35 - O HOMEM DAS VÁRIAS FACETAS

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Estava difícil me concentrar. Por mais pessoas que ali estivessem, eu não conseguia dar importância ou qualquer atenção. Todos passavam em volta de mim, mas estavam desfocados.

Tentei me lembrar do que eu tinha para fazer... Jadir... É... Eu tinha um encontro com o Jadir, mas Adriel estava lá... Lá na casa de Natalie! O que estava acontecendo?

- Estela?

Ouvi alguém bem próximo a mim. Sabia pela mudança de temperatura ambiente, mas sua voz estava distante. Eu precisava me situar, senão acabaria enlouquecendo.

- Oi?

Virei-me e vi Helena. Forcei a visão e logo pude nota-la sem grandes borrões. Eu precisava despertar!

- O que há com você, menina? Estou te chamando há tempos!

Tempo? Quanto tempo eu estava ali? Era raro eu perder a noção de tempo e espaço... Isso só me acontecia com ele, por causa dele!

- Aconteceu alguma coisa? – Perguntei séria e forçando a minha concentração. Helena não era de falar comigo. Aliás, ela não parecia gostar de falar muito com ninguém, exceto... Oba! Meu lado fuxiqueiro está desperto em mim. Acho que ainda tenho salvação...

- Um dos seus colegas de piscina está te esperando na sala aeróbica.

- Ah claro! Eu já estava indo para lá. – Sorri afavelmente, omitindo o turbilhão que ainda passava por minha mente e corpo; do qual não tinha certeza se passaria algum dia, e me apressei ao encontro daquele ser. O que ele estava pensando? Tentei me concentrar na raiva que estava sentindo, ou que pelo menos, deveria sentir.

Antes de me retirar, porém, ouvi um murmúrio de Helena. Minha audição estava tinindo e isso era muito bom; meus sentidos estavam voltando!

- O que você disse? – Perguntei, escondendo o que eu havia ouvido nitidamente dela: "Se puder o tire de lá!".

- Só vá até lá, por favor. – Disse sem me fitar e voltando a recepção.

Aparentemente Jadir não estava causando encrencas apenas para mim...

- Seu doente, covarde, o que você estava pensando? – Já me aproximei do ser transbordando irritação quase forçada.

- Ah, oi Estela!

Jadir desviou o foco da parte inferior da esteira, mas não se levantou. Ele estava agachado, tateando ou sei lá fazendo o quê com o aparelho. Acredito que nem tenha reparado na minha brabeza. Ah, mas eu o faria notar!

- Por que você não foi falar com a Natalie como combinamos? – Ainda irritada.

- Acho que será impossível achar qualquer falha nesse aparelho por agora, ele foi revisado e obviamente não vão divulgar o resultado. – Desconversou ele, como se ainda não me ouvisse. - Ah não ser que a gente invada o escritório da gerência e...

- NORBERTO PARE COM ISSO!

Consegui a atenção dele. Jadir se levantou e fechou a cara em desagrado. Já tinha ouvido falar que ele não gostava que o chamassem pelo primeiro nome, por isso pouco o divulgava.

Após alguns instantes encarando o meu olhar furioso; eu ainda não conseguia determinar o tempo como antes, ele desviou o semblante e o abaixou.

Suspirei soltando os ombros.

- Você não entende – falou, ainda fitando o chão em nossa lateral. – Eu não tenho coragem de encontrá-la ainda. O que eu vou dizer? O que eu vou fazer?

- Foi por isso que você mandou o Adriel para lá? – Perguntei com os dentes semicerrados. Ele me olhou franzido:

- Adriel estava lá? Fazendo o quê? – Ele realmente parecia confuso.

- Deixa isso – falei me desviando e logo voltando a fita-lo. – Você não percebe o que está te acontecendo?

- Eu sei – respondeu cabisbaixo. – Estou obcecado, endoidecido.

- Você precisa falar com ela – eu disse até que maternalmente. – A comunicação é muito importante... É a mais importante em tudo!

- Eu farei isso... Até porque é loucura invadir a gerência somente para analisar a perícia feita neste lugar.

Jadir deu alguns passos a minha frente, estendeu a mão e me disse:

- Até.

Como assim "até"?

- Espera! Eu preciso te fazer algumas perguntas... - Na verdade, eu tinha muitas perguntas! - O que Adriel tem a ver com a Natalie?

Jadir voltou seu semblante a mim e coçou a cabeça parecendo em dúvida ou desconfortável... Por que ele sempre agia desse modo quando se tratava de Adriel?

- É muito importante para mim – comecei me justificando. – Você sabe que...

- Sim, eu sei – respondeu ele me cortando, já com mais segurança do que anteriormente. – Você me ajudou bastante Estela. Prometo te ajudar também, afinal, somos cúmplices.

Jadir sorriu do seu modo malicioso costumeiro. Ele parecia recuperado, ou pelo menos, voltara a usar a máscara do não ligo para nada. O bom dessa é que eu poderia me sentir um pouco mais a vontade do que com alguém deprimente e com teorias conspiratórias. Eu ainda conheceria muitas facetas daquele cara... Porém, não era dele que eu gostaria de saber mais.

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Será que Jadir revelará mais do que sabemos sobre Adriel?? 

Vamos conferir nos próximos que deverão vir semana que vem, enquanto isso, desejo-vos um excelente Natal. Apesar de não postar em "Debilitado" (acho eu), com certeza estarei por aqui e, quem sabe, cantando "Natalinamente" junto com vocês?? 

Bjs e até logo!!! <3

DEBILITADO - Livro 1 [COMPLETO] - Trilogia dos irmãos AmâncioOnde histórias criam vida. Descubra agora