Cap.133

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Dois dias depois...

Ju

   Esse é o pior dia da minha vida, eu já sabia que isso ia acontecer mais não estava preparada para isso, desde ontem que eu recebi a notícia eu não consigo dormir, eu não consigo botar minha cabeça no travesseiro, passei a noite em claro, sem fechar os olhos, fiquei noite toda deitada na cama de olhos abertos, segurando nas mãos uma correntinha que ela me deu antes de morrer, lágrimas rolavam em meus olhos sem parar, eu não conseguia parar de pensar nela, e nas últimas palavras dela. Eu não tinha noção do tempo, percebi a claridade entrando no meu quarto e ouvi alguém batendo na porta, em seguida abram a porta e era minha tia.

Tia Verônica: Julia, daqui a meia hora nois vamos sair, você precisa se arrumar...-disse com os olhos meio inchado, mais isso é de tanto chorar.

    Eu somente assenti com a cabeça e ela saiu em seguida, eu com muito custo, levantei da cama e fui até o banheiro, tomei um banho demorado, e quando sai vesti um vestido preto, botei uma sandália fechada preta, e não passei maquiagem, até porque seria idiotice. Depois de já está arrumada, eu botei um óculos preto na cara, peguei a correntinha e sai do quarto em seguida.  Assim que desço meus tios já estão a minha espera, eles tentam fazer com que eu coma alguma coisa, mais eu não conseguia comer nada.
    Então nois saimos de casa em seguida, entramos no carro e eles deram partida para a capela aonde estava sendo o velorio, mais não será por muito tempo porque daqui a uma hora será o sepultamento. Eu já estou na casa da minha tia há dois dias, eu vim pra cá antes mesmo da morte da minha mãe. Ontem eu tentei ligar várias vezes pro Pl, mais só dava caixa postal, tentei ligar para as meninas também mais não conseguia. E o que eu mais estou precisando nesse momento é da força deles. Então eu mandei uma mensagem pro Pl, avisando o que aconteceu e pedindo para ele avisar as meninas.
   Depois de uns dez a quinze minutos nois chegamos na capela, assim que desci do carro alguns familiares vieram até a mim para me abraçar e me dar os pêsames. Eu fiquei parada por alguns minutos na porta pois eu não conseguia me aproximar do caixão, minha ficha ainda não tinha caído, dali dava pra se ver um pouco e só de olhar dali minhas pernas ficavam bambas. Eu me afastei um pouco da capela e fiquei sentada na calçada, de cabeça baixa e abraçada a minhas pernas. Eu chorava ali sem parar até que sinto alguém me abraçar,levanto minha cabeça e quando olho para ver quem era, era o Pl.

Pl: Eu vim assim que vi sua mensagem, ontem teve um confronto lá no morro e por isso eu não atendi suas ligações, eu avisei as meninas daqui a pouco elas devem esta chegando aqui. -disse ainda abraçado a mim.

Ju: Amor eu não sei se eu vou suportar essa dor, eu nao consigo nem me aproximar do caixão...-disse entre o choro.

Pl: Eu vou com você...-disse levantando.

    Eu levantei também, ele me abraçou de lado e nois entramos na capela. Se aproximamos do caixão, e fizemos a despedida e pela primeira vez eu vi o Pablo chorando, lagrimas rolavam pelo rosto dele sem parar. Alguns minutos depois quando todos menos esperava, meu pai chega ali, ele se aproxima de mim de cabeça baixa, me abraça e só me diz as seguintes palavras: Filha, me perdoe por tudo, eu te amo...
    Abraçado a mim ele chorava muito, e quando chegou ainda mais perto do caixão ele desabou ali, passou até mau e foi levado para o hospital pelo meu tio.

    A hora do velório já tinha se passado e chegou o momento do sepultamento, o momento mais triste. Quando estávamos indo em direção a o cemitério as meninas chegam, elas me abraçam e me desejam os pêsames. Todos fizemos a última despedida e em seguida eles foram colocando o caixão na gaveta, foi ai que minha ficha começou meio que cair, eu comecei a me tocar de que eu nunca mais vou ver minha mãe. Eu já estava sem forças, só veio em minha mente momentos da minha mãe sorrindo, e meio que ouço a voz dela dizendo que de onde ela estiver, ela estará cuidando de mim. Depois disso eu sinto meu corpo mole e vejo tudo escuro.

Pl

    Depois do desmaio da Ju, eu peguei ela no colo e sai dali levando a mesma até o carro do tio dela. Fui no banco de trás com ela e os tios foram no motorista, em seguida ele deu partida indo em direção a casa deles, mais no caminho mesmo a Ju acordou e estava muito fraquinha, quando chegamos na casa, demos um pouco de água com açúcar para ela beber e em seguida a tia dela foi preparar alguma coisa para ela comer.

Pl: Toma um banho morno lá e depois você desce pra comer...

Ju: Eu só quero fechar meus olhos, e quando acordar perceber que tudo isso é só um pesadelo.

    Eu não disse nada apenas respirei fundo e dei um abraço nela. Quando saimos do abraço eu convenci ela a subir para tomar um banho, enquanto ela se banhava eu fiquei no quarto esperando ela. Quando ela saiu do banho, nois descemos porque o almoço já estava pronto e ela precisava comer.
   Com muito custo ela comeu, e depois de comer eu subi com ela para o quarto, deitei a cabeça dela no meu colo e fiquei acariciando a mesma até ela pegar no sono, mesmo depois dela pegar no sono eu fiquei ali com ela por um tempo, depois eu dei um beijo na testa dela e sai do quarto. Me despedi dos tios dela e peguei meu rumo indo em direção a o Helipa, assim que cheguei lá eu fui direto pra boca,  e só tava o Kauan lá.

Kn: Pow mano fiquei sabendo da morte da mãe da Ju, pow pedrada hein mano...

Pl: Me lembrou dá morte da minha mãe mano...-disse me sentando de frente pra ele.

Kn: É predada quando se perde alguém que tu ama, quando aquele nosso parceiro morreu foi uma dor cruel,  a pior dor é a dor da perda...

Pl: Pode pa...

Kn: Tu deve tá cansado pra caralho mano, então vai pra casa, descansa e só volta quando tu já tiver melhor...

Pl: Mais eu tenho que te ajudar na fita dos caras ai...

Kn: Precisa não mano, a Alice já tá resolvendo uns negócios e daqui a pouco ela vai encostar aqui pra me ajudar.

Pl: Tá bom, mais e os caras que caíram?

Kn: Então foram cinco, dois daqui e três da vila, depois dessa fita ai dos cana, nois vamos organizar um resgate...

Pl: Fechou então. Valeu ai pela folga mano...-disse fazendo um toque com ele e sai em seguida.
  

    Fui pra casa e assim que cheguei em casa eu fui direto tomar um banho, quando sai do banho eu fui pro quarto, cai na cama e fiquei olhando pro teto viajando nos pensamentos até pegar no sono.

[...]

A.D.M ♧ Nova Geração♧ IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora