O Tabernáculo da Eterna Glória

Alma Mater

Há aproximadamente dois mil anos atrás...

    EM UMA CASA MODESTA, na região de Nazaré, vive uma pessoa extremamente singular. Fruto unigênito de Joaquim e Ana, chama-se Maria e fora preservada em sua conceição da mácula do pecado original. Tão veemente e lúcida é sua mente, em compasso com a doçura ímpar que traz em seu espírito; toda a sua vida permaneceu oculta: tão poderosa era sua humildade que, para ela, o atrativo mais poderoso, mais constante, era esconder-se de si mesma e de toda criatura, para ser conhecida somente por Deus. Vivia, contudo, com José — um operário digníssimo e honrado.

    No sexto mês, trajado de glória e esplendor, materializou-se instantaneamente no recinto em que Maria se encontrava a compleição física, atlética e robusta do Anjo Gabriel. Mal terminara de ter seu corpo constituído e exclamou:

  —  Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. —  a voz magnânima do anjo soava como um conjunto harmonioso de cítaras e arpas, no entanto, era, porém, demasiadamente assustadora: um reflexo direto da Glória de Deus, que poderia facilmente transcender a sanidade humana. E completou:

  —  Não temas Maria, pois encontrastes graças diante de Deus! —  indagou, confortando-a. Alegremente, o já citado movimentou lentamente o par de asas e conclui:

—  Eis que conceberá e darás a luz à um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó. 

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