Gardênia - A flor do amor secreto

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A manhã ensolarada deixaria de existir a medida que as nuvens pesadas cobriam a claridade, pintando o céu azul com cores mórbidas, a ponto de transmitir calmaria conforme forma o tempo nublado. Sentindo a brisa fria lhe atingir, Sasuke encolheu diante da mudança brusca e buscou pelo celular que retornara a tocar.

─ E aí, cara. Você sumiu - saldou o Uzumaki.

─ Estive ocupado, coisas da empresa - resumiu - Ligou pra que, outra corrida?

─ Os policiais interceptaram o galpão, quase fui pego - riu - Foi animal, cara, parecia filme. Corri pra caralho, precisei trocar as calças.

─ Puta que pariu - resmungou, o sorriso de canto estampou em lábios - Não acredito que perdi. O que o Hyuuga pensa em fazer?

─ Ele disse que tem um lugar aí, uma fábrica abandonada. Acho que fica a uns três quilômetros da saída da cidade, em direção a Kyoto. Vamos lá hoje, tá afim?

─ Pode ser - desviou o olhar do outro lado da rua para dentro da lanchonete e encontrou Sakura sozinha - Preciso desligar, a gente se vê - não aguardou resposta, apenas encerrou a ligação.

Voltou para dentro após guardar o celular no bolso da calça. Sakura parecia inquieta, todavia, cessou quando o viu se sentar a sua frente.

─ Onde está Karin?

─ Ela disse que havia esquecido algo importante para fazer.

─ Você não me parece bem, aconteceu algo? - perguntou após alguns minutos de silencio.

─ Estou bem - terminou com a refeição e esticou a mão para que o garçom trouxesse a conta - Não se preocupe - abriu a carteira e retirou algumas notas. Sasuke segurou o pulso dela, antes que entregasse o dinheiro ao garçom, puxou o cartão platinado.

─ Eu pago - o garçom assentiu, buscou a maquina em seu bolso e passou, para em seguida devolver - O que Karin disse que a deixou incomodada? - reformulou a pergunta.

─ Vocês... São irmãos? - seus olhos caíram sobre o aperto no pulso, imediatamente ele a soltou.

─ Às vezes Karin fala demais - o tom rude denunciou quão incômodo tornara a menção do assunto. Ele se levantou com Sakura em seu encalço. Assim que atravessaram a porta ela posicionou a sua frente.

─ Então é verdade? - questionou ansiosa, tanto que ao menos percebeu que havia invadido o espaço íntimo. Afastou dois passos e o encarou curiosa.

Sasuke adquiriu a face impassível, postura rígida e o silêncio que pouco durou, no entanto, fora o suficiente para deixar a Haruno apreensiva por tal resposta.

─ Não é algo que deva saber. Apenas esqueça - lançou um olhar severo, encerrando o diálogo. Não esperou que ela o acompanhasse, apenas atravessou a rua e seguiu pelo hall da indústria.

Sakura bateu sobre a própria testa, não por arrependimento, contudo, por ter esquecido a sutileza em outro planeta. O irmão sempre a repreendera por ser assim, direta e tão delicada quanto o coice de um cavalo. Pela primeira vez, concordou com aquela afirmação.

Atravessou a rua correndo, agarrada à bolsa, o vento gélido colidiu em seu rosto, o que fez com que encolhesse e virasse o rosto para o lado oposto. Sua testa franziu e seus olhos estreitaram ao encontrar a ruiva, secretária de Sasuke, próxima a garagem conversando com um homem familiar.

─ Suigetsu? - sussurrou com dúvida. Aproximou para que pudesse ouvir a conversa, mesmo que fosse antiético, sentia extrema curiosidade com relação à Karin, a secretária presunçosa que acabara de conhecer e já mostrou superioridade sobre todos na empresa. E Suigetsu, o funcionário ambicioso sem papas na língua.

Forever My Love (Hiato)Onde histórias criam vida. Descubra agora