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  Era uma manhã ensolarada, um carro prata, estacionou na frente de uma bela casa, próxima a praia, o azulejo marrom que parecia pedra decorava a faixada. Um belo homem de cabelos negros, olhos verde, barba por fazer, alto e corpo visivelmente malhado, mesmo ele usando roupa social saiu do carro olhou os arredores meio insatisfeito, do outro lado da rua havia uma praça, onde ele parou por um instante, ao ver um rapaz de cabelo loiro que parecia estar a algum tempo sem cortar, pele bastante bronzeada e usando óculos escuros, correndo ao lado de um belo labrador de pelo dourado.

  O homem ficou parado olhando, mas logo voltou a si e tocou a campainha da casa, alguns minutos depois um garoto de doze anos foi abrir o portão.

- A mamãe foi trabalhar, mas mandou eu lhe avisar que você vai ficar no seu antigo quarto, Alex. -disse o garoto com um sorriso desafiador.

- Ok, me ajude a pegar as malas no carro. -pediu voltando para trás e abrindo o porta malas do carro.

- Vou deixar claro que não sou seu escravo, você tem duas mãos! -o garoto entrou mostrando a língua para Alex.

- Seu pestinha mau educado!

  Alex pegou duas malas dentro do carro e entrou as arrastando até a sala, a casa era espaçosa e bem organizada, ele sentiu nostalgia vendo que nada havia mudado desde que foi embora.

  Após tomar um pouco de ar, levou tudo para seu antigo quarto no segundo andar, que tinha vista para a rua, deixou as malas em um canto e voltou para a sala, onde o garoto que era seu irmão mais novo, estava assistindo televisão enquanto colocava o tênis.

- Vai para a escola Eric? -perguntou Alex enquanto pegava alguns quadros na estante.

- Claro, se eu faltar a mamãe me mata... da para não conversar comigo!

- Com certeza será ótimo não falar com você!

- Alex! mal chegou e já está brigando com seu irmão! -disse um homem alto, gordo e com alguns mexas de cabelo branco, olhando o jornal e com uma xícara de café na mão, entrando na sala.

- Esse garoto é muito chato, não educaram ele bem como fizeram comigo. -Alex foi até seu pai, Carlos e o comprimento com um aperto de mãos, já que eles não eram tão próximos a ponto de se abraçarem e dizer que estavam felizes em ver um ao outro.

- Eric é um bom garoto.

- Onde está minha mãe?

- Ela foi se encontrar com algumas amigas, deve voltar tarde, tenho que ir trabalhar, conversamos no jantar? -perguntou com uma expressão seria.

- Sim.

  Alex passou a tarde arrumando suas coisas no quarto, mas já desejando ir embora, pois sabia que voltando para a casa de seus pais teria que aturar o irmão mais novo, o qual nunca se deu bem e seu pai que o adorava criticar, mesmo sem motivos. Ao terminar ele foi ver seu email, "ótimo" pensou vendo algumas mensagens confirmando entrevistas de emprego "se começar a trabalhar logo, daqui um mês vou poder alugar um apartamento de novo!"

  A noite Helena, a mãe de Alex, chegou com Carlos, cheia de sacolas, falando de seu passeio com outras mulheres, Eric havia voltado para casa a bastante tempo e estava em seu lugar favorito, o sofá, Alex os observou na sala pela escada, levou um tempo até descer.

- Alex!!! -gritou Helena indo o abraçar.

- Oi mãe.

- Como está querido? que bom ter você de volta!

- Estou indo... e a senhora?

- Bem... -respondeu percebendo que Alex não estava bem, tendo de voltar a morar com os pais. - Então vamos jantar?!

  Quando Alex tinha treze anos, ele contou para Helena que gostava de garotos, ela reagiu super bem e fez de tudo para se aproximar mais do filho, Carlos aceitou entre aspas, pois sempre agia com indiferença e dizia que não queria nenhum namorado na casa dele, Eric era bem novo, mas nunca ligou muito para a sexualidade do irmão, até começar a ouvir as ofensas do pai contra ele.

- Então, o que pretende fazer agora Alex? -perguntou Carlos se sentando a mesa, com eles.

- Conseguir um emprego o mais rápido possível, óbvio.

- Você fez bobagem, deveria ter analisado bem aquela empresa antes de aceitar o emprego, o óbvio é que eles iriam falir. -disse o homem mantendo a cara fechada.

- Não havia como eu ter previsto isso, eles estavam muito bem até pouco tempo. -Alex tentava não perder a cabeça já sabendo do discurso que viria a seguir.

- Nunca prevê nada, aposto que ficou gastando com qualquer um e nem sequer pensou no que poderia acontecer no futuro...

- Para sua informação. -disse o interrompendo. - Só sai do meu apartamento para ficar sem nenhuma dívida, caso tenha se esquecido eu lhe ajudei financeiramente no começo do ano quando a mamãe... Deixa pra lá, não vou agir igual você! -Alex levantou da mesa. - E não é por que sou gay que fico com qualquer um! -ele subiu para o quarto depressa.

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