Prólogo

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                                                                                                                                            02 de dezembro de 2014

A vida é simples. Nós somos quem a complicamos. Isso me disseram há muito tempo, há uns dez anos. Se colocarmos nossos sonhos em conquistas materiais, em subir na vida a qualquer preço, a custa de qualquer um, seremos fadados ao fracasso enquanto seres morais e espirituais. Cabe a nós fazermos a escolha que achamos certa, mesmo que aos olhos do mundo pareça loucura, mesmo que paguemos um alto preço. Claro que quero conquistar conforto material, uma vez que na miséria não tenho como realizar meus projetos, nem cuidar de ninguém.

Cuidar! Cuidar de alguém, não se importando se racional ou irracional, é o que me propulsou a seguir em frente dia após dia por muitos anos. Ter que cuidar deles foi o que me impulsionou a lutar para atingir meus sonhos, e, quando esses sonhos estavam mortos, a seguir em frente – dia após dia, como se cada dia fosse o único de nossas vidas.

Cuidar deles sem esperar nada em troca, mas confiar que DEUS nos abençoaria e acabariam as dificuldades e alcançaríamos momentos felizes. Sim, momentos! É disso que a vida é feita. Eu sabia já há algum tempo que a felicidade não existe! É isso! O ser humano nunca está plenamente satisfeito, está sempre querendo algo material a mais. Então, tinha a esperança que o Criador do universo viria nos libertar de todas as agruras, de todo sofrimento. Ao mesmo tempo, eu acredito que esse sofrimento seja uma prova de fé, uma prova de amor, e terei que passar por tudo isso. E algum tempo, entenderei o sentido de tudo.

Você pode me perguntar: e se o socorro não vier? Você teria feito esta escolha? Teria seguido esse caminho? E eu te respondo de peito aberto: SIM, mil vezes SIM! Preciso proteger quem não tem quem o proteja, quem não tem quem o defenda, quem não tem quem o cuide.

Por que me julgam como se eu fosse louca ou se a minha escolha fosse errada ou como se eu tivesse me sacrificando ou como eu tivesse perdendo tempo? O que faço, faço com amor. São Paulo escreveu que as coisas mais importantes são: fé, esperança e amor e o amor é a mais importante delas. Qual a sua minha missão? Estamos aqui com um propósito definido? Não sei te responder.

Apenas sei que quando estiver em minha última hora não quero me arrepender de algo que eu poderia ter feito e não o fiz, quer seja por medo, covardia ou comodismo. Sei que DEUS não me dará um fardo mais pesado que eu possa suportar.

As pessoas confundem a nossa nobreza de caráter, nossa generosidade e sempre irão tirar proveito disso. Elas não entendem minha situação e não enxergam que não posso cuidar de todos sozinha.

Somos da mesma matéria e ao mesmo pó retornaremos. Eles sofrem como nós. E muitos que se dizem "humanos" maltratam e exterminam esses inocentes. Isso me deixa muito triste. Deixa-me impotente. Deixa-me desacreditada em um mundo melhor. Ao contrário, creio, pois as evidências indicam, que caminhamos para um mundo cada vez pior, cada vez mais cruel, caminhamos para o abismo.

O certo é que caminhamos para a morte. Todos nós, humanos e não humanos, iremos enfrentá-la algum dia. Então, que mecanismo do cérebro humano o faz acreditar que é eterno, que é superior a todas as criaturas? Não sei mesmo! 

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