13-o cemitério particular

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Franzino como um manequim da década de oitenta Robson possuía uma inteligência superior a da maioria.quando fora recrutado pela polícia mal acabava de completar dezoito anos de idade,havia chegado a casa e mostrara ao pai o documento assinado pelo inspetor chefe,no momento o velho mal se apercebeu do que se estava a passar.

-Fui chamado pai,eles precisam de alguém que tenha as minhas capacidades.-disse na altura o menino exibindo a folha de papel,a nostalgia era tanta que suas mãos finas chegavam a tremer.

-La se foi a hipótese de ser você a cuidar dos negócios da família-respondeu o velho homem que apesar de carrancudo sentia-se mais orgulhoso que nunca,tanto que em seguida dobrara o jornal e envolveu seu filho num forte e demoroso abraço.

Passados treze anos era agora muito fácil perceber que tomara a decisão mais acertada de toda a sua vida.

Ao entrar pela sala de Frank,Robson ajeitara as mangas da camisa cinzenta às riscas e com o fino indicador posicionou os enormes óculos de leitura ajeitando-os sobre o nariz comprido.

-senhor,Tenho aqui os resultados da análise feita a aquele pedaço de papel-disse a Frank que no momento se encontrava em pé olhando pra o enorme mural procurando por uma pista,a mais pequena que fosse.

-simplesmente me diga o que você descobriu.-disse enquanto rasgava a folha do resultado de uma ponta a outra pra em seguida jogar os restos no pequeno recipiente de papéis desfeitos.-alguma digital ao menos?

-Não senhor,mas eu estive analisando o papel mais detalhadamente e não é propriamente uma folha de papel comum,é das antigas.

-Como das antigas?

-Produzida no início dos anos sessenta,possui um pouco mais de químicos que as que usamos agora por exemplo,e não sei se o senhor reparou,mas ele perfumou isso e cortou-a com toda a paciência.

-É normal que o fizesse,parece que isso era importante pra ele,e organizado como é,não iria querer cometer qualquer erro nela...mas onde encontraria ele uma folha de papel tão velha?

-Não faço a mínima ideia senhor.e por outro lado,talvez essas palavras não sejam a única mensagem que ele queria transmití-lo.

-Porquê você acha isso?-perguntou Frank curioso.

-Vamos até ao laboratório por favor,eu lhe mostro.

Seus passos seguiram até ao laboratório,uma vasta sala rigorosamente equipada,lá funcionava a magia da ciência forense,Robson certificava-se de que assim acontecesse.

-Visto a olho nu parece mais um papel com essas letras impressas sobre ele.mas isso esconde algo,não sei exatamente o que representa.

-Algo o quê?

-Números senhor.-disse passando a luz ultravioleta sobre o pedaço de papel e naquele exato momento uma série de números surgiram no verso como puro truque de mágica.

Frank surpreendeu-se com o que vira quase de imediato,buscou pela caneta no bolso da camisa e escreveu cada número sobre a Palma de sua mão.

-Bom trabalho Robson!algo me diz que isso pode nos aproximar dele.basta que a gente descubra o que esses números representam.mande chamar o Carl agora mesmo.-em seguida marcou passos rápidos em direção a sua sala.

Quando Carl entrara pela porta Frank se encontrava sentado com os pés entrelaçados e os olhos fixos na palma de sua mão,a chávena de café que repousava sobre a mesa se tornava mais fria a cada minuto,isso pouco lhe importava agora,naquele momento era como se o mundo lá fora não mais existisse.

-Chamou por mim senhor?!-disse Carl trazendo-o de volta à realidade.

-Chamei sim.temos algo que podemos considerar uma pista,um avanço talvez.eu mandei o Robson analisar o bilhete que aquele homem deixou lá no bar.

sádico "O Génio Das Facas"Onde histórias criam vida. Descubra agora