~01~ A Viagem

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Um photoshoot nunca foi dificil de fazer, é uma obra-prima, a onde pessoas mostram suas qualidades e seus defeitos em frente as câmeras. Essa é a minha vocação, fotografia. Na verdade, a fotografia é meu hobbie, o que quero mesmo fazer é ser modelo, entretanto nunca passou de desejo.

-Beatriz Arpini- Chamou a professora me tirando dos desvaneios. Fazendo esforço, me levantei me arrastando até a mesa da Professora Sandra, de química. Ela me entregou uma folha que ali continha o meu pesadelo, minha nota.

6,9

Eu não passei em química por 6,9?

-Qual é Sandra!- Me virei para ela com as sobrancelhas arqueadas a me observar.

-O que á de errado Arpini- Indagou

-6,9! Isso que está errado- Ouvia incentivos dos colegas de classe, eles adoram uma briga, e eu também não dispenso.

-Não poderei fazer nada se está é sua nota. Larissa Ramos.- Chamou a outra, ela se levantou e pegou sua nota e voltou a se sentar contente.

-Isso é muito injusto- Contestei

-Não há nada injusto, você apenas não estudou o bastante. Sérgio Oliveira- Entregou outra prova. É tão simples  estudar, ela que não vai com a minha cara.

-Sente-se Beatriz- Mandou, voltei a me sentar, observando. Sérgio levantou e foi até ela, ele sussurrou que havia tirado 6,8

Ela fez a questão de revisar a nota do mesmo e mudou sua nota para 7,30.

-Se você pode revisar a nota dele, a minha também tem o direito de ser revisada- Disse indignada

-Pois bem, traga-a aqui- Suspirou revirando os olhos. Andei até ela com os pés pesados e joguei a prova em seu rosto. Ela a revisou, mudou minha nota para 7,0

-Pronto. Júlia Cabral- Voltei a minha cadeira brilhantemente feliz.

Voltei a pensar em um photoshoot, mas dessa vez a modelo era eu.

A aula acabou, fui para a parada em pleno céu nublado de São Paulo. Naquela época não era uma surpresa ver o céu nublado, principalmente em São Paulo. Peguei meu ônibus para Garulhos a onde morava, não era tão longe de casa. Me sentei no fundo, o ônibus chacoalhava, caia em buracos, todos os dias era a mesma coisa.

Desci na parada da minha casa. Caminhei até chegar no condomínio. Passei pela portaria, pela quadra, parquinho e cheguei no meu bloco. Esperei o elevador chegar. Subi para o nono andar, destranquei a porta, e estava sozinha como em todo dia normal.

Dando sete e meia, meus pais chegaram do trabalho reclamando do trânsito de São Paulo, o que para mim, não era novidade.

-Ele parou na minha frente, eu não tive culpa Vitória!- Meu pai se justificava a minha mãe, que dizia que ele não estava prestando atenção e por isso, quase bateu o carro.

-Mario, tá bom, chega de brigar, vamos apenas relaxar- Minha família não era de briga, eu era. Minha mãe fazia de tudo para que não brigássemos, mesmo quando a situação era crítica. Voltei a minha atenção ao Futebol Americano. Os Colboys perdiam de 24 a 30 pros Patriots, meu time por sinal. Comi pipoca até meu pai chegar e roubar o pote de mim.

-Fala sério pai- Reclamei

-Xiu- Respondeu e tive que me conformar com meu pote perdido. Assistimos o jogo e lá se foi mais um dia comum.

Outro ano comum se passou, ia segundo ano do ensino médio.

Mais outro ano se passou, terceiro ano, o último por sinal.

Estavamos no meio do ano quando meus pais anunciaram uma grande surpresa para mim.

-Você já tem 17 anos, decidimos mandar você para Londres fazer intercambio- Meu queixo caiu enquanto minha mãe dizia

-Tá brincando?- Dúvidei se era verdade, ela negou

-Como você não teve festa de quinze, porque não quis, então deixamos para agora. O que achou?

-Eu achei demais!- Pulei do sofá e abracei os dois- Muito obrigada! Quando vou?- Perguntei me separando

-Dia 15 de julho, arrumamos um lugar para ficar ontem, e se você pensar em ficar por lá, iremos ver um apartamento- Meu pai disse e eu sai pulando pela casa

Quando resolvi dormir, deitei na cama e ali fiquei mechendo do celular, até surgir uma mensagem de alguém que eu queria distancia.

-Vai para Londres? -Underhill

Underhill, Thiago Underhill, me envolvi com ele há um tempo atrás, contudo ele era uma pessoa obcessiva, logo após descobri que ele era envolvido com tráfico e falei para ele ficar longe de mim.

-Não é da sua conta.

-Tudo o que te envolve é da minha conta- Underhill

-Eu falei para você não me mandar mais mensagens.

-Parece que não obedeci. Eu te adoro Bia- Underhill

-Volta comigo- Underhill

-Fica longe de mim Underhill.

O bloqueei, ele não poderia mais me mandar mensagens. Odeiei quando ele me chamou de Bia, só quem me chamava de Bia eram meus amigos, e ele não era um deles.

Contei o que aconteceu a uns amigos, e quando eram três da manhã, resolvi em fim dormir.

Chegou dia 15 de julho, minhas malas já estão no carro a espera. Meus pais descem correndo, entramos no carro, estavamos quase atrasados. Meu pai voou para o aeroporto. Chegando lá, despachei a mala.

-Vai com cuidado filha- Abracei forte meu pai, com medo de largar.

-Isso filha, não esquece de ligar, passar mensagem- Abracei minha mãe- Se precisar de remédio, eu mando. Qualquer coisa filha- Sua voz ficou embargada

-Não vai chorar mãe- Ri

-Impossivel- Disse ela já chorando

-Está na hora- Meu pai avisou, me separei do abraço e fui caminhando até o raio-x

Catorze horas no avião. Não consegui dormir de tão ansiosa que estava.

(E ai gente. Dando início a mais uma história, e essa eu prometo que irei terminar. Essa será uma história curta, na verdade depende do que irá acontecer. Espero que gostem, deixem comentários e o fav por favor)

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