Sandie

prólogo

O despertador toca pela manhã. Levanto sem qualquer ânimo pra ir a escola, afinal, o terceiro ano do ensino médio já não é lá essas coisas, diria que não é nem um pouco empolgante. Quer dizer, não depois que minha amiga foi embora. Ainda sinto saudades dela...
Ignorando meus pensamentos, apenas me levanto da cama e vou em direção ao banheiro. Me olho no espelho e vejo a mesma cara de sempre... A de sono. Meus cabelos ruivos estão despenteados, minha aparência cansada e ainda estou com meu pijama preto. Olho atentamente pra mim enquanto penso em como me deixar mais apresentável. De repente escuto uma voz vindo do andar de baixo de minha casa. Alguém me chama.
- Sandieee! Se vc ficar enrolando vai se atrasar de novo pra escola!
Bom, um dia normal, eu parecendo um zumbi e minha mãe estressada de novo. Começo a escovar os dentes, tomo um banho, me troco e pego minhas coisas para mais um dia entediante na escola.
Desço as escadas tomo um café da manhã e olho no relógio. Fuck. Já são 6:55 vou chegar atrasada. Saio que nem louca de casa, deixando tudo como estava na mesa da sala.
Estava perto de fechar o portão quando chego a tempo na escola. Entro na escola e fico no pátio esperando dar o sinal. Quando do nada minha amiga vem correndo que nem uma louca enquanto grita meu nome e pula nas minhas costas.
- Oi Sandie. Como você está??
Ela pergunta sorrindo enquanto me dá um beijo na bochecha
- Como você acha que eu estou hein sua desajeitada?? Você quase quebrou minha coluna agora, só com esse pulo que você deu.
- É pra você já começar o dia com alegria, e pra se lembrar que eu estou aqui sempre que você precisar.
- Com alegria...? Aaah okay - digo sorrindo - afinal, você sabe que eu não consigo ficar brava com você não é minha pekena.
O hilário de chamar minha amiga de pekena era que ela de fato era muito pequena, e odiava quando a chamavam assim, mas estranhamente ela não se importava quando "eu" a chamava assim, nunca entendi muito bem o porque disso. O mais engraçado é que eu era apenas 10 centímetros maior que ela, mas ainda sim, insistia que isso fazia muita diferença.
Bateu o sinal e então fomos para a sala. Entrei na sala e vi as mesmas pessoas loucas das quais já estou acostumada já faz um ano. É uma sala bem maluca, mas apesar de tudo eu gosto dela e das pessoas loucas que formam a sala do terceiro ano A.
O professor entra na sala e manda que todos se sentem. Droga, a primeira aula é de matemática. Odeio esse professor que vive fazendo suas piadinhas infames na esperança que alguém ache graça. Quando ele vai entender que as piadas são horríveis e que os únicos que acham graça são aqueles que precisam de nota com ele então o ficam bajulando? Mas ainda pior do que o professor é o menino insuportável que senta ao meu lado. Dá pra acreditar que conheço ele desde que éramos pequenos e agora depois de grande ainda tenho que aguenta-lo? Não sei como ainda aguento. Mas apesar de tudo ele é um pouco, bem pouco, legal. Só é difícil lidar com a bipolaridade dele. Mas o que alegra o meu dia é o fato de que minha amiga Sara ( dá qual tem o apelido de pekena ) senta na primeira carteira bem perto da minha e na frente desse meu "amigo" e ela não o suporta, vive brigando com ele. Então isso me alegra, pois eu apenas sento de lado na cadeira e observo as brigas Kkkkk.
Após um tempo de aula bate o sinal para o intervalo, e eu e minha amiga Christina fazemos um pequeno tráfico de maçãs, já que só podemos comer dentro do refeitório... Mas obviamente não fazemos isso, então damos um jeito de sairmos escondidas com as maçãs.
Voltamos a sala para continuar nossa aula de filosofia. Eu amo essa matéria, mas as pessoas da sala não tem o menor respeito pela professora. Tenho dó dela, ela é tão legal. Enquanto alguns alunos falam que gostam dela, mas na hora que ela vai explicar eles não deixam porque não param de falar. Hipócritas.
Ao final da aula de filosofia a professora entrega os trabalhos da semana passada. Bom, até que consegui tirar uma nota boa. Chegamos então as duas últimas aulas. Vamos ter português. Eu adoro essa matéria e amo essa professora. Mas o tempo passa rápido. Apesar de eu gostar dessa aula é a que eu menos participo, apenas observo de longe o que os outros falam.
Logo a aula termina. Me pergunto como a aula dela passa tão rápido.
Bate o sinal e todos saem que nem loucos da sala.
— Cara, qual a necessidade de tanto desespero pra sair da sala — digo em voz alta. E Sara apenas concorda comigo.
Vou para casa após mais um dia na escola. Chego em meu quarto e me jogo na cama. É quando eu escuto o barulho do meu celular. Barulho esse que é característico de quando recebo mensagem. Fico com preguiça de olhar, mas então chegam várias mensagens seguidas e acabo olhando. Quando desbloqueio o meu celular leio as mensagens, e aí percebi quem as havia me enviado. Solto um grito de alegria. Não acredito...