Eternal Silence

Capítulo 6: Uma luz

Ele está vindo. O ceifeiro anda até mim. Ele para na minha frente. Com seu machado em mãos, ele me encara.

O que esta esperando? - provoco-o.

Posso ver que ele aperta o cabo de sua arma com mais força. Meu corpo todo treme. Ele vai me destroçar com isso. Ótimo! Apenas me mate. Me mate! Me mate! Me mate! Me mate! Me mate! Me mate! Ele salta em minha direção.

O Ceifeiro passa direto por mim, sem me atacar. Ele cai de pé no chão. O impacto de seu corpo faz um barulho imenso que ecoa pelo ambiente. Uma pequena nuvem de poeira é levantada. Olho para trás e vejo mais uma figura, que se posiciona à frente da criatura. Parece um garoto de mais ou menos 18 anos. Ele segura uma foice enorme em suas mãos. A arma aparenta ter o tamanho dele. Como ele consegue carregar aquilo? O Ceifeiro avança no jovem. Ele tenta atingi-lo, mas o rapaz desvia com uma agilidade incrível. Fala sério? Mais uma criatura escura e perigosa. Eu realmente vou morrer aqui. Morrer? Agora pouco eu queria morrer. Esse sentimento sumiu do meu peito tão rapidamente quanto apareceu. Esse mundo tá me bugando. Me levanto, e observo os dois lutarem. O rapaz ataca com sua foice, cortando a máscara de ferro que essa criatura usa, e derrubando o gigante com o machado no chão. O garoto corre em minha direção. Não! Eu não quero mais morrer!

Se afaste de mim!! - Grito em desespero.

Puxo meu machado da cintura e tento atacá-lo, mas antes que eu possa fazer qualquer coisas, o jovem me segura com um braço e sai correndo enquanto me carrega consigo. Ele está me protegendo?

Volte! - Grito pra ele. Acho que ele pode me escutar. - Tenho que salvar minha amiga! Volte! - Tento me soltar usando toda a minha força, mas é impossível. Ele é muito forte.

***

Nós paramos alguns quilômetros à frente. Pelo menos eu acredito que tenham sido Quilômetros, pois esse cara correu demais. Ele me põe no chão. Eu ando em sua direção e desfiro vários golpes nele. Infelizmente, ele não parece se incomodar muito.

Se acalme. - O jovem, enfim, diz algo.

Você me tirou de perto da River! Minha amiga está em perigo! Eu preciso salvá-la! - Passo pelo rapaz e começo a andar na direção oposta à que ele me trouxe. Ele me segura pelo braço.

O que você pretende fazer? Parece que você chegou nesse mundo agora. Não quero desanimá-lo, mas não sei se vale a pena ir atrás dessa sua amiga. - Sua voz ecoa de uma forma cruel.

Ela não morreu. - Falo com firmeza. - Ela é forte! Sabe se virar! Ela já está aqui ha muito tempo e nada nunca a matou! Ela não vai morrer! Não aqui! Não agora! Eu vou protege-la! - Grito.

Sinto uma lágrima escorrer. Me ajoelho no chão e abraço minhas pernas.

Essa não é a atitude de quem quer proteger alguém. - Ele me repreende. Julgando-me com os olhos.

Eu não sei o que fazer. - Digo choroso.

Você quer proteger alguém que você gosta. É isso que você quer fazer. Não precisa saber de mais nada. Agora, apenas vá lutar por ela. - O jovem me olha como se eu estivesse prestes a fazer algo estúpido.

Você poderia me ajudar? - Peço.

Ele me encara por um momento. Parece estar me avaliando. Logo, ele abre um sorriso.

Isso é um sim? - Pergunto, esperançoso.

Sim. - Ele diz. - Isso é um sim.

Imagino que você não saiba seu nome. - Deduzo.

Eu me chamo de Demon. - Ele fala.

Demônio? - Percebi que eu tenho uma mania de traduzir as coisas. - Por que desse nome? - Questiono-o.

Por que é o que eu sou. - Demon responde.

Meu deus! Um demônio? Sério isso? Minha mãe sempre me falou para me manter longe de coisas que envolvessem demônios e satanás. Mas eu estou preso em um mundo medonho e desconhecido. Minha única amiga se perdeu de mim e pode estar correndo perigo. Na verdade, neste mundo, qualquer um está correndo perigo à qualquer hora e em qualquer lugar. Então quem liga se eu vou me aliar a um demônio? Pego meu machado e o aperto com força.

Vamos! - Falo seriamente.

Demon acena em concordância. Ele me segura novamente e começa a correr, me carregando em seu braço.

Estou indo! River!