Ela era exemplar, prestava muita atenção e parecia estar sendo um exemplo para a turma. Deduzi que talvez antes, sua aparência não agradace a muitos para receber tantos elogios assim e espantos. Mas, o que aconteceu antes para que ela mudasse? Não tenho como descobrir por enquanto, porém, acho que devo chama-la para conversar. Seria um bom assunto falar de seu pai.
O primeiro sinal bateu.Dessa vez, entrou um professor. Ele usava terno e era muito exemplar. Dava um ar de intelectualidade. Ele se apresentou e começou a falar do futuro representante(a) de turma. Achei que fosse uma pessoa apenas mas, é um menino e uma menina. Uma semelhança com a Coréia. Bom. Já havia ganhado a concorrência antes, poderia tentar de novo. Sou novo e não tenho muita moral mas como disse ele, temos uma semana para que comecem as votações. Seria uma boa maneira de ela olhar pra mim já que assuntos acadêmicos parecem ser de seu feitio.
Comecei a prestar atenção na aula. Percebia que as vezes ela me olhava no canto de olho, e eu permanecia concentrado. Olhava enquanto ela não estava olhando mas, fazia isso com medo de que ela me pegasse.O intervalo chegou
O som do sinal fazia minha respiração ficar mais profunda e quando me levantei, tive a primeira reação inesperada. Ela passou na minha frente. Olhei em seus olhos e ela nos meus mas, ela estava destemida, não apresentava vergonha, pelo contrário, parecia que havia vencido um desafio. Foi andando em direção a porta da sala e sumiu de vista. Me senti desafiado também, estava um a zero mas de jeito nenhum, poderia perder.
Comecei meu plano então, fui falar com as pessoas da sala. Me perguntavam no geral sobre a minha antiga vida na Coréia e no que eu fazia. Lhes contei de como eu era exemplar e em como a educação de lá é diferente. Todos se interessaram muito, até que ao meu redor havia uma roda formada e quase todos estavam me ouvindo. Isso foi muito bom. Acho que estava conseguindo conquista-los.
O sinal bateu novamente, todos se sentaram e ela entrou na sala.
A aula foi passando, dali em diante não aconteceu muita coisa, me concentraria no cargo de representante não só por ela mas porque eu gosto também.
Quando fui embora e cheguei em casa, meu pai estava sentado na mesa da cozinha contando algo a minha mãe. Eu dei oi para eles e fui para o meu quarto me trocar. Quando terminei ouvi minha mãe me chamar. Fui até a cozinha e perguntei o que havia acontecido. Ela me contou de um assassinato que havia acontecido perto da minha escola e me disse para tomar cuidado. Pelo visto, meu pai estaria encarregado do caso e me pediria ajuda ficando de olho no perfil dos alunos. Meu pai, como diversão (sim, nossa família se diverte assim) me ensinou a ver os movimentos da pessoa porque isso diz muito sobre seu inconsciente. Olhos saltando, contrações...Eu quis ajudar e decidi que a partir de amanhã ficaria mais próximo das pessoas. Principalmente de Victória, mas, para protegê-la. Tomaria cuidado para ela não me perceber mas, com um assassino a solta e matando alunos... ela não poderia correr o risco, não deixaria que algo acontecesse a ela.
O dia foi se esvaindo e dormi observando as estrelas, pensando no dia de amanhã e se havia convencido as pessoas de minhas habilidades. Claro que eu só estava começando mas, estava ansioso para a votação. O que será daqui para frente?
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Victória, a rainha inocente
Novela JuvenilÉ possível amar ilusões e montes de cartas vermelhas? Arrogância é um pretexto, amor um risco, tiros são flores e sentimentos, espaços mínimos ilusórios então, o que resta?