Run Baby

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Eu corria por um corredor gelado, no final podia ver minha saída, aquela seria minha chance, seria minha liberdade para sempre?
Dei de cara com uma floresta escura, sem vida e sem alegria, justamente como eu me sentia naquela semana.
Um carro era tudo que eu precisava, o único veículo que restava naquele lugar, não pensei muito para entrar nele e o fazer ligar.
No momento em que o carro ligou senti um objeto gélido tocar minha cabeça, lágrimas tomaram os meu olhos, mas eu me recusava a chorar.
Aquele homem iria me entregar e eu voltaria para aquele inferno de novo.

- Dirige.

- O que?

- Logo antes que alguém descubra sua ausência.

Ele me guiou até uma cabana no meio de uma clareira, aquilo só podia ser um sonho.
Ele me guiou até dentro dá cabana e acendeu as luzes, ainda não pude ver seu rosto. O

- Por que me trouxe aqui?

-Calma, eu não vou te machucar

Notei que sua camiseta estava manchada na lateral da sua barriga.

-Você...Está bem?- disse apontando para a mancha.

-Eu acho que o tiro foi só de raspão.

-Não sei não, ta sangrando muito...Quer que eu dê uma olhada?

-Não precisa só vou por uma faixa e amanhã já vai estar cicatrizado.

Disse é foi tirando alguns materiais de primeiro socorro em seguida tirou a blusa com capuz e então pude ver seu rosto, não aparentava ter mais que 23 anos.Tinha olhos e cabelos castanhos.

-Dylan?!?

Em seguida tirou a camiseta, fiquei um pouco constrangida no começo mas a quem eu quero enganar? Já havia visto aquele corpo diversas vezes, não o via a anos. Ao ver o seu ferimento fiquei preocupada.

-Eu disse que não era um ferimento simples.

-Esta tudo bem, eu vou tentar tirar a bala.

Eu me sentei numa poltrona próxima e fiquei observando seus movimentos desastrados, ele tremia muito e parecia nervoso. Me levantei apressadamente e fui um sua direção.

- Okay, deixa que eu faço isso.
Ele não não relutou apenas me deu o kit.
A bala estava alojada, não era muito fundo o ferimento mas era o bastante pra faze-lo reclamar de dor.
Vesti luvas e peguei uma pinça grande e tentei pegar a bala mas nada aconteceu na segunda tentativa segurei com mais precisão e a bala saiu.

-Aai

-Desculpa.

Peguei uma agulha e fio de sutura e comecei a fechar o ferimento.Uma vez ou outra ele reclamava de dor mas resistiu bastante até que enfim terminei os pontos.

Ele caminhou até um espelho pendurado no corredor.

-Onde aprendeu a fazer isso?

-Tive que me virar nesses meses.

-Meses?

-Sim achei que soubesse.

-Não, eu ... Obrigado.

-Não precisa agradecer, afinal de contas você salvou minha vida... Obrigada.

-Bom você deve estar cansada, pode ficar com a cama eu durmo no sofá.

-O que ? Claro que não você está machucado tem que repousar e essa é o fim dessa discussão você vai dormir na cama e ponto.
Ele me olhou e sorriu.

-Okay, e aproposito senti sua falta Al.

-Eu sei disso, também senti.

Sorri e lhe dei um leve empurrão no ombro

Eu ajeitei o sofá com algumas cobertas pois fazia muito frio ultimamente e parecia que ia nevar a qualquer momento. Fui até o banheiro e tomei um banho rápido, vesti roupas que Dylan tinha arranjado pra mim, abri o armário do banheiro e achei analgésicos e antibióticos peguei e levei até ele.

-Toma vai melhorar a dor e evitar que você tenha uma infecção.

-Obrigada.-Respondi assentindo com a cabeça e fui para minha "cama".

Me deitei e pela primeira vez em muito tempo me senti segura e com vida, tudo nesses últimos meses me fizeram acreditar que talvez nunca mais levasse uma vida normal mas agora uma paz tomou conta do meu corpo e eu adormeci aos poucos.

My Normal LifeOnde histórias criam vida. Descubra agora