Ao ver-lhe a desaparecer pelas escadas acima, soltei um suspiro de alívio. O que se passou comigo? Eu sou mulher e tenho os meus ''gostos''. Ele é homem e devo admitir que é muito atraente. É normal eu ter ficado daquela maneira... Não, claro que não. Ele é meu padrasto e para além do mais, nem vou com a cara dele. Mas, então porque aquela admiração por ele?
Abano a cabeça a tentar livrar-me destes pensamentos e volto para o meu quarto rapidamente, saltando as escadas de duas em duas.
Abro a porta e salto para a cama, fazendo com que a Jade acordasse.
- Acorda, acorda, acorda, acorda! Vá lá! Jade, anjinha, amor da Vick acorda! - Disse enquanto saltava em cima da cama.
- Vick, por favor... Hoje é Sábado. Deixa-me dormir. – Resmungou, virando-se para o lado oposto e tapou a cara com a almofada.
- Não estás a perceber, nem que fosse o dia de São Nunca, tu tens que acordar!- Insisti saltando cada vez mais e tirei-lhe a almofada, atirando-a para o outro lado do quarto.
Jade desistiu finalmente e voltou-se para mim com cara de poucos amigos. Bem, não era cara de poucos amigos, era apenas a sua cara de sono.
- Tens 5 minutos para me explicares o porquê de eu estar acordada num SÁBADO ás 8:45. - A cara dela está a assustar-me. Alguém me ajuda?
- Ahm desculpa mas tinha que te contar o que aconteceu hoje mas já vi que não queres saber.
- Agora conta. Fiquei curiosa. - Sentou-se na cama e ajeitou o cabelo. Esta rapariga até mesmo ao acordar é vaidosa.
- Ahm não agora a sério, acho que não é muito importante. Podes voltar a dormir Jade.
- Diz. - Diz ela num tom autoritário.
Respirei fundo e contei-lhe o que tinha acontecido ainda á pouco na cozinha com William. Senti-me um pouco envergonhada ao contar-lhe isto, não sei porquê.
- O quê! -exclamou alto assim que acabo de contar tudo.
- Foi o que ouviste Jade.
- Que hilariante! Tu e o William? Nunca imaginei. - Riu ao ''imaginar-nos''- Andas ''fresquinha'' , Victória.
- Que parva. - Reviro os olhos. - Aquilo foi uma coisa sem exemplo. Nunca mais vai acontecer aquilo. Eu estava ainda com o sono e depois vê-lo ali meio despido, pôs-me meia tontinha e pronto. Só isso e sabes bem que sim.
- Então porquê que ficaste tão preocupada? - Olha-me desconfiada.
Reviro os olhos. - Não vês que ele é o namorado da minha mãe? É tão errado pensar coisas destas.
- Não uses como desculpa a tua mãe. - notava-se a firmeza no timbre de voz dela.
Não ripostei, no entanto sabia que apaixonar-me era algo difícil para mim, uma vez que nunca senti este tipo de amor por alguém, só atrações. Mas... Como é que um amor pode ser baseado em ódio? Impossível, certo? Sim, certo. Por isso não havia risco que haver qualquer tipo de amor. Uffa.
~
O sol espreitava timidamente por entre as nuvens cinzentas. Todos que saiam á rua, sentiam um frio tremendo, o que provocava vários arrepios. Estavam todos agasalhados da cabeça aos pés. O tempo em Inglaterra não é brincadeira, era muito diferente de Portugal, e então, agora que era Inverno, o frio parecia que nos ia congelar num só segundo. É de loucos isto aqui.
Eu e a minha mãe fomos até a um parque junto de casa para podermos relaxar um bocado. A Jade tinha acabado de ir para casa, acho que ia ter que ir para uma festa familiar em Canterbury. Ficava um pouco longe, o que significa que vou ficar sem ela por um fim-de-semana inteiro. William tinha ficado em casa até acabar de corrigir umas fichas de trabalho de algumas turmas, incluindo a minha. No entanto, não tardou muito a se juntar a nós.
Havia um lugar em especifico que eu adorava ir, a um lago que ficava um pouco longe dos visitantes do jardim. Quase ninguém ia para lá porque quase ninguém sabia dele, uma vez que ficava escondido por uns quantos arbustos e ramagens. Até ao momento, só eu e o tal Edward é que sabíamos. Um dia depois das aulas, ele levou-me para o tal lago onde chegamos a passar tardes a falar e a conviver.
'' Já venho mãe. '' Avisei-a, indo até ao tal lago.
Por alguma razão, precisava de ir até lá, aquele lugar deixava-me mais descontraída. Em pleno Dezembro, a água estava congelada mas, mesmo assim, a beleza daquele lugar continuava a mesma.
Dei uma golfada de ar gelado e olhei em volta. Não fiquei muito tempo ali, sendo que não queria preocupar a minha mãe. Quando voltei, já ela estava acompanhada por Will.
- Onde estiveste? -perguntou a minha mãe.
- Ahm um lugar? Não é óbvio?
- Refilona. - William sussurra baixo e lanço-lhe um olhar.
- Se sou ou não tens nada a ver com isso.
- Chega, pára Victória.
Os meus olhos reviraram-se e eu soltei um longo suspiro gelado. O William tem que dar sempre os seus comentários que não interessam a ninguém.
O telemóvel da minha mãe começa a tocar. - Agora calada. - Manda-me, fazendo-me o sinal de silêncio.
Mas agora sou eu a única que tenho que me calar? E o William? Ele provoca-me e eu tenho que responder! Ela sabe perfeitamente que não sou de ouvir e esperar calada.
- Boa tarde. - Começa a minha mãe gentilmente e, ao passar de sensivelmente 5 minutos, esta desliga a chamada.
- Quem era? - Pergunta Will curioso devido á cara da minha mãe.
- A minha gerente – Suspirou. - Não foram boas notícias.
- Então...?
- O problema é que vou ter que ir para Milão durante um bocado de tempo. E é já amanhã.
Não mãe, não são más notícias... São horríveis! Isto significaria que vou ter que ficar em casa sozinha com o William. Alguém que me salve, por favor. As viagens da minha mãe ou são de 1 semana ou entao de 1 ano. 1 ANO! Sabem o que é um ano? Eu lembro-me perfeitamente quando a minha mãe ficou fora um ano, foi quando conheceu e começou a namorar com William. Nesse ano tive que ficar a morar com os meus avós. A minha mãe é repórter na revista ELLE e, às vezes, pedem-lhe para visitar algumas sedes para fazer vários trabalhos, tanto sobre a revista como sobre as modelos/ celebridades que pousavam para a mesma.
- Por quanto tempo, mãe? - Perguntei com alguma urgência na voz.
- Eles não deram um prazo correto.
- O que vais fazer lá?
- O mesmo de costome. Reportagens e mais reportagens, entrevistas e mais entrevistas, visitas e mais visitas.
Depois desta notícia, fomos todos para casa ajudar a minha mãe a fazer as malas e a deixar tudo preparado para a sua partida. Sinto-me angustiada, tenho a sensação que esta viagem vai ser das longas e quando esta sensação aparece, tenho pesadelos muito frequentemente.
Em tempos fui ao médico saber o porquê de tantos pesadelos e ,segundo ele, era talvez o medo de perder a minha mãe, sendo que perdi o meu pai ainda muito cedo.
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Ontem não consegui publicar porque o Wattpad estava em manutenção. aff.
Fiz mais um bocadinho mas nada de especial. Usei algumas ideias de umas ninas muito fofas que comentaram. Obrigada a elas e a todas as outras pelas excelentes ideias. ♡
Comentem, votem e partilhem para me inspirarem a continuar a fic. Todos os vossos comentários são sempre bem vindos e adoro-os! Obrigada ♡♡
- TommoGirl x
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o nosso erro || l.t
Fanfiction''O Nosso Erro'' é uma fanfic diferente de todas aquelas que já foram escritas. Victória é uma adolescente de 16 anos que perde o seu pai quando tinha apenas 6 anos. Um dia, a sua mãe traz a notícia de que está numa relação e que ambos pretend...