criança surge na minha frente. Seus olhos são totalmente pretos. A garotinha me estende um papel branco e continua o seu caminho.

    Quando me viro para trás, ela já não está mais aqui.

 Minha respiração falha então. Isso só pode ser brincadeira. 

   Para a minha sorte um táxi passa bem na hora que eu mais preciso. Aceno e ele logo para, entro no carro e lhe dou o endereço.

-A senhorita tem certeza do endereço? -Ele me olha sério.

-Sim, não...quer dizer, tenho. Nós só precisamos ir muito rápido. Por favor! -Imploro. O homem parece entender o meu lado. Sem mais perguntas, ele simplesmente sai rapidamente com o carro.

     Minha mente processa muitas coisas ao mesmo tempo. O que pode estar acontecendo agora com Louis? A não ser Drake e Will...quem poderia os machucar? 

   Aquela voz..

     Forço a minha mente para tentar recordar-me dele, mas tudo é em vão. Meus pés batem no chão freneticamente. Meu coração falta sair pela boca. Sinto que a qualquer momento terei um ataque cardíaco. 

-A senhorita está bem? -O taxista me olha pelo espelho.

-Isso não é sobre mim, senhor. Não importa se eu estou bem, entende? -Abaixo a cabeça e aperto a minha unha na pele. A dor parece não estar presente aqui. Paro de apertar ao sentir o líquido quente escorrer por minha perna.

   Droga! 

O carro para na frente de um velho galpão enorme. Isso deve ter uns quatro andares. 

-Tem certeza que quer que eu a deixe ai? -O taxista me olha preocupado.

-Tenho sim. Muito obrigada. -Estendo-lhe o dinheiro. Ele me olha e entorta os lábios, não aceitando o meu dinheiro.

The Killer/ EM CORREÇÃO/Onde histórias criam vida. Descubra agora