Capítulo 5 parte 3

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                              Tate

   Conforme o tempo foi passando, eu fiquei cada vez mais ruim.  Maldades aqui, maldades ali.
    Eu não tinha amigos, eu era muito solitário, sofria bullying.
    Não tinha um dia que alguém me deixasse em paz, sempre iam lá e me humilhavam.  Rasgavam minhas vestes, jogavam meus pares de sapato no lixo mais fedorento da escola.
   Nenhuma menina queria ao menos olhar para mim, todas tinham nojo. O bullying era cometido exatamente todos os dias comigo. Eu não tinha exatamente um valentão, eu odiava todos igualmente.  Populares, líderes de torcida, jogadores de futebol, fracassados e nerds, odiava todos 100%.  Todo mundo que estava naquela escola eu odiava.
  Só que as coisas pioraram quando fiz 16 anos...
Meu pai se casou com Aquela vadiazona da Sarah, a polícia estava em cima de mim pois estavam desconfiados da morte da minha mãe e da esposa sapatona dela. 
  Depois de 2 meses e Meio, Sarah engravidou e meu pai ficou totalmente empolgado, já que seu primeiro filho era uma vergonha para ele...
   Meu pai nunca ligou para mim, depois que Sarah engravidou, meu pai tirou meu quarto para o bebê. Ele tirou tudo o que tinha dentro.  Exatamente tudo.
  Dormi na sala por 9 fucking meses...
  Quando o bebe nasceu, as coisas ficaram mais hipócritas possiveis, meu pai e Sarah estavam encantados, até que ele e a Sarah estavam me tratando até bem. Por mais que eu odiava a Sarah e o meu pai, eu não conseguia odiar o bebe, por mais que ele tenha saído das entranhas de Sarah...

Ele se chamava Andrew...

Andrew tinha belos olhos verdes iguais o de Sarah, seu rostinho era lotado de sardas em suas bochechas. Quando olhava pra ele, eu conseguia ver a Sarah naquele rosto pequenino e mal desenvolvido de bebe. Ele tinha os cabelos cacheados e loiros iguais ao do meu pai.

Confesso que esse bebe deu uma aliviada na minha vida...

  Logo quando eu chegava da escola, eu cuidava do meu "irmãozinho", ele era tão bonzinho comigo, não me dava trabalho. As vezes eu levara ele para passear no parque onde tinha varios alunos da minha classe.
  Todos aqueles populares dá minha escola ficavam olhando pra mim como se eu fosse estuprar o bebê, sendo que ele era meu irmão... Eu era tratado como se eu fosse um psicopata.
  Chegou uns dias que a polícia ficou muito em cima de mim... Eles batiam a porta todos os dias para fazer  entrevista comigo sobre minha mãe.  Até que um dia, eu abri a porta:

-Olá, você é o senhor Tate?
-Sim, ele mesmo. O que vocês querem aqui?
-Queremos fazer uma entrevista com você sobre a morte da sua mãe naquele incêndio.
-Ah entendi, eu sinto muitas saudades da minha querida mãe.
(Como fui hipócrita)
-Me responda apenas uma pergunta.  Você gosta de casacos longos e pretos??
-Ah sim, curto muito... Eu tinha um casaco que era preto, com botões dourados só que eu perdi.
-Ah perdeu?? Será que não é este que acabei de pegar na casa da sua falecida mãe??
Fiquei sem graça, e tentei inventar uma breve mentira sobre isso. Mas não adiantou.
  O polícial levantou do sofá calado, foi até a porta e foi embora.
  Depois daquele dia, eu já sabia que ia dar merda...




 

Um demônio chamado DepressãoOnde histórias criam vida. Descubra agora