Capítulo único

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   Sonho de uma noite de verão
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Eren P.O.V
Era por volta de meio-dia e meia do dia 15 de fevereiro.

Estávamos no parque, a brisa de verão batia em seu cabelos negros, igual a noite, e seus olhos cinzas, assim como a mais pura prata, me observavam. Então, desabafando, finalmente disse reclamando.
— Mas, sabe, eu acho que odeio o verão.
Comentava, enquanto acariciava um gato com o pelo negro igual à noite.
Eu apenas te observava, até que de seu colo o gato resolveu fugir, e você, inocente, resolveu segui-lo. Mas assim que alcançou o sinal, ele se fechou igual a sua vida e eu apenas te seguia com a pequena esperança de poder ajudar, contudo o que consegui foi um cenário coberto pelo vermelho escarlate de seu sangue e um gato que me encarava com um sorriso irônico. Repentinamente, tudo começou a se desfazer em uma névoa, quando percebi, o que restava em meus arredores era nada além de escuridão e a fina névoa fria.
Acordei em minha cama, o munda dava a impressão de estar seguindo o fluxo normal da vida, os ponteiros do relógio ecoavam e meu coração palpitava em um ritmo acelerado. Que horas são?, eu me perguntei, ao mesmo tempo que estava em busca do relógio, observei que passava um pouco mais de meia noite do dia 14 de fevereiro, suspirei, tudo passava apenas de um triste sonho de verão.
Era mais ou menos meio dia e estávamos novamente naquele parque no qual tudo aconteceu, o ambiente era o mesmo, porém quando o gato fugiu eu segurei a sua mão e disse:
—Sabe, é melhor pegarmos o outro caminho.
E você apenas me encarou e concordou, saímos correndo em direção à minha casa, só que desta vez, seu fim foi como uma triste melodia, um piano caiu e te esmagou, do mesmo jeito que esmagávamos formigas quando eramos crianças, e a cena se repetiu, seu sangue vermelho vivo espalhado na calçada e aquele maldito gato me encarando.
Novamente acordei, não sabia o que estava acontecendo, só sabia que era de novo 14 de agosto um pouco depois da meia noite e a cada vez que eu tentava te salvar, a cena se repetia, só que com mortes diferentes, uma mais inusitada que a outra e eu não aguentava mais, já estava cansado de acordar sempre no mesmo dia e na mesma hora e saber que seu fim estava próximo, eu só desejava que tudo voltasse ao normal e que você sobrevivesse para podermos seguir nosso futuro juntos e com tudo isso as lágrimas não paravam de traçar seus caminhos de meus olhos esmeraldas, agora quase vermelhos de tanto choro, para o final de meu queixo dourado.
E novamente estava naquele maldito parque, como se minha sina fosse ficar preso nessa incessante fenda no tempo e espaço, toda via, ao invés de aceitar o que estava destinado a mim, finalmente tentei mudar, assim você saiu para correr atrás daquele gato e ia atravessar o sinal que separava nossos futuros, eu puxei a sua mão e me joguei no seu lugar, apenas tendo chance de sussurrar "Adeus, Levi." e ver que o gato estava lá, me encarando, com um sorriso vitorioso em seu rosto, porém eu sabia que tudo não passava de uma falsa vitória.
O belo sangue vermelho vivido que cobria as calçadas não era mais o seu, mas sim o meu... Me perdoe... Levi...
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Era dia 14 de agosto um pouco depois de meia noite e meia, acordei e as lágrimas já desciam minhas bochechas pálidas, meus olhos cinzas estavam vermelhos de tristeza como o sangue que cobria o chão naquele sonho, só consegui sussurrar uma única mensagem.
"Desculpa, Eren, não consegui te salvar de novo."  

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