Words

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Kurapika ainda estava no apartamento de Leorio na véspera do Ano Novo. Passara os últimos dias brincando com Kurode e organizando os romances da estante de leitura. Não trocara a gravata de estampa de ratos. Tampouco concordava em vesti-la.

— Vai ter uma queima de fogos no centro da cidade esta noite. Você quer ir? — perguntou o Paradnight, adentrando a sala.

— Não — respondeu o Kuruta sem desviar os olhos do livro que lia.

— Ah, tudo bem. Eu não queria ir mesmo.

Leorio sentou-se ao seu lado no sofá e pousou o braço sobre o encosto. Espiou por cima dos ombros de Kurapika que romance ele estava lendo.

— Podemos jantar fora esta noite? Não sobrou nada aqui em casa para a gente comer. Ou podemos pedir uma pizza. Acho que eles entregam mesmo nesta data...

— Pode ser.

— Se não quer assistir à queima de fogos, talvez um filme te agrade. Eu tenho alguns aqui.

— Tanto faz.

Leorio suspirou, vencido.

— Nada é bom o suficiente para você, não é?

Kurapika deu de ombros.

— Eu só não ligo.

— Não liga para nada do que eu digo? — provocou o Paradinight.

— Não... — O Kuruta virou o rosto para ele. — Eu apenas não ligo mesmo para o que vamos fazer. Tanto faz.

Leorio sorriu. Ele enxergava. Por trás daquelas palavras frias e vagas, ele percebia. Kurapika não se importava porque estava com Leorio. E, ao lado de Leorio, qualquer coisa serviria. Um jantar agradável, uma queima de fogos... Ou apenas uma pizza acompanhada por um filme de comédia. Quer saber? Ele não queria mesmo ir à queima de fogos! Quem ficaria em casa, cuidando de Kurode quando todas aquelas luzes estourassem nos céus?

Com um movimento rápido, o Parainight arrebatou o livro das mãos do Kuruta.

— Leorio!

Ele ignorou o protesto. Apenas se aproximou um pouco mais de Kurapika. Também as suas palavras eram menos singelas do que aparentavam:

— Mas você veio.

Atrás deles, o pisca-pisca brilhava.

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