[yugyeom]
e é aqui, sentado em meio a fotos de nós dois espalhadas na nossa antiga cama, relendo nossas mensagens, que eu percebo o grande merda que sou.
aposto o meu rim esquerdo que você está em uma festa agora mesmo, beijando os primeiros que aparecem na sua frente, completamente bêbado, ou fazendo qualquer coisa que não seja chorar em um canto escuro do quarto, se mergulhando em lembranças do antigo "nós".
e, se você ainda costuma ser o cara por quem eu terrivelmente me apaixonei, vai ignorar todos os "conselhos de mãe" dos seus amigos e vai arriscar sua preciosa vida, sem se importar com quem realmente liga pra você. vai sair dirigindo como um louco e ganhar algumas várias multas de trânsito. vai pixar nos muros de escolas símbolos anarquistas e mensagens contra o governo, mesmo sem saber nada sobre a situação política atual. vai gritar palavrões no meio da rua durante a madrugada e talvez seja preso por ataque ao pudor depois de cuspir na cara dos policiais, como fez daquela vez. você vai fazer de tudo para poder sentir o perigo na pele, porque é esse o seu vício: a adrenalina.
você sempre gostou de viver como se não houvesse amanhã. e quem sabe se o amanhã realmente existe? você dizia, e eu tenho que concordar. mas, mas, você não poderia arranjar algum outro jeito de sentir a adrenalina sem necessariamente por a sua vida e a dos outros em risco? porque, apesar de tudo, eu ainda me importo.
porra, eu não queria, eu juro, mas eu ainda ligo pra merda da sua existência, seu cretino. eu ainda me importo se você está bem e se eles cuidam de você tão bem quanto eu cuidava. eu me importo se você está feliz como eu estava enquanto "a gente" ainda existia.
você é uma droga, no melhor e no pior dos sentidos. é inebriante, viciante e me causa uma sensação de cócegas no estômago. você estava nas minhas roupas, nas minhas músicas, nos meus lugares, você estava em tudo. você se instalou em cada célula do meu corpo, você corria por minhas veias. você estava tudo o que eu olhasse e tudo o que eu fizesse.
o que eu não esperava é que eu teria uma overdose. e, infelizmente, não é no bom sentido da palavra.
eu deveria ter imaginado que o seu amor era um jogo ― um jogo em que eu perdi feio, definitivamente. deveria ter imaginado que para você tudo não poderia passar de uma diversão. deveria ter imaginado que sentimentos são uma coisa tão sensível para você quanto são para mim. deveria ter percebido o seu medo, que por sinal era o mesmo que o meu: o tão temido coração partido.
mas agora o jogo acabou e você não está mais aqui. e eu ainda não consigo te tirar da minha cabeça.
oh, é uma pena.
é uma pena não nos falarmos mais. eu gostava tanto das nossas conversas sobre qualquer coisa que viesse na nossa mente e das pequenas discussões sobre qual sabor de sorvete era melhor. você sempre ganhava, mas só porque eu tinha uma queda por flocos. eu sinto falta dos assuntos intermináveis que encontrávamos para discutir, sinto falta da sua expressão irritada ― e fodidamente linda ― quando eu dizia algo que ia contra os seus conceitos pré-formados sobre nossos planos de meter o pé desse planeta em uma nave prateada.
eu sinto falta de ter você por perto, onde eu consigo admirar cada detalhe do seu corpo. sinto falta de te abraçar bem apertado e tentar contar seus cílios enquanto você dorme. sinto falta de amassar suas bochechas e fazer uma voz fofa só pra te irritar e distribuir beijinhos por seu rosto porque você é simplesmente chato demais e eu sei que você odeia esses mimimi's. sinto falta do seu sorriso, da sua voz, do seu cheiro, do seu cabelo, das suas mãos entrelaçadas com as minhas, do gosto dos seus beijos e de foder você bem forte também, das suas feições ao receber o prazer que eu te proporcionava, os lábios inchados e rosto suado com um sorrisinho unicamente seu.
eu gravei você em minha memória o máximo que pude, assim como uma fotografia. gravei seus modos, suas manias, suas expressões, cada centímetro do seu corpo.
e eu sei que já te disse isso incontáveis vezes, e sei que você discorda fielmente, mas você é irremediavelmente lindo, kunpimook.
caralho, como dói ter de pronunciar seu nome depois de tanto tempo. eu sinto falta dele também. me dói tanto saber que eu sinto tanto a sua falta, e dói mais ainda não saber se você sente o mesmo. gostaria de te perguntar sobre isso, mas eu não acho que eu seja o tipo de pessoa com quem você quer conversar nesse momento.
quem sabe, um dia, eu finalmente encontre uma maneira de te tirar do meu cérebro. mas, enquanto isso, eu apenas vou continuar aqui no meu quarto, sentindo a falta de amar alguém que não me ama mais.
eu não queria que fosse assim. eu não queria me obrigar a parar de te amar e te transformar em um arquivo guardado nas gavetas das minhas memórias. eu queria que a vida fosse como um roteiro dos filmes da disney, que você aparecesse agora mesmo em um cavalo branco e nos levasse para o nosso castelo cor de rosa para vivermos felizes para sempre.
uh, impossível. você sempre odiou finais felizes.
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mano eram 4:16am de uma segunda-feira e eu tava morrendo de fome, resolvi escrever e deu nisso
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we don't talk anymore.
Fanfiction"eu deveria ter imaginado que o seu amor era um jogo. deveria ter imaginado que sentimentos são uma coisa tão sensível para você quanto são para mim. deveria ter percebido o seu medo, que por sinal era o mesmo que o meu: o tão temido coração partido...