Capítulo 1

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Era uma manhã muito nublada, chovia um pouco, até o carteiro passar. Minha mãe correu sem se preocupar com a chuva, e pegou as cartas que havia chegado. Procurando uma bastante importante – para ela.

Tocou o sininho que avisava que estava pronto algo que cozinhava no forno, ela soltou as cartas na mesa e saiu. Eu peguei então as mesmas da mesa e comecei a procurar uma carta com o broche Azul, a cor do reino.

Corri com a carta para o meu quarto, para fingir que não havia ganhado. Não queria mesmo ir para aquele lugar. Quando entrei em meu quarto tranquei a porta e comecei a abrir a carta para poder ler.

Dizia: "Cara Aisha, viemos por meio de esta carta comunicar a senhorita que fora uma das dez escolhidas a ficar por um ano com o príncipe, ou melhor, o próximo rei. Parabéns!"

Foram somente estas palavras que me fizeram odiar o meu país, bem, pelo menos não vou. Guardei a carta dentro da gaveta onde minha mãe nunca ousaria mexer e desci novamente para a sala. Minha mãe estava sentada com o olhar choroso, fiquei com um pouco de dó, mas não era o que eu queria, ela nunca me ouviria se eu tocasse nesse assunto.

Mas ao contrário, ela se orgulharia de mim e eu seria infeliz. Sabendo que não poderia separar. Ela com certeza encheriam a minha cabeça com a idéia de: "Filha é o príncipe, quem não iria gostar de casar com ele? Até alguns meninos iriam querer!" uma baboseira de fato.


Liguei para as minhas amigas, Marli e Jessie, elas falaram que seria uma grande oportunidade, e elas também iriam, mas eu não ligava quando saia da minha cabeça que eu não queria ir, não estava pronta para isso. Talvez em um futuro próximo, eu mandaria minha filha se eu tivesse, para ir, ou não.


Fiquei a tarde toda enfornada em meu quarto, até enfim minha mãe apareceu de um jeito manhoso e deitou ao meu lado. Não sei se era o certo, apenas sorri. "Mãe eu não quero ir!"

"Você nem foi classificada." ela fala de um jeito grosseiro, reviro os olhos. Queria a ver feliz então tinha que fazer. Levantei-me da cama e abri a gaveta, entreguei a carta para ela, olhava curiosa e sorriu, mas logo desfez o sorriso. "Quis me esconder isso, por quê?" era óbvio.

 Sentei ao teu lado e sorri cansado, meu corpo não estava tão erguido. "Quer que eu seja sincera?" ela assentiu. "Não quero ir mãe, eu não gosto destas coisas e a senhora sabe muito bem disso!" exclamei e ela me olhava desapontada. "Você pode até falar, 'minha filha, é o príncipe, sorte que ele só classificou dez garotas porque de mil só dez foram as sortudas' e esses blábláblá, que você sempre fala, mas eu pouco me importo, não quero ir..." falei tudo que eu queria e ela apenas sorriu.


"Agora mesmo que você vai!" ela exclamou e eu revirei os olhos, acho que ela só ouviu a parte que eu não falei. Isso que eu detestava na minha mãe, além de amá-la muito, havia algo que fazia ficar com um pouco de raiva dela. Levantei da cama e sai do meu quarto batendo a porta, com certeza ela ficou com uma cara de tacho, sai de casa e comecei a andar.

Meus fones estavam no meu bolso – pelo menos isso – conectei os fones no meu celular e fiquei andando e ouvindo 'Alone' de alguma forma muito absurda eu me identificava com aquela música. Devia ser porque meu pai havia morrido um ano atrás, e ele era como o meu céu, como a minha felicidade, como a minha vida, e sentia que quando ele foi embora um pouco de mim também foi.


Comecei a cantarolar uma parte da música em meio aos meus pensamentos, chutava uma pedra enquanto andava e parei bruscamente quando vi Gabriel, o que o irmão do príncipe fazia aqui? Logo Ariel apareceu, abaixei a cabeça e sai andando como se eu não tivesse visto nada, tentativa invalida. "Ei você ai garota!" essa era a voz terrivelmente grossa de Gabriel. Parei e observei seu rosto. "Não conte a ninguém que nos viu aqui!" ele terminou.

Ariel apertou os olhos e me encarou e então depois de alguns segundos demorados ela sorriu. "Cale a boca Gabriel!" ela deu uma tapa no braço dele e se virou para mim completamente. "Aisha, certo?" assenti. "Prazer, Ariel..." ela falou com o sorriso mais bobo de todos.

Sorri para ela e ia tocar meu caminho até ela vim até mim e puxar meu braço. "Olha Ariel, não quero ser grossa, mas tenho muito a fazer, e você cara, é uma princesa, então, por favor!" me soltei dela e fiquei olhando para cara dela.

"Desculpe, Aisha, não me queria incomodar..." ela disse e se virou de costas para mim. Revirei os olhos e continuei a caminhar, meus pés começaram a doer. Fiquei um tempinho andando e pensando sobre eu ter que ir para lá. Isso é muito idiota na parte de muitos, deixa o príncipe se apaixonar por ele mesmo invés dele fingir amar alguém e casar com essa pessoa e ser infeliz.

Cheguei em casa e fui direto pro meu quarto, acho que minha mãe já dormiu, encontrei um bilhete em cima do criado-mudo. Ignorei, e fiz as minhas malas de uma vez...

 



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⏰ Última atualização: Nov 30, 2016 ⏰

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