Capítulo Único

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- Kath querida é você? – A voz da minha mãe é a primeira que ouço ao atravessas as grandes portas brancas da entrada da casa.

- Sou eu sim mãe. – Empurro minha grande mala pesada para dentro.

- Como você está linda. – Mamãe vem ao meu encontro. Solto a mala no chão e preencho meus braços com o amor de minha mãe, faz quatro anos que não nós vemos.

- Obrigada mamãe. – Aceito com muito amor o doce beijo que ela deposita em minha bochecha. – Estava com saudades. – Abraço-a mais uma vez.

- Como foi esse tempo longe de tudo? – Fala de um jeito delicado, a pesar das férias que tirei para me recuperar, tocar no assunto ainda machuca um pouco, não deveria, mas ainda sinto a dor da perda.

- Esclarecedor. - Sorri para ela.

- Oh querida não minta para sua mãe. – Afaga meu ombro. – Eu te conheço muito bem.

- Posso ir guardar minhas coisas? – Fujo do assunto. – Estou cansada da viajem.

- Claro. – Pega minha bolsa mais leve. – Eu te ajudo.

- Não precisa mãe. – Tento pegar a bolsa de suas mãos.

- Kath vou ter que te dar umas palmadas para você deixar eu te ajudar? – Olha para mim com seu famoso olhar de "ou você me obedece ou eu te bato".

- Mãe eu já tenho vinte e quatro anos esse olhar não funciona mais. – Mãe não diz nada só aperta mais ainda os olhos, é acho que o olhar ainda funciona. – Certo, vamos nessa.

- Foi o que eu pensei.

Subimos a escada conversando mais um pouco sobre tudo que tem acontecido durante esse tempo em que estive fora. Abro a porta do meu antigo quarto e percebo que tudo está exatamente como eu deixei quando sai de casa para começar uma nova vida, uma vida que me machucou profundamente.

- Não toquei em nada. – E no olhar de mamãe consigo ver que o quê ela queria dizer era "O deixei assim para quando você voltasse".

- Obrigada, vou arrumar minhas roupas no closet. – Abro a grande mala branca.

- Não quer ajuda? – Senta-se em minha cama.

- Não precisa mamãe, sei que a senhora ainda vai receber muitos convidados hoje. – Começo a colocar as peças de roupa no closet.

- Falando em convidados... – Deixa a frase solta no ar.

- O quê? – Pego minha bolsa da Gucci preto e branco.

- Os Carte virão. – Arregalo os olhos com a menção desse sobrenome. – E acho que ele também. – A bolsa cai de minhas mãos e fico olhando para minha mãe esperando ela dizer que é brincadeira.

- C-omo... ass-im? – Gaguejo.

- Querida já se passando quatro anos, você tem que superar isso. – Sento no chão em busca de qualquer tipo de apoio, pois minhas pernas já não são mais capazes de manter meu corpo em pé.

- Superar não significa esquecer. – Minha voz não passa de um sussurro.

- Quem sabe ele finalmente diga o porquê de ter feito aquilo. – Ajoelha-se na minha frente. Mamãe segura meu rosto em ambas as mãos e vejo uma emoção em seu olhar que não sei decifrar ao certo o que significa. – Você ainda o ama Kath, não negue isso a si mesma. – Acaricia minha bochecha. – Se em quatro anos você ainda fica abalada com a menção da presença dele, é porque esse amor é verdadeiro.

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