9º Capítulo

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Ao ver-lhe a desaparecer pelas escadas acima, soltei um suspiro de alívio. O que se passou comigo? Eu sou mulher e tenho os meus ''gostos''. Ele é homem e  devo admitir que é muito atraente. É normal eu ter ficado daquela maneira... Não, claro que não. Ele é meu padrasto e para além do mais, nem vou com a cara dele. Mas, então porque aquela admiração por ele? 

Abano a cabeça a tentar livrar-me destes pensamentos e volto para o meu quarto rapidamente, saltando as escadas de duas em duas.

Abro a porta e salto para a cama, fazendo com que a Jade acordasse.

- Acorda, acorda, acorda, acorda! Vá lá! Jade, anjinha, amor da Vick acorda! - Disse enquanto saltava em cima da cama. 

- Vick, por favor... Hoje é Sábado. Deixa-me dormir. – Resmungou, virando-se para o lado oposto e tapou a cara com a almofada.

- Não estás a perceber, nem que fosse o dia de São Nunca, tu tens que acordar!- Insisti saltando cada vez mais e tirei-lhe a almofada, atirando-a para o outro lado do quarto.

Jade desistiu finalmente e voltou-se para mim com cara de poucos amigos. Bem, não era cara de poucos amigos, era apenas a sua cara de sono.

- Tens 5 minutos para me explicares o porquê de eu estar acordada num SÁBADO  ás 8:45. - A cara dela está a assustar-me. Alguém me ajuda? 

- Ahm desculpa mas tinha que te contar o que aconteceu hoje mas já vi que não queres saber.

- Agora conta. Fiquei curiosa. - Sentou-se na cama e ajeitou o cabelo. Esta rapariga até mesmo ao acordar é vaidosa. 

- Ahm não agora a sério, acho que não é muito importante. Podes voltar a dormir Jade.

- Diz. - Diz ela num tom autoritário.

Respirei fundo e contei-lhe o que tinha acontecido ainda á pouco na cozinha com  William. Senti-me um pouco envergonhada ao contar-lhe isto, não sei porquê.

- O quê! -exclamou alto assim que acabo de contar tudo.

- Foi o que ouviste Jade.

- Que hilariante! Tu e o William? Nunca imaginei. - Riu ao ''imaginar-nos''- Andas ''fresquinha'' , Victória.

- Que parva. - Reviro os olhos. - Aquilo foi uma coisa sem exemplo. Nunca mais vai acontecer aquilo. Eu estava ainda com o sono e depois vê-lo ali meio despido, pôs-me meia tontinha e pronto. Só isso e sabes bem que sim. 

- Então porquê que ficaste tão preocupada? - Olha-me desconfiada.

Reviro os olhos. - Não vês que ele é o namorado da minha mãe? É tão errado pensar coisas destas.

- Não uses como desculpa a tua mãe. - notava-se a firmeza no timbre de voz dela.

Não ripostei, no entanto sabia que apaixonar-me era algo difícil para mim, uma vez que nunca senti este tipo de amor por alguém, só atrações. Mas... Como é que um amor pode ser baseado em ódio? Impossível, certo? Sim, certo. Por isso não havia risco que haver qualquer tipo de amor. Uffa.

~

O sol espreitava timidamente por entre as nuvens cinzentas. Todos que saiam á rua, sentiam um frio tremendo, o que provocava vários arrepios. Estavam todos agasalhados da cabeça aos pés. O tempo em Inglaterra não é brincadeira, era muito diferente de Portugal, e então, agora que era Inverno, o frio parecia que nos ia congelar num só segundo. É de loucos isto aqui.

Eu e a minha mãe fomos até a um parque junto de casa para podermos relaxar um bocado. A Jade tinha acabado de ir para casa, acho que ia ter que ir para uma festa familiar em Canterbury. Ficava um pouco longe, o que significa que vou ficar sem ela por um fim-de-semana inteiro.  William tinha ficado em casa até acabar de corrigir umas fichas de trabalho de algumas turmas, incluindo a minha. No entanto, não tardou muito a se juntar a nós. 

Havia um lugar em especifico que eu adorava ir, a um lago que ficava um pouco longe dos visitantes do jardim. Quase ninguém ia para lá porque quase ninguém sabia dele, uma vez que ficava escondido por uns quantos arbustos e ramagens. Até ao momento, só eu e o tal Edward é que sabíamos. Um dia depois das aulas, ele levou-me para o tal lago onde chegamos a passar tardes a falar e a conviver. 

'' Já venho mãe. '' Avisei-a, indo até ao tal lago.

Por alguma razão, precisava de ir até lá, aquele lugar deixava-me mais descontraída. Em pleno Dezembro, a água estava congelada mas, mesmo assim, a beleza daquele lugar continuava a mesma. 

Dei uma golfada de ar gelado e olhei em volta. Não fiquei muito tempo ali, sendo que não queria preocupar a minha mãe. Quando voltei, já ela estava acompanhada por Will.

- Onde estiveste? -perguntou a minha mãe.

- Ahm um lugar? Não é óbvio?

- Refilona. - William sussurra baixo e lanço-lhe um olhar.

- Se sou ou não tens nada a ver com isso.

- Chega, pára Victória. 

Os meus olhos reviraram-se e eu soltei um longo suspiro gelado. O William tem que dar sempre os seus comentários que não interessam a ninguém.

O telemóvel da minha mãe começa a tocar. - Agora calada. - Manda-me, fazendo-me o sinal de silêncio.

Mas agora sou eu a única que tenho que me calar? E o William? Ele provoca-me e eu tenho que responder! Ela sabe perfeitamente que não sou de ouvir e esperar calada.

- Boa tarde. - Começa a minha mãe gentilmente e, ao passar de sensivelmente 5 minutos, esta desliga a chamada.

- Quem era? - Pergunta Will curioso devido á cara da minha mãe.

- A minha gerente – Suspirou. - Não foram boas notícias.

- Então...?

- O problema é que vou ter que ir para Milão durante um bocado de tempo. E é já amanhã.

Não mãe, não são más notícias... São horríveis! Isto significaria que vou ter que ficar  em casa sozinha com o William. Alguém que me salve, por favor. As viagens da minha mãe ou são de 1 semana ou entao de 1 ano. 1 ANO! Sabem o que é um ano? Eu lembro-me perfeitamente quando a minha mãe ficou fora um ano, foi quando conheceu e começou a namorar com William. Nesse ano tive que ficar a morar com os meus avós. A minha mãe é repórter na revista ELLE e, às vezes, pedem-lhe para visitar algumas sedes para fazer vários trabalhos, tanto sobre a revista como sobre as modelos/ celebridades que pousavam para a mesma.

- Por quanto tempo, mãe? - Perguntei com alguma urgência na voz.

- Eles não deram um prazo correto.

- O que vais fazer lá?

- O mesmo de costome. Reportagens e mais reportagens, entrevistas e mais entrevistas, visitas e mais visitas.

Depois desta notícia, fomos todos para casa ajudar a minha mãe a fazer as malas e a deixar tudo preparado para a sua partida. Sinto-me angustiada, tenho a sensação que esta viagem vai ser das longas e quando esta sensação aparece, tenho pesadelos muito frequentemente.

Em tempos fui ao médico saber o porquê de tantos pesadelos e ,segundo ele, era talvez o medo de perder a minha mãe, sendo que perdi o meu pai ainda muito cedo. 

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 Ontem não consegui publicar porque o Wattpad estava em manutenção. aff.

Fiz mais um bocadinho mas nada de especial. Usei algumas ideias de umas ninas muito fofas que comentaram. Obrigada a elas e a todas as outras pelas excelentes ideias. ♡

Comentem, votem e partilhem para me inspirarem a continuar a fic. Todos os vossos comentários são sempre bem vindos e adoro-os! Obrigada ♡♡

- TommoGirl x

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