I want you so much closer than this.

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ERZA SENTIU UM calafrio percorrer sua coluna devido ao vento frio

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ERZA SENTIU UM calafrio percorrer sua coluna devido ao vento frio. Embora tivesse agasalhado-se devidamente para o frio invernal que começava a estender-se sobre algumas cidades de Fiore, o vento ainda fustigava seu rosto. Às vezes, com o próprio cabelo da ruiva.
        Esquadrinhou a rua vazia com os olhos. Estava em uma missão solo, porém questionava se fora uma boa ideia. Mesmo sendo a Titânia,a ruiva entendia que quanto mais gente, mais rápido a missão acabaria e poderia estar de volta em seus aposentos, para ser aquecida pelas chamas da lareira — embora a recompensa tivesse que ser devidamente dividida também.
        Soltou um suspiro demasiadamente longo, observando sua respiração sumir emmeio ao ar gélido.
        Não fosse as luzes que marcavam presença nas janelas daquele vilarejo,poderia jurar ser um local completamente abandonado. Bufou,praguejando por conta da neve que voltara a cair.
        Moveu-se com dificuldade entre o chão alvo e gelado. Não era nenhuma planície que a faria escorregar, entretanto a neve estava funda o suficiente para alcançar seu tornozelo caso seu pé afundasse.
        Percebeu com um sorriso no rosto, ao alcançar a calçada, que uma das estalagens estava aberta. Empurrou a pesada porta de madeira escura,que estalou um pouco e deixou um maço de neve pintar o chão. Teve a sensação de estar no paraíso ao sentir o clima quente e ouvir o crepitar da enorme lareira perto das mesas rústicas. Aproximou-se do balcão, atraindo a atenção de um jovem de cabelo preto que lia uma revista entediado.
        — Boa tarde. — Cumprimentou.
        — Fria.— Respondeu, arrancando um sorriso do rapaz.
        — Como posso ajudá-la?
        — Gostaria de alugar um quarto. — Deslizou a mochila das costas, pronta para pegar o dinheiro.
        — A senhorita deu sorte. — O moreno dirigiu-se até o penduricalho aonde as chaves repousavam e retirou uma qualquer. — Nesse frio,muitos andarilhos estão parando na cidade procurando abrigo. —Entregou a chave para Erza, ditando-lhe o preço da noite e aceitando o pagamento.
        — Não é de se estranhar. O inverno nesse ano parece ser o mais rigoroso dos últimos tempos.
        — De fato. — Concordou, saindo de trás do balcão e a guiando até um lance de escadas. — Ótimo tempo para os amantes. — Parou próximo ao primeiro degrau. — É só subir. O número correspondente à chave está na porta.
        — Obrigada.— A ruiva usufruiu de sua educação, despedindo-se com um aceno de cabeça e subindo.
        Ao chegar ao topo da escada, finalmente ousou olhar para o objeto que lhe fora entregue. Havia uma pequena inicial nesta, a elevação pintada de vermelho para contrastar com a chave prata.
        J.
        A Scarlet virou-se, pronta para indagar ao rapaz porque havia uma letra e não um número como havia dito, entretanto o moço já voltara ao balcão. Deu de ombros, prontificando-se a caminhar pelo corredor.Logo notou que os números nas portas dos aposentos possuíam uma letra minúscula em cima. Prosseguiu pela extensão do corredor,acompanhando as letras nas portas. A-01. C-03. F-06...
        Quando finalmente achou o seu — J-10 —, começou a se perguntar porque raios um dos primeiros quartos estava disponível. Sua resposta chegou assim que conseguiu destrancar a porta. Os primeiros eram,aparentemente, os mais velhos. Fora o banheiro e a cama, tudo no ambiente parecia gasto demais. Suspirou audivelmente. Estava cansada da longa caminhada que fizera até ali — com tanta neve acumulada no caminho, não conseguira achar um meio de transporte — para reclamar das condições. Livrou-se da mochila, jogando-a de qualquer jeito em cima da cama e foi até a enorme janela do lado oposto aporta. Abriu-a, ouvindo os leves rangidos da madeira e observou o cenário branco do lado de fora. A tarefa da missão era simples:caçar e exterminar uma guilda que estava causando problemas pela região.
        Fechou a janela e acendeu a pequena lareira do quarto, sentindo o calor crescente do ambiente tocar sua face. Caminhou até o banheiro e pôs a banheira para encher, despindo-se em seguida. Sentiu-se como em um mar de felicidade ao mergulhar o corpo na água quente.
        — Nunca pensei que sentiria falta de Natsu em uma missão. — Murmurou,lembrando-se de como era bom ter o dragon slayer por perto em tempos como esse.
        Colocou um pouco de shampoo na mão e começou a massagear o couro cabeludo,tendo todo o cuidado de não deixar a espuma que se formava escorrer para os olhos. Repetiu o processo mais uma vez e em seguida o fez como condicionador.
        Depois de sair e esvaziar a banheira, enrolou-se na toalha e caminhou até o espelho para pentear o cabelo. E, mais uma vez, seu sofrimento pessoal começou ao observar-se enquanto o pente deslizava entre os fios vermelhos. Toda vez que tinha que fazer aquilo, sua mente revolvia à Jellal.

Eu quero você muito mais

perto que isso

        Seria estranho não pensar no azulado, caso o mesmo não tivesse lhe dado um sobrenome. Lembrou-se da Torre do Paraíso, dos raros momentos felizes que conseguira passar lá com Sho e os outros. Do sorriso que o Fernandes mostrava-lhe na época, que a enchia de coragem. E por um instante, desejou-o. Desejou Jellal ao seu lado, de tal modo que seu peito chegara a doer. Mas desejos não passavam de vontades, de cobiças. E não importava o quanto ansiasse, tê-lo ao seu lado nunca seria possível. Não porque ele era um mago procurado, e sim porque o mesmo não se permitia perdoar pelos feitos do passado.
        Seria possível um dia isso acontecer?
        A Scarlet sorriu. Era algo difícil de se imaginar. Ela e Jellal estavam destinados a permanecer naquela zona cinza, aonde cobiçavam-se, entretanto não poderiam se ter. E ela entendia —oh! Se entedia! — que era o certo a ser feito. Não havia uma felicidade colorida e nem um fim escuro para os dois, pois sempre que se encontrassem, as memórias os assaltariam, assombrando-os.
        Balançou a cabeça, voltando a jogar aqueles pensamentos para outro canto da mente. O dia seguinte seria cansativo e deveria estar em sua melhor forma. Decidiu então ir deitar. Teria sempre aquele momento, em que penteava os cabelos, para remoer sua relação com Jellal.

Mas nós somos muito melhores

quando não estamos juntos.

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