Prólogo

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Quem ele achava que era para falar daquele jeito comigo? Tinha vontade de esgana-lo ao sair de sua boca a palavra " perdida".

Olhando bem para o "engomadinho " a minha frente percebi que não era de se jogar fora. O analisei por completo, por baixo daquele terno parecia ter um corpo definido, atrás daqueles óculos haviam olhos castanhos bonitos. Tive vontade insana de rasgar sua blusa social, tirar aqueles óculos para olhar melhor seus olhos e por fim bagunçar seus cabelos perfeitamente alinhados.

- Por quê está me olhando assim? - O vi ficar tenso.

- Assim como? - Arqueio a sobrancelha.

- Você sabe. - Aperta forte a bíblia em suas mãos. - Eu vi em seus olhos o que pensou. - Ele estava desconcertado com meu olhar, era nítido.

Umedeço meus lábios e o fito de forma desafiadora - E o que eu pensei?

- Não cogite isso, eu só estou aqui para tentar mostrar o caminho certo. - Disse com firmeza.

Reviro os olhos e bufo impaciente - Garoto a única coisa que cogitaria em relação a você: é passar com um trem em cima. - Dou de ombros. -  E saia da minha frente, vá caçar jerimum na lua ou plantar limão no fundo do oceano atlântico.

Pleno domingo de manhã e eu já estava irritada, era isso que a presença do pastelzinho me causava. 

A Dona do Morro & O Filho do PastorOnde histórias criam vida. Descubra agora