Quando voltamos para a festa, Nestie havia sumido. Provavelmente tinha voltado para casa, então tratei de procurar Quinn para contar sobre o pôr do sol mais esquisito e mais magnífico do mundo, mas o encontrei desmaiado em cima da mesa de sinuca. O pior: sem camisa e com um falso tanquinho desenhado de canetão permanente em sua barriga. Tive que cuidar dele o resto da festa, e nesse meio tempo acabei bebendo também.
Eu me sentia vazio. Fazia tempo que não me sentia desse jeito, e também não entendi porque logo naquele momento. Talvez fosse a festa, ou talvez fosse a bebida. Quincy sempre disse que eu era o tipo de bêbado pensativo e chorão, que dorme logo após o segundo copo.
Okay, eu não sou bom mesmo para bebidas.
Não lembro bem quando ou como cheguei em casa, mas sei que entre alguns borrões e outros, cabelos rosa eram os únicos nítidos na minha cabeça.
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- Díos mio Bazito, você está horrível - minha irmã coloca um copo com água e analgésicos no criado mudo e eu faço careta com a luz que atravessa a janela.
- East, desde quando estou dormindo? - pergunto, temendo que tudo aquilo não passasse de um sonho. Seria um tipo de piada cósmica que o universo jogou em mim.
- Duas horas. Você chegou em casa às seis da manhã, usando uma gravata e samba canção - ela balança os cachos escuros, como se tentasse afastar a imagem de sua cabeça - Você não tem noção de como foi difícil esconder você do papai e da mamãe. Foi bem difícil inventar uma desculpa, sabe... – ela finge interesse em suas unhas e um sorriso diabólico começa a se formar em seu rosto.
- Okay. Me diga o que quer para manter silêncio – murmuro enquanto tateio o criado mudo até achar o remédio. Engulo em três goles de água.
Ela coloca as mãos na cintura e passa a língua pelos lábios.
- Vinte pratas.
- Quinze.
- Dezoito, e você vai me dar carona para os ensaios da banda por uma semana. Esse é o meu preço final. - East estende a mão, movendo os dedos para cima.
Levanto preguiçosamente e fecho as cortinas, tomando cuidado para não tropeçar nas roupas espalhadas pelo chão.
- Quando foi a última vez que limpou seu quarto? - ela pergunta, afastando uma caixa de pizza com o pé, claramente sentindo nojo.
Pego as dezoito pratas e coloco em sua mão, a empurrando para fora do quarto.
- Espere, faltou algumas moedinhas!
- Tchau East. - aceno e fecho a porta, interrompendo a próxima frase que ela diria.
East é legal algumas vezes, mas como a maioria das irmãs mais novas possui a capacidade de me irritar de maneiras inimagináveis. Seus dotes persuasivos são incríveis.
Sento na cama e encaro a parede, pensando na noite passada. Não sei se estou sentindo medo ou felicidade. Talvez esteja sentindo os dois, e não saiba explicar. Suspiro alto e deito com tudo, fazendo com que os lençóis pareçam com ondas em minha volta. Encaro o teto com figurinhas do Hotwheels que colei quando tinha oito anos.
Eu sabia que nunca me sentiria assim novamente até vê-la outra vez.
Escuto o meu celular tocar, e o procuro na cama, jogando as cobertas no chão. Pego o aparelho e desbloqueio a tela.
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Não se Apaixone por Mim 🥀 - (Livro 01) DESVENTURAS DE UM CORAÇÃO PARTIDO
Teen Fiction"- Não se apaixone por mim. Depois de um tempo olhando para a água, tomo coragem de perguntar. - Por quê? - Porque eu vou quebrar seu coração. Aquela frase... Sinto que já havia escutado aquela frase. - Eu não vou me apaixonar. Sua boca definitiv...