Palhaço irritante e suas cores

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Muitos já tentaram explicar o que o amor pode fazer na vida de uma pessoa. Filósofos, cientistas renomados, sociólogos, escritores e estudiosos, buscaram descrever o que acontece a uma pessoa apaixonada, o que pode mudar em sua vida e em sua personalidade.

Já dizem que o amor verdadeiro é um sentimento em extinção. Desde de eras remotas, o homem muitas vezes é controlado pelo seu ID, responsável pelo satisfação do prazer imediato e desconsidera quaisquer que sejam as consequências de seus atos. Traições, segredos e ciúmes não são mais acontecimentos aleatórios e raros, praticamente são fatos em relações amorosas.

Alguns de vocês me odeiam, na verdade é provável que menos de 3% da população mundial goste de mim. Muitos me conhecem pela obra "A menina que roubava livros". Sinto dizer que aquela morte teve que se aposentar e quem está cumprindo o trabalho de encarregar as almas sou eu.

Prazer, sou a nova morte.

Durante meus quinhentos anos de profissão, eu vi tantas histórias que não posso contar todas, pois provavelmente o fim do mundo estaria próximo. Histórias de traição, assassinato, vingança, ciúmes doentios, amor, arrependimento, sendo elas divididas entre tristes e alegres. Mas em síntese a que quero contar nesta data é uma história de amor que foi uma das poucas que me fizeram não querer terminar meu trabalho.

Para começar nos imaginemos no cinema, onde poderemos passar a história como um filme, onde podemos pausar, dar replay, avançar, enfim caminhar pela história. Por favor, todos peguem seus lugares e deixem os ouvidos bem abertos.

Tudo começa no inverno de 2012, observamos pela janela um jovem sentado em sua mesa de estudos colorindo ferozmente algum desenho que inicialmente não conseguimos visualizar o que é. O nome do garoto é Byun Baekhyun, 20 anos, não estuda e passa mais tempo dentro de casa com seus lápis de desenho do que com qualquer outro ser humano. A neve está acumulando na janela de seu quarto e ele ao menos percebe que o tempo está passando.

Uma paisagem em preto e branco está recebendo contorno pelos seus traços fortes e firmes. Podemos escutar uma triste melodia sair pelo seu fone de ouvido, seus olhos pretos como uma noite sem qualquer estrela no céu estavam focados na arte do papel, não desviavam para nada, não queriam desviar.

Como um dos privilégios do meu cargo, consigo visualizar o interior das pessoas, toda a sua alma é exposta a mim. A vida de Byun Baekhyun é uma constante fuga da realidade. Seus desenhos paisagísticos sempre remetem à lugares que desejaria fugir para nunca mais voltar, não gostava da realidade, não via sentido na obrigação de estar feliz a todo momento para agradar quem o cerca. Como seus desenhos, sua vida estava em um constante preto e branco.

— Byun Baekhyun, temos um novo inquilino, desça e venha cumprimentá-lo— Baekhyun tirou os fones e de forma preguiçosa vestiu uma blusa de frio já que no andar de baixo da casa não tinha aquecedor— Rápido meu filho, eu tenho que ir trabalhar!

Descendo as escadas, Baekhyun teve seus olhos ofuscados pelas roupas do novo inquilino. Ele usava uma calça bufante vermelha, um tênis de basquete branco e uma blusa com a estampa do Mc Donalds, estava praticamente canalizando o palhaço da marca ao vivo, ainda mais com seu cabelo vermelho. Baekhyun que sempre usava preto ou cinza, não gostava de cores muito chamativas e aquele homem estava no padrão de desgosto.

— Até que enfim saiu daquele quarto— sua mãe comentou vendo um sorriso vindo do inquilino— Esse é Park Chanyeol, ele tem vinte e dois anos e é um pintor em ascensão. A partir de hoje ele vai viver no quarto do sótão conosco.

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⏰ Última atualização: Dec 19, 2016 ⏰

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