Adeus

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Não se esqueçam de ler as notas no final.

- Você só pode estar brincando né?Deixa eu te explicar, hoje é primeiro de janeiro e não primeiro de abril. - Respondi a tia Munique depois de uma longa explicação que ela havia me dado sobre o que estava acontecendo.

Pra ser sincera não entendi muito bem, na verdade, não entendi nada.
Tudo que fiquei sabendo foi que tinha alguém atrás da minha família, só não me disse o motivo e quem era a pessoa.
O que me deu mais fé ainda de que minha mãe estivesse viva e querendo me pregar uma peça.

- Olha aqui Sasha, nada disso é uma brincadeira.Se você acha que estou mentindo tudo bem fique e morra. - Ela disse bebendo mais um gole de seu café.

Nenhum tom de humor,nenhuma hesitação ou dúvida.Comecei a levar a sério e aquela sensação de que o fogo do inferno estava começando a me consumir retornou.
Senti definitivamente que eu estava sozinha, sei que minha tia estava ali mas, ela não era minha mãe.
Meus amigos, meu namorado?Os amo muito mas, Caramba!Eu estava sentindo um maldito vazio no meu peito.
Comecei a derramar algumas lágrimas, não gosto de chorar, menos ainda em público mas, meu mundo estava desabando e eu estava indo junto.

- E o corpo dela? - Eu queria poder ver minha mãe pela última vez, me desculpar por todas as brigas e por eu ter teimado de ir em uma festa em pleno ano novo.

Minha tia não havia hesitado...Até aí.Ela torceu a boca e vi um olhar triste e vazio em seu rosto.

- Cadê o corpo da minha mãe? - perguntei em um tom mais alto e ameaçador.

- E-eu não sei, eles invadiram sua casa e quando eu e Clara nos escondemos eles foram atras apenas dela, ouvi os disparos e quando sai do quarto já não havia ninguém lá.

- O QUE?PRECISAMOS CHAMAR A POLÍCIA.ISSO É CRIME. - me levantei dirigindo-me até o telefone e pegando-o em minhas mãos.

- Você não pode.

Munique estava começando me estressando.
Que droga!Ela não ia fazer nada?Foi a vida da ex cunhada dela.A vida de sua melhor amiga.
Eu só queria chorar, chorar e espancar alguém, que com certeza seria ela mesma.

- Você não vai fazer nada? - perguntei estressada - Você não vai atrás de justiça? - grunhi -Vai simplesmente...Simplesmente fingir que nada aconteceu e que ninguém morreu?

Ela se levantou e foi até mim, limpou minhas lágrimas com as costas de suas mãos e suspirou fundo.

- É perigoso.Eles podem vir atrás de você, podem lhe fazer mal.Não quero te ver ferida.Meu irmão, seu pai, me mandou pra cá pra cuidar de você e não deixar que lhe acontecesse nenhum mal.Então vai ser exatamente isso que eu vou fazer.

Eles quem?
Não achei que ela estava certa, não mesmo, mas ela queria me ver protegida e viva. Pode ter certeza que eu estaria mas, que fez isso com minha mãe, já poderia se considerar uma pessoa morta!
Me acalmei um pouco e me sentei novamente no sofá.

- Tá - limpei a última lágrima que havia descido - Mas como vai ser minha vida de agora em diante?O único familiar que ainda me resta é você, mas você já deixou bem claro que tinha que voltar pro Canadá, além do mais, você tem filhos lá.

Vi a tensão nos olhos de minha tia.

- Você vai... - ela fez uma pausa - vai ter que ir morar no Canadá comigo e com seu pai. - dessa vez Munique falou mais rápido.

- Não posso, todos os meus amigos estão aqui, meu namorado...E além do mais, eu não quero ver meu pai.Já fazem 6 anos que ele não me liga nem pra saber se eu estou respirando, que tipo de pai é esse?

- Você não tem outra escolha.Não estou pedindo pra escolher se vai ir ou vai ficar.Estou dizendo que você vai ir morar conosco. - Ela abriu a porta de sua casa - Vamos arrumar sua mala, e depois você vai dar tchau para os seus amigos.Vamos embora dia três.

Eu no fundo não queria ir, tudo o que eu tinha estava aqui, desde o meu namorado até meus amigos...Mas eu sabia que eu TINHA que ir.
O único porém de tudo isso era que eu odiava meu pai, eu não queria ter que viver com ele, não queria ter que ser sustentada por ele e fingir que ele sempre foi um pai presente.
Bem,pelo menos os cursinhos de inglês serviriam de algo agora.
Foi horrível ter que me despedir de todos,principalmente de Marcus, eu o amava mais que tudo, seria difícil de esquece-lo mas, eu prometi pra ele que voltaria e aí poderíamos ficar juntos.

Notas:
Já sabe né?Vota no livro se você gostou (e se não gostou também) e deixa ai um comentário comentário sobre o que está achando.
Obrigada desde já.

-Kisses, kisses and hugs.

Maldito EspelhoWhere stories live. Discover now