Capitulo 5: Não é romântico, é só uma brincadeira...
A festa foi ontem, e tal como eu estava á espera, foi uma porcaria autêntica...
Eu provo-me cada vez mais que estas festas não são boas para a minha sanidade mental. Nem que a Luna me peça, nunca mais vou a nenhuma.
Quando estávamos quase a chegar a casa, a Luna, pegada ao meu braço, disse-me algo que, vou-vos dizer, não estava nada á espera.
"Irmão..."
"Sim, irmã?"
"Eu tenho uma coisa para te dizer."
"Sim?"
"Eu tenho um namorado.", como é que é?
Como é que é?
Não.
Não.
Não pode ser possível.
"Estás a brincar comigo, Luna.", a Luna sorriu.
"Não, Lars, não estou."
"Mas, como? Quando?"
"Foi hoje na escola. De tarde ele pediu-me para ir ter com ele atrás do ginásio. Depois pediu-me em namoro, e como não estava ali ninguém procedeu para me desflorar."
"O quê?"
"Sim, ele desflorou-me, de forma meio violenta até, eu diria.", espera.
Desflorou?
Não. Não pode ter acontecido. Vamos pensar sobre isto. A minha irmã nunca faria isto, sim, isso é o mais óbvio. Tenho a certeza que se alguém a pedisse em namoro, ela negaria na hora, e de forma provavelmente até rude. Eu conheço-a.
"Desculpa, mas não acredito.", aí, a Luna olhou para mim e encontrou os meus olhos. De repente senti o braço dela agarrar com força no meu e os dedos dela, de forma meio lenta, a interlaçarem-se com os meus. Perdi o fôlego um pouco.
"Porquê, Lars?", ela aproximou-se de mim, levantando a face para vir para ao pé da minha. Estávamos ao mesmo nível, mesmo que ela tivesse de estar em bicos de pé para o fazer, "Achas que a tua irmã é assim tão pura?"
Sem nada o prever, ela aproximou a sua face da minha e começou a quebrar a distância que havia entre nós os dois. Eu senti-me, sinceramente, encurralado.
O que é que ela queria? Beijar-me? Ah! Vá lá, eu sou irmão dela! Mas, os lábios dela...
Tentei escapar-me, mas acabei por ir de costas contra a parede de uma loja, e a Luna ficou ainda mais perto de mim.
Apercebi-me que esta situação parecia uma certa situação que aconteceu antes da festa.
"Luna....", eu pouco conseguia dizer nada. Que foi? Ela É linda.
"Lars....", quebrando a distância entre nós, eu esqueci-me de toda e qualquer moral que pudesse haver no mundo, e preparei-me para o tocar dos nossos lábios. Mas soube bem, depois disto não haveria ir para trás. Se nós nos beijássemos aqui, as coisas nunca mais seriam as mesmas.
Mas, a minha mente sorrindo, acabei por aceitar uma velha máxima adolescente. Que se fodam as consequências.
Fechei os olhos, e deixei a Luna ter a sua maneira comigo. Esperei o tocar dos pequenos e sensíveis lábios dela sobre os meus, mas, isso nunca chegou.
Abri os olhos, e a Luna estava mais afastada de mim, com os braços atrás das costas, e sorrindo.
"Estou na brincadeira, Lars. Achavas mesmo que eu tinha um namorado?", levantou uma mão á minha face, "Eu não preciso de um namorado."
"Ai é? E porquê?"
"Ehehe.", ela riu e virou-se, continuando o caminho para casa. Levando ela e aquele corpo do diabo que ela tem, tapado hoje pelo justinho vestido negro. Oh, mas o quanto não gostava eu de pegar nela, deitá-la sobre um sofá, e fazer o que me desse com ela...
Espera. Não. Não, o que é que eu estou a pensar...
Fui pôr-me ao lado dela, e mesmo sem conversa, continuámos o nosso caminho para casa.
Como claro o ar em nossa volta ficou um bocado estranho. Sou um idiota...
Agora que olho para esta noite, eu realmente perdi a noção da realidade depois da festa ter acabado. Não posso deixar-me levar pelas belezas do mundo feminino.
Há um certo momento na relação entre duas pessoas que tu te apercebes que estás numa ponte. E dão-te a possibilidade de passar essa ponte, ou não passar essa ponte. Sabes que não importa a tua escolha a relação nunca mais será a mesma. É quase um medo da mudança, sabes que vem e mesmo assim não consegues escolher uma mudança viável.
A Luna, que caminhava silenciosamente a meu lado, foi-me tirando olhares pelo caminho. Mirava-me de dez em dez segundos, meio corada, e tentando fazer-se de ignorante quando eu retornava os seus olhares. Quem a visse a andar quase pensaria que ela tinha algum problema na perna, porque ela parecia estar a ter problemas em andar. Parecia quase como se o corar das bochechas dela tivesse algo a ver com ela estar a ter problemas a andar, quase como se tivesse pouca força nos joelhos. Hmmm....imagino o que possa estar a acontecer com ela.
O ar á nossa volta pareceu ficar mais quente durante um bocado, e até a mim me custou a respirar. Abanei a gravata e desloquei-a um pouco. O que é que estava a acontecer comigo?
Parámos um pouco á espera que o sinal de trânsito ficasse vermelho para podermos passar a passadeira, e eu aproveitei para pensar um pouco logicamente sobre esta situação.
A Luna disse-me que tinha um namorado, mas estava só a mentir, e depois, por alguma razão, parecia que me ia beijar, mas parou no último momento. Porque é que ela decidiu fazer que me ia beijar? Porquê? Será que ela se sente atraída por mim?
Não. Lembrei-me do que eu lhe fiz antes de virmos para a festa. Eu também fiz que a ia beijar, mas isso foi para provar um argumento.
Então ela só está a meter-se comigo....eh, rapariga desavergonhada, quem é que te ensinou assim? Fui eu? Não me lembro...
Bem, se há algo que eu aprendi a fazer foi a brincar com quem brinca comigo. São só boas maneiras.
---X---
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Os Deuses Da Comédia Romântica
Hài hướcLars, um adolescente, odeia ser adolescente. Faz parte de uma turma onde ele é invisivel, e por isso, ele usa esse poder para observar e julgar os "idiotas" a que ele chama adolescentes. Os vicios, hábitos, e maneiras de viver, falar...