A tinta de um vermelho vivo,
Corre, realçada no branco
E aqui te digo
Que o quero tanto!
A lâmina dança. Que corra!
Desenho um T.
O tecto da masmorra
Que me prende.
Que sensação...Que corra!
Desenho um r.
O rato que me sinto
Nesta sociedade e universo infinitos.
Arde...Que corra!
Desenho um a
As asas que quero libertar,
Mas acabaram de me as amarrar.
Tonturas...Que corra!
Desenho um u.
Os uivos de outros prisioneiros vivos
Que se propagam pelo corredor.
Caío no chão...Que corra!
Desenho um m.
A masmorra que me prende,
O corpo e a mente.
Nuvens pairam no ar.
A dor física alivia a psicológica
Deixando-me abrir as asas e voar,
Nada disto tendo, aparentemente, lógica.
Levemente, saio do chão,
Abrindo as asas
Finalmente livre! O meu coração...
O tecto abre-se, a masmorra cai, vejo casas.
Desperto do meu Traum.
Nos dias de hoje,
Está demasiado frio
Para os anjos voarem.
Nota:
Der Traum - sonho