Onze.

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Niall...

Não sei por qual razão fiz isso, mas foi o melhor dos impulsos. Seu toque em mim, seu cheiro, sua maneira. Parece que meu corpo anseiava por isso, parece que ela sempre foi minha...

"O que foi isso?" ela saí do nosso beijo e me olha assustada.

"Eu..." mal consigo formar uma frase.

"Não fala nada" a vejo se distanciar.

"Elisa" vou atrás dela.

"Niall me deixa por favor" seus olhos lacrimejam.

Deixo ela ir e a vejo sumir por entre o campo. Eu não sei se isso foi uma burrada que fiz, mas ela parecia confortável comigo. Eu senti que ela queria tanto quanto eu também queria. Foi confuso, eu nunca me senti assim parecia certo mas também tão errado. Eu não quero perde-la, eu não posso.

"Niall estão chamando você lá dentro" um cara me fala.

Olho pro mesmo lugar que a Elisa saiu confirmando que ela realmente se foi. Volto ao hall e as pessoas ainda continuam lá, falam e sorriem umas pras outras. Um sorriso falso e uma conversa esfarrapada. Pego uma taça de seja lá o que for e viro. O álcool queima minha garganta e ainda posso jurar sentir o gosto do seu beijo na minha boca.

"Cadê a Elisa?" Jonathan chega perto.

"Foi embora" fecho o rosto.

"Por que?" ele pega uma taça.

"Isso importa?" o olho.

"Talvez sim" ele abre um sorriso irônico.

"Fica longe dela" me afasto.

Esse coquetel já não faz menor sentido. Preciso ficar mais um pouco por conta de alguns contratos que preciso de apoio. Mas minha vontade realmente é de sair daqui e ir atrás da Elisa, ela deve me odiar a essa altura. O coquetel aos poucos vai esvaziando e minha taça de champagne já esquentou de tanto que ficou na minha mão. Falo com mais umas pessoas e é hora de ir. Caminho até a garagem com o único e mesmo pensamento... Elisa.

"Niall?" alguém me chama.

"Olá" Me assusto ao vê o pai de Elisa.

"Você é do clube?" ele se aproxima.

"Sim, na verdade comprei umas áreas dele" cruzo os braços.

"É um belo lugar" ele me olha como se quisesse me perguntar algo.

"Sim é" olho ao redor.

"Na verdade eu queria conversar com você, tem algum tempo?" ele parece formidável.

"Claro, eu pago o café" faço o caminho de volta.

"Dessa vez" ele da dois tapinhas na minha costa.

Entramos em um dos cafés do clube. Dafiny a atendente logo anota nosso pedido e sai dando a rebolada de sempre que até gosto. Mas nesse momento só a Elisa vem na minha cabeça. Seus olhos, sua boca, seu cheiro seu toque... Parece até que estou.

"Niall?" Enrico me desperta.

"Desculpa estava distraído" pensando na sua filha. Posso apostar que estou vermelho.

"Quero falar sobre a Elisa" será se pensei alto?

"Claro" me arrumo visivelmente nervoso.

"Vocês dois estão passando bom tempo juntos não é mesmo?" ele me encara.

"Sim estamos. Elisa é uma ótima companhia" o encaro em resposta.

"Eu vou ser direto... Elisa passou por muita coisa na vida. Nunca foi de se importa com a aparência ou de ter amigos. Mas parece que você a mudou bastante" ele parece querer falar algo.

"Na verdade, Elisa se mudou, ela viu o quanto ela é lin... Inteligente" volto atrás no que falei.

"O colegial foi um tempo bem difícil pra ela. Só Deus sabe o quanto" ele suspira.

"Na verdade Elisa não me conta muito sobre essa época... Obrigado" falo com a  atendente que acaba de deixar nossas xícaras.

"Eu esperava por isso. Elisa... Ela... Como posso falar" começo a ficar nervoso.

"O que?" largo a xícara contra a mesa que acaba fazendo um barulho.

"Tinha um rapaz, seu melhor amigo. Eles viviam juntos, desde pequenos. Ele era quase um membro da família. Até  que... Uma semana antes do baile de formatura ele pediu a mão da Elisa em namoro. E eu é claro que deixei, afinal ele sempre a defendeu de tudo naquela escola, dos comentários maldosos, dos trotes que só depois de muito tempo descobrirmos que ela sofria.  Na noite do baile, Elisa pois o melhor vestido, estava linda. O sorriso mais lindo do mundo era o dela. Ele estava atrasado a uma hora então decidimos ir até sua casa. Ao abrir a porta o encontramos no sofá junto a uma garota. Os dois estavam sem roupa...Elisa saiu dali, chorando, devastada. Ela não sorria mais até nos mudarmos e ela conhecer você, por isso sou grato" vejo seu olhos enxerem de lágrimas.

"Que filho da puta... Que dizer!" falo ao pensar no menino. Que tipo de pessoa machucaria Elisa assim?

"Tudo bem, eu também o chamei disso" ele toma um gole de café.

"Eu quero que o senhor saiba que nunca mais ninguém a maltrara" serro os punhos.

"Obrigado, preciso ir" ele arruma o paletó.

"Nos vemos mais tarde" aperto sua mão.

Vamos ate o estacionamento e ambos pegam seus respectivos carros. Ligo a rádio e penso em tudo que Enrico me falou. Foi por isso a reação dela ao nosso beijo, mas eu não quero a machucar. Eu não sou que nem esse idiota... Ou sou?
Mal lembro que já estou no estacionamento do prédio. Logo já estou no elevador e bato minha testa contra o espelho gelado. O bipi do elevador revela meu andar. Logo estou frente a porta, mas não a minha porta e sim a de Elisa.

"Niall?" sua mãe me olha.

"Elisa está?" ponho as mãos no bolso.

"Não... Ela... Ela foi a biblioteca da universidade" sua mãe parece nervosa.

"Pode dizer a ela que passei aqui?"  digo sem graça.

"Claro" ela abre um sorriso.

Aceno um tchau e vou até meu apartamento. Me jogando no sofá e refletindo mais uma vez em tudo!

Perdoem minha demora, não desistam de mim.

Uma pequena esperança| Niall HoranOnde histórias criam vida. Descubra agora