Correr, pular, agarrar, cair, correr, rolar.
- Bom circuito Camila! Você conseguiu bater o último tempo, acho que nesse ritmo até o final do ano você conseguirá um ótimo condicionamento físico - Tulio caminhou até Camila enquanto fazia algumas anotações na sua caderneta - quer dizer, mais ótimo do que o atual - ele riu.
- É o que pretendo, Tulio. As pessoas dessa cidade precisam de nós - a jovem verificou que tinha ganhado alguns arranhões no pequeno centro de treinamento da cidade.
- Sim, inclusive hoje a noite Ian vai realizar a cerimônia de entrega dos títulos. Ansiosa?
- Bastante, a partir de hoje vou poder realizar as buscas com a equipe.
- Camila - o jovem de estatura alta e forte colocou a mão no ombro da jovem - você é como... uma irmã pra mim
e... eu sei que você está preparada. Mas, cuidado, o mundo aí fora é maluco. Confie nos seus instintos, certo?- Certo - ela sorriu e deu um abraço breve no garoto.
Camila seguiu sozinha até o pequeno prédio que costumava pertencer ao Senhor Watson antes da epidemia. Ela subiu os seis lances de escada que davam para o seu lar.
Terceiro andar, apartamento 12.
Abriu a porta do pequeno apartamento e checou as horas.
Cinco minutos para as quatro da tarde.
As sete aconteceria a entrega do seu título, ela tornar-se-ia uma oficial da pequena cidade chamada de Olivia. Observou por um tempo, de sua janela, os muros feitos de sucatas encontradas nas expedições dos oficiais. Eles cercavam e protegiam o único refúgio de normalidade no meio do caos.
- Boa noite, queridos - Ian, o prefeito da cidade, abriu a cerimônia de entrega dos títulos - nós estamos aqui, após perdas e lutas, para celebrar uma vitória. Nossa cidade.
Todos os moradores estavam sentados nas arquibancadas do ginásio antigo colégio de elite. Eles bateram palmas animados, alguns choravam, com lembranças de épocas passadas, outros gritavam, comemorando o presente.
- Após a praga se espalhar por todo o mundo, nós perdemos muitos. Os mordedores, ou zumbis, como preferirem, estão ali fora. Apenas a alguns metros e hoje vamos entregar, nessa cerimônia honrada, os títulos dos que protegerão nossa cidade. Além de homenagear o que morreram na luta.
O Prefeito entregou a cada uma das quinze pessoas que estavam enfileiradas, no centro da quadra, uma fita vermelha. Os mais novos oficiais amarram-nas no braço e, logo, ocorreu um minuto de silêncio.
Um mês depois
- Eu estou sentindo cheiro de fumaça - Andrew afirmou seguindo mais rápido em uma direção.
- E o que você pretende fazer, gênio? Levar um tiro ou levar mais gente pra cidade e acabar com a porra do estoque de comida! - Josh puxou Andrew pelo braço, fazendo o loiro socá-lo com o braço livre.
- Deixem de ser duas crianças! - Paul empurrou Andrew para longe de Josh e respirou fundo - eu vou ter que relatar para o Ian dos comportamentos impulsivos dos dois! Agora calem a boca e vamos checar a porra da fumaça.
Junto aos jovens estava Camila, analisando criticamente o comportamento dos oficiais.
- Josh, você sabe que temos que ajudar as pessoas - Camila falou quebrando seu silêncio - cuidamos delas e depois elas decidem se ficam ou se vão embora.
- Você é muito ingênua, Camila - ele respondeu e, de repente, soltou um grito de dor.
Todos olharam para ele assustados, seu pé direito tinha sido pegue por uma armadilha. Josh mordia a boca para evitar gritar, os mordedores são atraídos por barulho. Bom, talvez não só os mordedores.
- Armas no chão, agora! - uma mulher falou, em um tom forte, mas com a voz controlada. Ela tinha cabelos negros e uma pele alva, parecia uma criatura fria daquela floresta densa.
Com golpes de luta bem aplicados, Andrew foi incapacitado por um homem negro. Paul tinha uma arma apontada para ele, pela mulher de cabelos negros, que o encarava a alguns metros de distância. Camila também foi incapacitada por uma mulher, recebendo um mata-leão. A menina bufava de raiva e queria se soltar o mais rápido possível.
- Agora me digam o que vocês querem e nós deixamos vocês ir.
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Hope
FanfictionO mundo acabou. Tudo aquilo que conhecíamos, as pessoas, a vida de sua forma mais linda. O que restou foi uma humanidade corrompida pelo instinto animal de sobrevivência. Menos em um local. Um resto de humanidade habita em uma cidade chamada Olív...