Aprendendo arrogância e insegurança

38 4 0
                                    

Com os olhos fixos no chão, boca seca, estômago revirado e inquietações, se encontrava Victória. Não poderia se esperar outra reação pois, amanhã, é seu primeiro dia de aula. As paredes de sua mente não aguentavam mais tantos pensamentos. Cansada, decidiu colocar uma música bem calma e que a intrigava bastante. A música era um cover do tema de Sherlock holmes o qual o instrumento era um violino.
Um violino, é um instrumento que exige perfeição. Victória não consegue ouvi-lo sem que abra um sorriso desafiador em seu rosto. Sempre gostou do mais difícil, do que lhe faz chegar ao limite. Portanto, decidiu que
aquilo, era o que lhe agradava.
Um ponto pra música. Victória dormiu.

Havia se envolvido tanto em seus pensamentos que seus sonhos não foram nada menos que ilustres possibilidades do dia de amanhã. Aconteceria um desastre? Entrariam novatos? Quem vai ser o representante de sala? Perguntas toscas, repostas simples.
Acordou em um pulo e respirando muito forte. Sua mão, levada ao peito, apertou a blusa de tal modo que a ansiedade fosse controlada. Era o dia. Se levantou, dirigiu-se ao guarda roupa e de lá pegou sua melhor roupa. Vestiu uma saia xadrez, uma blusa de moletom e um tênis all star. O segundo ano do ensino médio a esperava.
Após se arrumar intensamente e se admirar no espelho sem insegurança alguma, saiu do quarto e desceu as escadas correndo. Encontrou seu pai na cozinha preparando comida. Sim, comida. Matsuda era oriental, portanto, o café para a família Sakamoto, mesmo sendo apenas seu pai oriental era bem diferente.
Depois viu a mãe, Patrícia, Brasileira, se arrumando também. Aproveitou e passou no escritório de Matsuda que ficaria fora de casa pelo resto da tarde. Ele é psicólogo. Após sair do escritório, fechou a porta e foi andando para dar bom dia a seus pais. Com um enorme sorriso no rosto, colocou a mão sobre os olhos de seu pai e infantilmente disse:
-adivinha quem é
Matsuda respondeu:
-tem dica?
Victória sorriu e tirou as mãos dizendo:
-bobo
E os dois começaram a rir. As manhãs para os Sakamoto são os momentos de mais afeto já que todos em casa dão seu melhor e se vêm duas vezes ao dia. Patrícia saiu do quarto rindo e abraçou a filha, depois, beijou o marido. Os três tomaram um intenso café juntos e saíram. Patrícia leva a filha para a escola enquanto Matsuda vai com o
Outro carro. Embora Matsuda tenha um escritório em casa, ele é de grande uso para deter os livros, enfornados em grandes prateleiras e que são tratados melhor que todo o resto da casa.
Brasília estava linda esta manhã.
Patrícia fala:
-Então, e seu primeiro dia?
-Espero que seja bom. Mudei muito nas férias, acho que ficarão espantados.
-sim, pode ter certeza.
-E quanto a você?
-Hoje tenho poucas cirurgias, poderemos passar um tempo juntas, o que acha?
-Por mim tudo bem.

Chegando na escola, Victória abriu a porta. Ao tirar o pé do carro, sentia-se pisando em puro ar, mesmo encostando no chão. As pessoas a olhavam, seu estômago revirava, mantinha a cabeça erguida e o sorriso despojado. Após sair sua mãe lhe desejou boa sorte. Gentilmente ela agradeceu e foi. Se for pra enfrentar algo, pensou ela, então vencerei.

Victória, a rainha inocenteWhere stories live. Discover now