— Mingyu-ah? — Minghao chamou, cutucando-o nas costelas. O último sinal havia acabado de tocar e ele queria mesmo ir embora, mas não podia deixar seu único amigo dormindo.
"Amigo" entre aspas, por que haviam três grandes barreiras quase intransponíveis entre os dois, as quais o chinês era obrigado a observar sempre que via-o.
A primeira era a barreira linguística, Minghao não sabia falar o coreano informal corretamente, apenas arranhava o básico e torcia para que alguém entendesse. Em contrapartida, Mingyu não conseguia nem escrever uma palavra simples em chinês. Os dois sempre acabavam com mal-entendidos quando passavam tempo demais conversando, o que era maravilhosamente horrível: Minghao sempre aprendia alguma expressão com Mingyu, mesmo que fosse do pior jeito possível.
Mas ele só guardou, realmente, uma delas. Aquela expressão, a que gerou a segunda barreira entre eles num bolo de mal entendidos e bochechas vermelhas em ambos. Popo.
Foi em uma tarde como aquelas, em que Minghao tentava acordar um Mingyu desmaiado de cima da carteira escolar. O de cabelos azuis sempre acabava dormindo na última aula e sempre acabava sendo obrigação de Minghao acordá-lo, e então os dois iam juntos para o prédio em que eram vizinhos. Naquela tarde, os dois pararam para tomar sorvete e Minghao estava descobrindo algumas coisas sobre si mesmo...
Acabou que, antes de se separarem, Mingyu cutucou seu ombro com o dele e disse baixinho "Minghao-ah, popo.".
Pelo pouco de gírias que Minghao sabia, pensava que aquela significava me beije. E significava, mas não do jeito que ele pensava...
E é aí que entram as outras duas barreiras: Minghao gostava de Mingyu e Mingyu tinha um namorado.
Mesmo tendo sido apenas um selar, Minghao havia beijado os lábios dele. Havia provado o sabor de baunilha do sorvete que o mais alto estava tomando. E ele tinha um namorado.
Foi compreensivo, deu uma risadinha piedosa da bobagem dele e o explicou que popo na verdade era para beijinhos no rosto. Então, para disfarçar a vergonha, Minghao pedia beijinhos para ele todos os dias antes de se separarem, um entrando na porta da frente do outro.
Mas aquela tarde parecia diferente; Mingyu estava cabisbaixo, triste, desde a primeira aula. Não havia nem feito piadas sobre o baixinho do representante de classe, nem dado risada quando Minghao se sujou todo de iogurte no recreio...
— Hm, estou indo, já acordei. — ele respondeu, seco, e guardou seus materiais dentro da bolsa. — Você não precisa agir como minha mãe, Minghao.
Aquilo o magoou. Ele não entendia o motivo de tal grosseria na voz de Mingyu. Acorda-lo era algo que sempre fazia, e sempre recebia uma leve bagunçada em seus cabelos morenos como resposta.
Daquela vez, Minghao saiu sozinho da sala, com os punhos cerrados ao lado do corpo. Mingyu não tinha o direito de ser rude consigo! Ele não seria idiota de aceitar aquilo na boa. Já era obrigado a gente ouvi-lo falando do namorado, não queria ouvir sobre seus problemas. Afinal, ele gostava de Mingyu, e realmente não era sua mãe.
Já estava na porta do colégio quando Mingyu o alcançou, todo cheio de desculpas e preocupação. Era óbvio que não teve a intenção de ser rude, mas isso não impedia o mais baixo de ficar irritado.
— Minghao-ah! Espere um pouco. — Mingyu disse, segurando-o pelo braço com delicadeza. Ele se sentia em um dorama. — Me desculpe, é que eu terminei com o Wonwoo e... não queria ser rude com você.
Minghao derreteu. O mais alto tinha o dom de tirar suas palavras e o deixá-lo mole igual manteiga.
— É que foi por sua causa... — tudo bem, por essa, ele não esperava. Minghao não costumava ser sequer lembrado pelas pessoas, ele era quieto e passava despercebido na maioria das vezes. Mas os olhos de Mingyu estavam brilhando em sua direção como se ele fosse tudo o que podia-se ver. — Meus sentimentos estão confusos desde que você me deu aquele beijinho. Mas eu gosto do Wonwoo, acho. É confuso.
Minghao abaixou a cabeça. Era óbvio que Mingyu estava triste e era óbvio que era sua culpa. Mas ele não podia conter a felicidade por saber que ele também gostava de si. A ideia era exuberantemente linda.
Então, não se conteve.
— Mingyu-ah? — chamou, sorrindo propositalmente de modo que seus olhos grandes franzissem e ele ficasse totalmente adorável. — Popo?
Mingyu riu, rouco, e se abaixou para segurar o rosto delicado do menor.
— Popo. — respondeu, e colou os lábios novamente nos cheinhos de Minghao.
Mas, daquela vez, de propósito.
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essa gyuhao eh pra aquecer seu coração @plsjessie
oi Jessica
vc eh 🔝🐶A gente se conheceu fazem alguns meses e eu nunca imaginei que vc fosse se tornar tão brodi igual vc virou (ainda mais por que a gente brigou logo de cara).
Mas eu te adoro, for real, igual uma irmã.
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popo ❤︎ gyuhao
FanfictionOnde Minghao insiste em dizer a única gíria que sabe em coreano, repetidas vezes, para Mingyu: popo. [gyuhao | fluffy]