Capítulo 7: O primeiro perigo ressurge

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Demon e eu chegamos no local onde me separei de River. O Ceifeiro não está mais por aqui. Pelo menos, é o que eu espero. O demônio olha para a cratera feita por conta do desmoronamento. Ele parece desanimado.



Ainda podemos achá-la, né? - Minha voz é trêmula. Ele me encara, pensativo.

Se tivermos sorte. - Demon dá mais um olhada no buraco. - Muita, muita sorte. - Ele murmura, cabisbaixo.

Demon me pede para dar um volta do local. Ele vai em uma direção e aponta para eu ir pela oposta.

Me chame caso ache algo. - Ele diz.

Mesmo receoso em ficar sozinho, não hesito em seguir o que Demon diz. Quero achar River. Definitivamente ire achá-la. Antes de ir, paro e me viro para Ele.

Você tem alguma ideia de onde estamos? - Pergunto, com esperança de conseguir aluma informação.

Não. - Ele responde apressado. Mas, isso não importa. Iremos sair daqui em pouco tempo. - Ele fala, confiante.

Arregalo meus olhos.

Sair daqui?! - Falo como se tivesse ouvido falar de um tesouro. - Como?

Não sei bem o que é, mas algo me disse que existe um farol por essa região, e que, por lá, existe uma saída. - Ele parece duvidoso. - Não sei se isso é verdade, mas esse ser, seja lá o que ele for, já me ajudou antes. Acho que posso confiar nele.

Mas como vamos sair, exatamente? - Meu peito se enche de esperança.

Ainda não sei. Ele me disse que eu entenderia quando chegasse lá. - Demon se vira de costas e começa a se distanciar. - Depois falamos disso. Agora, vamos salvar sua amiga.

Mesmo curioso, sei que ele tem razão. Dou meia volta e sigo o caminho que ele me indicara anteriormente.

Depois de algum tempo andando, começo a me perguntar o que, exatamente, ele achou que encontraríamos. Não há nada aqui, e isso me preocupa. A cada segundo que passa as chances de eu nunca mais encontrar River aumentam. Aquele maldito só me fez perder tempo. Minha preocupação e medo geram uma raiva profunda em meu peito. Estou furioso com tudo. Esse mundo, o Ceifeiro, o sumiço de River e agora com meu novo "amigo", Demon, que não me ajudou em nada.

Paro em um certo ponto. Olho em volta. É apenas um campo aberto. Dou meia volta e começo a fazer o caminho de volta, indignado. Despenco. Quando me dou conta, estou caindo, deslizando em uma ladeira de terra. Sinto minhas costas se arranharem. Se eu tivesse voz aqui, estaria gritando desesperadamente. Logo, me choco contra o chão. Não me machuquei muito com o impacto, mas minhas costas ardem.

Após um tempo sofrendo com minha dor, eu reparo onde estou. Uma caverna, muito escura, por sinal. Eu estou no meio de um túnel. Consigo ver o buraco por onde cheguei, mas seria impossível pra eu escalar isso. Talvez Demon conseguisse. Falando nele, deve ser isso que ele procurava. Se existisse uma chance de River estar viva, seria se houvesse alguma caverna ou túnel abaixo das pedras. E o julguei errado. Abro um sorriso animado e, mesmo com um calafrio que percorre todo o meu corpo, avanço pelo túnel. Dou de cara com uma parede. Acho que aqui é o fim, ou o começo. Rio, dou meia volta, e sigo o outro caminho.

Sem paredes desta vez. Meu coração palpita rápido. Quando me dou conta, estou com o meu machado em mãos. Acho que eu já desenvolvi o instinto de me defender aqui. A caverna está muito escura. Não consigo vem um palmo adiante. Durante o caminho, senti que aqui embaixo é mais quente do que na superfície, mas acho que isso é normal. Porém, a temperatura aumenta depois de certo ponto. Sinto meu copro suar.

Depois de muito caminhar e, graças a deus, sem me deparar com algo perigoso, chego ao fim do túnel, ou começo, ainda não sei. Logo depois, uma área da caverna mais aberta, como um grande salão, se expande até o limite da minha vista. Aqui é mais iluminado. Olhos para cima e vejo pequenos feixes de luz passando por entre... meu deus! Pedras! River está por aqui! Ou, pelo meno, caiu por aqui! Eu não a vi no túnel, e não teria como ela passar por mim sem eu perceber, ou o contrário.

Começo a correr pelo local. Olho para todos os lados. Não a vejo, e não parece ter outro caminho a se seguir além do túnel pelo qual vim. Minha respiração fica acelerada. Meu desespero aumenta. Onde ela poderia estar? Sinto que estou a ponto de enlouquecer. Minha boca se contrai, fecho meus olhos, cerro meus punhos, segurando meu machado com tanta força que sinto minha mão doer.

Riveeeeeeeer! - Grito em minha mente.

Escuto o som de um pedra caindo no chão. Olho para cima. Deus. Lá está ela. River. Está presa em alguma coisa. Algo que parece com uma... teia de aranha? De repente, duas luzes brancas surgem em uma área escura no teto. Elas se movem, e logo vejo o que são. Olhos. Os olhos de uma criatura parecida com uma aranha negra gigante. Eu a reconheço. O monstro que vi quando cheguei aqui. O primeiro perigo que encontrei, agora estava ameaçando a única coisa boa que encontrei.

Minhas mãos tremem. Tento manter a firmeza em meu punho, mas o medo me descontrola. O que eu mais queria agora, era que Demon estivesse aqui.

A aranha pula do teto e cai bem na minha frente. Recuo muito rapidamente e acabo caindo no chão.

Deus... me ajude.

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