"Ser criança é sonhar
É brincar inocentemente
É dormir e acordar
Com sorrisos contentes.É ver o mundo colorido
Imaginar fantasias
De um mundo mais bonito
É sentir o prazer
De nunca ter sofrido.Um dia fora suficiente
Para puxar as cortinas da vida
E fazê-la sentir-se diferente
De outras meninas.Mãos ásperas e agressivas
Apertavam seus braços de menina
As lágrimas corriam pelos olhos
Tão indefesa e sozinha.O sangue marcou sua vida
Não por ser ela, mas por ser dela
Com medo e agonia
Viu seus sonhos assassinados
Por alguém da família.Ela sentia medo
Ela sentia nojo
Ela sentia raiva
De um monstro
Disfarçado e mentiroso.Que dores eram aquelas?
Não eram humanas
Não eram carnais
Eram os sonhos morrendo
Por atos fatais.Os hematomas não ficaram só na pele
Não foram os empurrões, nem as palmadas
Que marcaram para sempre
Mais uma alma.Ela desejava com todas as forças
Que o monstro parasse
Mas ele não tinha piedade
Da sua dor escarlate.Quando acabou
Ele sorriu
Ela chorou
Ele fugiu.
Seus sonhos morreram
De forma hostil."Autor: John Lopes
Nota: Não foi fácil ouvir o depoimento dela, muito menos expressar através de palavras tanta monstruosidade.
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Alma De Poeta
PoetryDecifrar o íntimo não é Se não uma batalha interminável Pois somos movidos a completa inconstância Um universo infinito e incontestável. Em cada canto da alma Guardamos um pouco de essência E na minha inquieta Guardo um pouco de poeta.