Menina das cordas vocais cortadas

Menina das lágrimas escondidas

De lágrima no canto do olho
Mais um corte profundo no coração
A menina esconde-se no seu próprio mundo
Habituada está à solidão

Fecha-se na sua mente
Onde pode ser ela própria sem nada recear
Mas quando abre os olhos
A realidade conseguiu-a alcançar

Menina das lágrimas escondidas
Porque silencias a voz do teu coração?
Como podes ser compreendida
Se nunca dás voz à razão?

Menina de tristeza no olhar
Porque te esforças para todos alegrar?
Porque é que não gritas o que sentes?
Porque é que mentes?
Porque é que escondes de todos os teus pensamentos tão diferentes?

Mais um dia, mais uma mentira
Mais uma lágrima a ser contida
Muito se esforça a frágil menina
Para gritar e ser compreendida

Ela não quer seguir o destino
Que lhe foi traçado sem dó nem compaixão
Mas a desilusão no rosto de todos
Tira-lhe a fala, a motivação

Menina molde da tristeza
De onde vem tanta dor e frieza?
Inspiravas beleza, simpatia, esperteza
Agora já não tenho a certeza

Onde está a menina do grito sufocado?
Porque não a encontro em nenhum lugar?
Ouvi dizer que ganhou asas
E que passa os dias a voar

Menina de coração partido
As asas cortaram-te, a esperança também
Foste resumida a um pedaço de vida
Tiraram-te a alegria com que não vivias sem

Menina de lágrimas escondidas
A sombra levou-te, sem pena nem compaixão
Sem sorrir e sem insistir
Fechaste os olhos e deixaste-te ir

Menina fruto da dor
Agora não tens mais medo de viver
Agora podes ser tu própria
Nos céus, os medos não te conseguem prender
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Este será a primeira nota que deixo depois de um poema, a primeira de muitas.

Para os que estão a ler este livro,bem-vindos à mente "obscura" (como diria um colega meu) da menina das cordas vocais cortadas.

Espero conseguir dar voz aos meus pensamentos de maneira clara e inspiradora.

Aproveitem este poema e espero que o apreciem.