Capítulo 1

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A vida é muito engraçada. Às vezes estamos sozinhos e sentimos a falta de alguém

ao nosso lado, e quando encontramos esse alguém, queremos ficar sozinhos. "A felicidade

não existe, o que existe são momentos felizes", eu acreditava nesse pensamento até que um

acidente me provou que a felicidade existe sim, e que nós perdemos a oportunidade de

vivê-la por orgulho, bobagens da vida. Se eu pudesse voltar atrás, faria tudo diferente.

Agora tenho consciência de que poderia ter evitado muitas coisas e aproveitado mais.

Meu nome é Bader, nasci em São Paulo, mas fui criado em Campinas. Com 22 anos

eu já era independente, tinha uma vida estável e morava sozinho desde os 18 anos.

Digamos que "sozinho" mesmo há pouco tempo, pois quando eu namorava o Bruno

vivíamos juntos, ele passava mais tempo na minha casa que na casa dele. Eu sou assumido

entre todos da família e trabalho, e apesar de ser gay, nunca fiz nada que meus pais

pudessem se envergonhar, pelo contrário, sempre fui o orgulho da família.

Quando passei no vestibular foi uma festa em casa, meu pai fez um churrasco e

convidou todos os parentes, foi muito bom ter a família reunida. Naquela tarde rimos

bastante com as piadas do tio Ricardo, devoramos os doces da tia Cida, tomei banho de

mangueira com meus primos... Tenho saudade daqueles tempos. Cresci em uma família de

3 irmãos, eu era o do meio, tinha o Pedro, que era o mais novo e o Rodrigo, que era o mais

velho. A diferença entre cada irmão era de 5 anos, sempre tivemos de tudo, principalmente

carinho, amor, disso não tenho do que reclamar, sempre fui mimado pela minha mãe, acho

que isso me estragou um pouco.

Éramos uma família típica de classe média. Viajávamos nos feriados, almoçávamos

e jantávamos com todos à mesa e passeávamos aos finais de semana. Eu e meus dois

irmãos íamos para a escola durante a semana: informática, inglês e natação. Foi uma

infância muito boa.

Logo depois de passar no vestibular, me mudei para São Paulo, assim eu ficaria

mais perto da faculdade. Meu pai alugou um apartamento e mudei logo em seguida. No

meu segundo ano de faculdade eu consegui um emprego na área que estava fazendo, que

era Publicidade. Desde então, comecei a viver com meu próprio dinheiro. Depois que me

formei, fui promovido na empresa e meu salário triplicou.

Minha vida estava ótima, tinha meu apartamento, meu carro e um namorado que

amava demais, pelo menos era o que eu pensava.

Certo dia, ao chegar em casa, percebi um bilhete sobre a mesa:

"Bader,

Desculpe por te comunicar dessa maneira, mas acho que nosso relacionamento

chegou ao fim. Conheci uma outra pessoa e não quero mais te enganar.

Meu petit ( romance gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora