I

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Ando muito deprimido nesses dias. Deve ser porque eu sou um cara muito solitário. Estou com vinte e oito anos, moro sozinho desde os dezesseis por opção, tenho minha própria casa, carro, trabalho em um banco como gerente, amo a minha vida. Só que há um porém: gostaria de compartilha-la com alguém.
Quando digo 'alguém' não quero me referir a uma mulher para casar e ter filhos, dispenso. Já tive a triste experiência de ter uma vida à dois com uma garota na época de faculdade e foi traumatizante. A partir desse momento eu saquei que a minha praia é outra.
Sim, eu prefiro homens. Mas eu tenho um sério problema com isso. Não é qualquer tipo de homem que me atraí. Digamos que, eu tenho um leve fetiche por rapazes bem mais novos que eu, com aparência delicada e frágil. Céus eles me excitam. Nunca tive nada com um. O que me frusta e me deixa nessa depressão.
Claude vive me dizendo que isso é coisa de gente doida, mas ele mesmo tem um caso com um estagiário loirinho do departamento de finanças. Pela cara do menino ele não deve ter mais que dezessete anos, e olha que o Claude é quatro anos mais velho que eu.
Cá estou eu olhando fixamente para o meu computador tentando achar uma solução cabível para esse problema.
— Sebastian – Claude para na minha mesa – aqui estão os relatórios que você me pediu mais cedo. Está tudo nos conformes, nenhum cliente nos deve e...
Ele para e me encara.
— Cara, você está com uma cara péssima – diz franzido as sobrancelhas – o que houve?
— Não dormi bem – o que é verdade, não durmo bem à dias. Acho que é falta de sexo. Isso está me deixando com energia acumulada, mesmo com os meus treinos diários na academia do meu prédio não está resolvendo. Estou um caco. Mais um motivo para a minha falta de ânimo: eu preciso transar urgentemente, e não pode ser com qualquer um. Tem que ser com um menino segundo os meus fetiches.
— Que tal a gente dar uma saída depois do expediente? – seus olhos dourados brilham de animação.
— Não estou com cabeça para isso – respondo seco – além do mais, o que eu procuro não estará em um bar qualquer. Ele provavelmente estará no banco de uma escola.
— Ah, como você é difícil – diz ele puxando de leve seus cabelos – se está assim tão pra baixo compre um bichinho de estimação e jogue nele toda a sua vida frustada.
"Bichinho de estimação?"
Oh, até que não seria uma má ideia. Eu poderia cuidar dele e esquecer momentaneamente os meus problemas e ainda por cima teria uma companhia.
— Claude, você é um gênio – digo me levantando e lascando um beijo molhado na sua bochecha. Isso não vai pegar bem, eu sei. Mas estou pouco me fodendo para isso agora.
— Sou é? – pergunta ele depois de limpar o rosto.
— Sim – respondo sorrindo
— E posso saber o porquê?
— Vamos a um pet shop depois do expediente e você verá.
— Ah, legal. Nos vemos mais tarde então.
Ele sai apressado para a sua mesa terminar seu trabalho. Enquanto eu fico sorrindo para a tela do meu computador cheio de esperanças e planos.
*~*~*~*
Saímos do banco por volta das cinco da tarde, temos menos de uma hora antes que o comércio comece a fechar. Optamos por ir em uma clínica veterinária que ficava apenas três quadras da onde estávamos. Sempre que eu passava por ela havia placas dizendo: doa-se animais.
Provavelmente deverá ter algum que me agrade. Qualquer coisa, menos cachorro. Por que além de odiar esse bicho, tenho um trauma terrível dessa criatura. Um gato, de preferência preto, seria uma boa opção.
Entramos na clínica apressados. Vou direto a atendente. Que lixa destraidamente suas unhas.
— Com licença – digo saudoso, grandes olhos verdes me encaram – gostaria de adotar um animal.
— Oh, claro. Por favor queiram me acompanhar – ela se levanta e ruma para o fundo da loja, nós a seguimos.
Vejo o seu farto cabelo loiro encaracolado balançar sob o rabo de cavalo bem feito que compõe seu penteado por todo o percurso. Saio dos meus devaneios quando ela abre uma imensa porta de metal que range ruidosamente.
— Aqui temos vários tipo de animais, que variam de um simples peixinho até um pastor alemão de grande porte – o simples nome daquele cachorro fez meus pelos se eriçar em alerta.
Ela se vira para me encarar.
— Mas é claro que somente gatos e alguns cachorros estão para adoção. Temos outras coisas de preços bem acessíveis, se desejarem. Os senhores já tem algo em mente?
— Eu vou querer um gato, pode ser de qualquer idade, mas que seja de pelagem escura. – olho para o cara que está ao meu lado – E você Claude, vai levar alguma coisa?
— Hum – ele olha pra atendente – vocês por acaso teriam calopsitas?
Reviro os olhos. Ele é meio fissurado em pássaros, deve ter uns seis no seu viveiro, mas não me lembro de ter visto calopsita.
"Ele deve fazer coleção" – penso. Dou de ombros. Não tenho nada haver com isso.
— Temos sim – sorri ela com a venda eminente de um animal – é por ali. Siga reto no final deste corredor que o senhor irá encontar o que deseja.
— Ah, sim. Obrigado – ele se afasta.
— Senhor, os gatos ficam por ali. Vou leva-lo até eles.
Sigo-a até um local repleto de gaiolas com seres peludos dentro. Fico maravilhado. São tantos! E todos são tão lindos! Caminho devagar por entre eles, quando, numa jaula isolada algo chama a minha atenção. Olho mais de perto para ver se não estou vendo coisas. Há um gatinho encolhido dormindo profundamente no fundo dessa jaula. Ele é extremamente preto e sua pelugem é farta. Quero toca-lo.
— Posso pega-lo? – digo para a atendente, cujo o crachá se lia Elizabeth, apontando para ele.
— Claro – ela abre a gaiola, com cuidado tira o felino de dentro e me entrega.
Seguro-o entre os meus braços, ele abre os olhos e fico sem fôlego ao ver aquela duas orbitas azuis escuras me encarando com curiosidade. Não há mais duvidas irei ficar com ele.
— Vou levar esse – digo para a atendente sem desviar os olhos do meu novo Aniel de estimação.
— Boa escolha senhor – responde ela toda alegre – ele foi encontrado por um dos nossos funcionários essa semana, e por sua aparência deve ter um ano aproximadamente.
Acaricio suas orelhas e ele parece gostar, brinca com meu braço dando leves mordidas e enroscando suas perninhas na sua extensão.
— Ora vejam só – a voz de Claude me obriga a olha-lo – parece que alguém virou pai de primeira viagem.
— Você não fica muito longe – respondo no mesmo tom de brincadeira ao vê-lo segurando uma bela calopsita amarela.
Saímos daquele cômodo e voltamos para a recepção. Assinei um papel confirmando a minha adoção, aproveitei e comprei ração, uma coleira azul escura com um pingente de estrela para combinar com os olhos do meu gato e uma caminha preta com bolinhas brancas. Eu estava perecendo um bobo com tudo isso, mas estava feliz. Claude também comprou algumas coisas. Pagamos e saímos. Claude se despediu seguindo o caminho para a sua casa, eu guiei meu carro rumo ao meu apartamento. Pelo menos no meu prédio era permitido a entrada de animais.
Deixei o carro em sua vaga na garagem, peguei o elevador até o décimo segundo andar. Abri a porta do meu apertamento, acendi a luz. Tudo era bem espaçoso, tinha dois quartos grande sendo um uma suite, o outro eu transformei num escritório, sala, sala de estar, cozinha, um banheiro e uma sacada com uma bela vista para a cidade. Despositei o meu gatinho no chão para que ele se acostumasse com a casa e fui para a cozinha preparar alguma coisa para comer.
Estou totalmente concentrado na preparação do meu jantar que levo um susto quando sinto algo passando entre as minhas pernas. Olho para baixo e vejo meu gatinho. Ele me encara e mia.
— Ah é você – digo sorrindo – nós precisamos te dar um nome.
Fixo meu olhar naquelas órbitas azuis.
— Tive uma ideia – digo mais para mim do que para o gato – o que você acha do nome Ciel?
Ele mia novamente e esfrega a cabeça na minha panturrilha.
— Vou entender isso como um sim. – volto minha atenção para as panelas que estão sobre o fogão.
Quando termino me sirvo e vou para a sala, ligo a tv e procuro algum canal informativo, encontro um qualquer e sento no sofá meio que prestando a atenção no jornal, meio que comendo. Ciel pula no sofá e se aconchega junto a mim. Sou tentado a fazer carinho, mas como isso não é muito higiênico me contento em lançar umas olhas para o bichinho que começou a adormecer ao meu lado. Quando me dou por satisfeito levanto para levar o prato na pia. Acabo acordando o pobrezinho que dormia profundamente. Vou para a cozinha com Ciel ao meu encalço. Deixo meu prato lá ele me olha pidão.
Pego uma vasilha e a encho com água, pego outra e coloco ração. Deixo perto da porta da lavanderia. Ciel vai até ela e começa a comer alegremente. Volto para sala e me jogo no sofá. Juro que estava tentando prestar atenção no que passava, mas o sono foi mais forte e eu acabei dormindo.
*~*~*~*
Eu escuto um ronronar baixinho perto da minha orelha seguido por uma lambida áspera no lóbulo da mesma. Relutante, abro os olhos devagar. Um par de olhos azuis me encaram.
"É estranho. Ciel está mais pesado. Devo estar dormindo ainda" – penso alheio.
Volto a fechar os olhos. Um miado, depois mais outro e outro.
— Hum – resmungo levando a mão na sua cabeça com intuito de fazer carinho.
Passo a mão pelo seu sedosos  fios...
"Espera, fios?"
Abro os olhos mais que desperto e me deparo com um garoto aninhado no meu peito. Ele era extremamente branco, seus cabelos eram azuis, da mesma cor de seus olhos, tinha duas orelhas de gato que despontavam da sua cabeça e uma cauda que mexia impaciente. Estava vestido apenas com uma boxer super justa preta e a coleira azul com estrela. Ele era delicado e frágil.
PUTA QUE PARIU. QUE PORRA É ESSA?
Me levanto depressa pulando do sofá, fazendo com que ele caísse no chão. Tento acalmar minha respiração. Parece que o meu coração vai explodir de tamanho susto. Após alguns instantes olhando para aquela criatura tomo coragem e pergunto.
— Ciel, é você? – posso ver quando ele me encara um toque de diversão no seu olhar.
Ele anda de quatro até mim e agarra uma das minhas pernas.
— E quem mais seria? – responde ele meio que miando.
Eu tô ficando doido.
— É um sonho – digo tentando me convencer – é apenas um sonho. Agora eu vou ir tomar um banho ir deitar e amanhã quando eu acordar vou fingir que isso nunca aconteceu.
Me solto das mãos ágeis daquele garoto e corro para o banheiro da minha suíte, tranco a porta e ligo o chuveiro na temperatura mais quente. Preciso relaxar. Tiro as minhas roupas de trabalho e as enfio de qualquer jeito dentro do cesto de roupa suja. Entro no box do banheiro e deixo aquela água quentinha percorrer livremente pelo meu corpo.
— Sebastian fica calmo – digo em voz alta – você tá vendo coisas pelo excesso de trabalho e falta de sexo. Isso é normal, seu cérebro está dando pane. O que você precisa fazer agora é descansar.
Tomo um banho demorado, quando enfim me dou por limpo saio do box e visto meu roupão preto felpudo que fica atrás da porta. Abro-a e vou para o meu closet em busca de uma cueca e de um pijama. Pego uma boxer(ou box?) branca, uma regata preta e uma calça de moletom cinza.
"Que belo contraste Sr. Das Trevas" – penso olhando para as cores das roupas.
Me seco com rapidez e as visto. Geralmente eu durmo somente de cueca, mas como hoje está um pouco frio vou dormi vestido. Volto para o quarto e ligo a abajur que fica ao lado da minha cama. Quase grito quando vejo o garoto-gato sentado sobre ela com carinha de pidão.
— Queria que o mestre tivesse deixado eu tomar banho junto com ele – diz ele manhoso – gosto de água quente.
— É apenas um sonho – digo – isso não é real. Eu estou delirando. Vou dormi que passa.
Desligo a luz do abajur e retiro o edredom espaço suficiente para me enfiar de baixo dele. Como a minha cama é de casal estou a uma distância segura daquela coisa. Sinto a cama afundar ao meu lado, provavelmente com o peso do garoto. Não tenho certeza e também não tenho coragem o suficiente para conferir. Após alguns instantes braços contornam o meu tronco, um rosto se apoiá nas minhas costas e pernas se entrelaçam com as minhas. Fecho meus olhos com força.
— Isso não é real – repito a frase que virou meu mantra.
Ciel se apoiá sobre o cotovelo ficando um pouco mais alto que eu, se inclina sobre o meu ouvido e sussurra.
— Por que o mestre fica repetindo isso? – ele finca seus caninos pontudos na parte de cima da minha orelha. Isso me faz arrepiar, sinto meu pau acordar com esse ato.
Me viro de frente o garoto e o seguro pelos ombros tentando mante-lo afastado de mim.
— O que você é? – pergunto ignorando as reações do meu corpo.
— Um gato – responde ele piscando – que o senhor resgatou daquela prisão. Eu estou muito grato com isso, e quero demonstrar essa minha gratidão.
Ele enfia as mãos dentro da minha camisa e começa a explorar. Passa as mãos espalmadas pelo meu abdômen, se demorando no contornos dos músculos.
"Ah, que sensação boa" – penso enquanto fecho momentaneamente os olhos.
Solto seus ombros e ele se aproxima e começa a passar aquela lingua áspera pelo meu pescoço.
— O que você está fazendo? – pergunto baixinho, imaginando a sua resposta.
— Estou agradecendo mestre – ele morde de leve o lóbulo da minha orelha.
Solto um gemido involuntário e fico duro.
Isso não passa despercebido. Uma de suas mãos rumam para a minha intimidade e me apalpa.
— Já está neste estado, mestre? – pergunta irônico – Eu também estou.
Ele esfrega a sua ereção contra a minha coxa. O que foi a gota d'água.
CARALHO, SE ISSO É UM SONHO ERÓTICO EU VOU APROVEITAR.
Com rapidez eu viro ele de barriga pra cima sobre a cama. Seguro seus pulsos de encontro ao colchão. Ele ofega em surpresa. Posso ver que seus olhos estão escuros demonstrando desejo. Ele abre a boca e passa a língua pelo lábio inferior atraindo completamente a minha atenção para isso.
"Que boca mais sugestiva"
Sem muito pensar sobre isso eu a invado com um beijo voraz. Explorando cada canto daquela cavidade quente e úmida. Meu beijo é respondido na mesma intensidade. Nossas línguas travam uma batalha de movimentos entre nossas bocas. Escuto um leve gemido, ele lança seu corpo pra frente fazendo nossos membros se chocarem. Rebola, me atiçando.
Gato safado.
Estou sem fôlego quando me afasto. Solto seus pulsos e tiro a minha camisa jogando-a em qualquer lugar. Volto a beija-lo, desta vez deixando seus pulsos livres. Passo minhas mãos pelo seu corpo, paro somente quando chego no cós da sua boxer puxo-a deslizando por suas coxas fartas, sinto que duas mãos invadem minha calça de moletom e começam a apertar meu pênis por cima da minha cueca.
Passo minhas mãos pelo comprimento rijo e o masturbo.
— Ahhhhh mestre – geme ele – isso é bom.
Beijo o seu pescoço passando a língua em todas as partes para sentir o seu gosto. Deixo leve mordidas por onde passo, arrancando deliciosos gemidos. Ataco um dos mamilos dele, chupo com força, ele arqueia as costas, masturbo-o mais rápido. Passo a língua no botão durinho que se formou. Não resisto a tentação e mordo de leve.
— Nhayyyyyynnnn – ele meio que geme, meio que mia.
Suas mãos vão para o meu cabelo e o segura com força, empurrando meu rosto de encontro com o seu peito. Mudo para o outro mamilo e o chupo, com a minha mão livre começo a beliscar aquele que eu acabei de soltar. Na mão que eu estou masturbando sinto o pré gozo começar a escorrer. Paro qualquer movimento e me posiciono entre as pernas dele separando os joelhos e tendo uma bela visão  de sua intimidade toda exposta como recompensa. Passo o dedo indicador no local onde está escorrendo o líquido transparente (?branco?que cor q é isso?), lambuzando meus dedos. Lubrifico a sua entrada, me inclino sobre ele, tomo sua boca novamente e com calma insiro dois dedos dentro dele.
Ele geme na minha boca em protesto. Sinto as paredes do seu interior se contraírem com a invasão. Céus! Ele é tão quente. Faço movimentos de tesoura com intuito de alarga-lo. Ele rebola nos meus dedos sedento por mais.
Garoto guloso.
Retiro os meus dedos e recebo um muxoxo de protesto, abro um sorriso.
— Você quer mais? – pergunto admirando a cor vermelha que se destaca em seu rosto.
— Sim – responde ele baixinho meio rouco – por favor mestre.
Cara, como isso é muito excitante.
Retiro a minha calça junto com a minha cueca e pressiono a sua entrada. E com calma empurrão meu comprimento contra ele. Vejo-o fechar os olhos com força, lágrimas se formam nos cantos dos mesmos, empurrão mais uma vez conseguindo enfiar tudo. Beijo-o novamente com fulgor, para um gato ele tem um beijo muito viciante. Sinto suas mãos deslizarem pelas minhas costas, ele a arranha de leve com suas unhas afiadas. Suas pernas se interlação na minha cintura, ele rebola e eu começo a me mover. Devagar. Sua entrada me aperta deliciosamente. Ele é totalmente viciante.
— AAAAHHHHNNN AHH – ele geme quando eu dou uma estocada mais forte tocando o seu ponto – ahhh ... Mes...tre ... Faz .... Outra... Vez.
— Como? Assim? – estoco novamente naquele ponto.
— Nhhhhaaayyynn – ele geme e esconde a cabeça na curva do meu pescoço apertando mais suas pernas em volta de mim – isso... É... Delirante... Ahhhh.
Sinto um tremor percorrer seu corpo, sei que ele está quase chegando a um orgasmo. Aumento o ritmo. Não vai demorar muito para eu chagar no ápice também. Com uma estocada mais forte, sinto ele se derramar em nossos abdômens.
— Ah, Ciel – rugo seu nome e me disfaço dentro dele.
Descanso a cabeça em seu ombro tentando controlar a minha respiração.
— Isso foi muito bom mestre – diz ele com a voz embargada pelo sono.
— É, eu tenho que concordar plenamente com você quanto a isso – digo saindo de dentro dele e me levantando – venha, eu vou te dar um banho.
Ele geme de dor quando pisa no chão, sinto-me compadecido e o pego no colo. Vou para o banheiro deixo Ciel de pé e ligo o chuveiro.
— Você pode entrar, já eu volto – saio do banheiro e vou trocar o forro de cama.
Tenho sérios problemas com higiene. Coloco os lençóis no ciclo rápido da máquina e volto para o meu quarto, entro no meu closet pego uma cueca limpa e uma camiseta, pego uma toalha também e volto para o banheiro. Deixo as coisas que busquei em cima da pia e vou tomar banho.
Ciel está com os olhos fechados desfrutando da água que lhe cai farta sobre o corpo. Pego um shampoo deixando um pouco sobre a minha mão, começo a lavar aqueles fios azulados, pego o sabonete e de leve começo a lavar aquela pele cor de leite. Deixo a água lavar todo o resquício de sabão e tomo um banho rápido.
Pego a toalha de cima da pia e saio do box. Ciel me segue e para ao meu lado, começo a enxuga-lo, quando dou por satisfeito passo a camiseta para ele vestir. Me seco e visto a minha box. Voltamos para a cama, nos deitamos, puxo-o de encontro ao meu peito e juntos adormecemos lentamente.
*~*~*~*
Acordo na manhã seguinte com o barulho incessante do despertador. Passo a mão sobre o meu criado mudo e desligo-o. Me viro na cama procurando por Ciel, mas não o encontro. Resolvo levantar e tomar uma ducha.
Depois de arrumar a minha cama vou para a cozinha preparar meu café. Escuto um miado e me viro. Fico pedrificado quando vejo um gatinho caminhando preguiçosamente em minha direção.
"O que aconteceu com o garoto?" – penso perplexo – "Onde está ele?"
Eu não consigo acreditar que tudo o que aconteceu ontem foi fruto da minha imaginação. Entro em pânico, começo a procurar por ele em todos os cômodos da casa. Volto pra cozinha frustado.
— Isso não pode tá acontecendo – o gatinho vem em minha direção e eu pego ele e coloco-o em meus braços – vê se pode meu bem, estou ficando meio maluco.
A cafeteira apita informando que o meu café está pronto. Pego uma caneca bem grande e a encho, bebendo em seguida todo o liquido preto. Meu cérebro está precisando, e muito, de uma dose extra de cafeína.
Coloco ração e água para o meu gato.
— Tchau meu bem, – digo fazendo carinho em suas orelhas – vou trabalhar e mais tarde estou de volta.
Saio do meu apartamento ai da meio desnorteado depois de tudo que aconteceu.
*~*~*~*
— Você fez o que? – Claude está estupefato com o que eu acabei de lhe contar.
Estamos tomando café na salinha para funcionários.
— Já disse, transei com o meu gato – ele me olha como se eu fosse repugnante –mas quando eu transei ele era um garoto. Só que quando eu acordei essa manhã lá estava o gato de novo.
— Eu não estou acreditando.
— Nem eu.
— Isso é muito fora da realidade.
— Com toda certeza.
— Você precisa de tratamento.
— É, eu preciso me tra... O que? Não, espera Claude. O que eu tô falando é verdade. Aconteceu mesmo.
— Claro que sim – diz ele me encarando sério – por que isso aconteceu comigo também. Ontem à noite minha calopsita se transformou num delicioso garoto loiro de olhos cristalinos.
— Sério? – pergunto esperançoso.
— Mais é claro que não. Sebastian, não viaja cara. O que você precisa fazer agora é esquecer tudo isso e tocar sua vida.
— É, acho que devo fazer isso mesmo. – respondo cabisbaixo.
— Isso – Claude ajeita o óculos – e o que você fez noite passada?
— Transei com o meu gato.
— Ahhhh, desisto. Você é impossível.
Ele sai pisando duro. Suspiro. Coloco café até o topo da xícara e volto para a minha mesa, tentando em vão, concentrar no meu trabalho.
*~*~*~*
Volto pra casa por volta das sete da noite, fiz hora extra hoje por que passei quase o dia todo pensando no meu maldito e delicioso gato enquanto era para estar trabalhando. Eu ainda não me conformo que aquilo tenha sido apenas uma ilusão. Foi tão real...
Abro a porta do meu apartamento, entro e fecho-a. Deixo minha pasta cair no chão e ligo o interruptor. Meu coração para com o que vejo.
Lá está ele. Sentado sobre os seus joelhos com a camiseta que eu lhe vesti ontem.
— Seja bem vindo de volta, mestre – Ciel abre um sorriso revelando seus caninos pontiagudos – estava te esperando. Senti saudades suas.
Pisco algumas vezes pra me livrar do choque. Então não foi um sonho?
É acho que posso me acostumar com isso.

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⏰ Última atualização: Dec 21, 2016 ⏰

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