Como fui parar no "ki mulek"

74 7 0
                                    

Pois é , meu nome é Lucas e hoje estou com 22 anos. Mas vamos voltar sete anos.
Tudo começou quando me mudei pra um bairro longe da escola onde estudava. (Nome da escola GRILLO)
E tive que vir morar com meu pai, que é separado da minha mãe. Mas não vem ao caso. Ele tinha um pandeiro velho e muito ruim por sinal, e toda vez que meu pai "Jair" chegava do trabalho eu estava no sofá que nem um tonto batendo naquele pandeiro .
E meu pai muito atencioso e carinhoso numa tarde pegou o pandeiro da minha mão e disse com toda arrogância do mundo:
- é assim que se toca.
Eu que sempre fui um chorão, quase chorando assisti a exibição de merda que ele fez.
Depois de ele terminado peguei o pandeiro e o guardei.
E a partir deste dia , sempre que se aproximava a hora dele chegar eu guardava o pandeiro. Mas ainda assim ,continuava "tocando" se é que posso dizer que aquilo era tocar.
Passado esse ano todo o ano de 2009, eu fui despachado novamente para casa da minha mãe, pois repeti de ano na escola. E eu nem era o pior aluno da sala, mas era embalista, e vocês sabem que "quem vai no embalo é bosta".
Retornando assim para o Santa Fé, bairro da Lena minha mãe, comecei a estudar no Francisco Mariano no novo horizonte novamente no 1° colegial. Lá virei notícia pois era um bairro pequeno e meio longe de outros bairros à não ser do Santa fé. No início foi muito difícil , se adaptar ao pessoal meio mal encarado, alguns moleques com cara de bandido. Tinha um lá , o Wilson que tinha 15 anos com cara de 35 , mas tem outro fato mais importante sobre ele que irei contar depois.
Enfim , na nova escola eram muitas regras , não podia ir sem uniforme, de bermuda, de chinelo e a pior parte pra mim : NÃO PODIA IR DE BONÉ.
Meus pais são baianos e agora imaginem o tamanho da minha cabeça , parece uma caixa d'água de 1000 litros.
Queria mudar de escola,  não suportava aquele lugar ,mas aos poucos foram se acostumando com o tamanho do meu "pote".
Conheci um menino chamado Christian,  que viria a ser um divisor de águas na minha vida,  mesmo sem saber e um amigo também.
Começamos a conversar, ele tinha o mesmo estilo que o meu. Fedia a pagodeiro,  calça colada , pretinho, brincos nas orelhas,  risquinhos no cabelo,  coisas de pagodeiro.
Então...

Sonho de Menino do Menino LucasOnde histórias criam vida. Descubra agora