Cansados e bêbados, resolvemos ir para nossos quartos ou não haveria nenhum aproveitamento naquela noite. No caminho, pudemos ver Perla e Dante atracados em uma árvore, a principio apenas se beijando. Dei dois tapas no ombro do meu primo que se assustou, mas logo relaxou a nos avistar no meio da escuridão.
- Toda sua. - Apontei para a clareira.
- Achei que não iam vagar nunca. Temos que combinar horários e dias para essa droga. - Rosnou Perla e saiu andando na frente, puxando Dante pelo braço.
Ouvi a risada de Bella e espelhei seu gesto.
- Vocês deram sorte. - Ela gritou para eles enquanto se afastavam.
Fui puxando-a dessa vez, com medo de carrega-la e correr o perigo de nos derrubar.
Na porta do seu dormitório, olhei para todos os lados antes de tomar seu rosto e beijar seus lábios. Eu amava beijar os lábios daquela garota e não me conformava o quanto tempo ficara sem conhecer o seu sabor. O que eu estava pensando beijando outros lábios se não aqueles que foram feitos na medida para mim?
Descolei nossos lábios e encostei nossas testas, sentindo suas mãos em meus pulsos. Seus olhos ainda estavam fechados e eu senti falta do seu brilho.
- Eu te amo tanto, Matteo. - Arabella disse no segundo em que abriu os olhos, mostrando ali a verdade, mostrando o quanto doía me amar. Eu conhecia o sentimento.
- Eu te amo demais, Arabella. Como jamais amei alguém. - Abracei sua cintura e distribui beijos por suas bochechas e pescoço enquanto ela dava risada, tentando não rir alto para não acordar as outras garotas do seu dormitório.
Queria fazê-la rir e não chorar. Queria que ela esquecesse quem éramos e o que aconteceria quando tudo aquilo acabasse. Quando tínhamos que voltar? Não me lembrava.
- Nos vemos amanhã. - Fiz uma promessa, beijando sua testa e saindo dali, olhando para trás a tempo de vê-la entrar em seu dormitório.
- Então nós fizemos uma competição de quem beijava primeiro e adivinha quem ganhou? - Luigi fez um suspense na mesa enquanto todos prestavam atenção nele. - Lógico que fui eu.
- Nossa, vocês estão muito fracos. Você é gay, Francesco? - Perla perguntou, fazendo-me cair na gargalhada.
- Por que sou eu quem tem que tomar a iniciativa? - Francesco bateu na mesa, parecendo irritado com a sugestão de Perla Pasini.
- Eu acho que isso foi uma indireta, irmã. - Ela apontou para Paola.
- Por que você não cuida da sua vida? - Paola levantou da mesa e saiu andando com sua bandeja em mãos, jogando seu lixo e saindo do refeitório.
- Parabéns, Perla. - Francesco repetiu o gesto de Paola e logo nossa mesa tinha um desfalque.
Os olhares confusos foram na direção de Luigi. O que acontecera? Nem eu mesmo estava entendendo.
- Tudo bem, eu conto. - Luigi suspirou antes de continuar: - Ontem nós fizemos a competição e, ao invés do Chê chegar nela, ele foi atrás de outra garota.
- Cazzo! - Arabella esbravejou ao meu lado, os cotovelos na mesa enquanto seus dedos se embrenhavam nos cabelos.
- Ele não tem culpa. Desde que eu me conheço por gente sei que Francesco não tem jeito nenhum com mulheres. Eu não sei como ele conseguiu perder o cabaço até hoje. - Comentei.
- Se perdeu. - Dante completou.
- É bom ele avançar, porque Paola não tem jeito de quem vai fazer isso. - Perla foi quem falou dessa vez. - E que ele faça isso direito ou a minha irmã não vai querê-lo mais.
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Entre Segredos e Pizzas
Novela JuvenilUma rivalidade antiga entre famílias pode deixar um gosto extremamente gostoso em se apaixonar pelo inimigo. Mesmo indo contra a razão e tudo o que ela acredita, Arabella tem a dura vontade de jogar tudo para o alto e apenas deixar acontecer. Não es...