Gritos

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(Narração de Melissa)

Acordei. Ainda está escuro, mas o relógio está marcando seis em ponto. Deve ser o fuso horário. Estou ouvindo gritos! Parece que vem do quarto ao lado. A Bella! Abro a porta do quarto afogando de medo.

-Socorro!

Preciso ajudá-la. Ela está em desespero!

Me aproximo lentamente. Meus passos são silenciosos, mas minha respiração está ofegante e não consigo controlar. Meu coração parece querer saltar para fora do peito. Estou tremendo!

A porta está aberta. Me encosto na parede. Minhas pernas estão fracas. Vagarosamente me inclino para olhar o quarto.

Não posso acreditar no que estou vendo!

Bella estava deitada em sua cama dormindo tranquilamente como se nada tivesse acontecido.

Mas se não são dela, de onde vieram os gritos? Era melhor voltar para a cama. Talvez tenham vindo de alguma casa aqui perto.

Estou ensopada de suor por causa do medo. Não posso dormir assim. Vou ao banheiro tomar um banho. Acendo a luz que está estranhamente fraca e começo a me despir.

Um barulho na cozinha e eu paraliso por alguns segundos. Silencio.

Deve ter sido algum rato.

Termino de me despir e ligo o chuveiro. Sinto a presença de alguém atrás de mim, o que me causa um arrepio tenebroso. Viro-me bruscamente.

Não tem ninguém comigo. Calma.

Começo meu banho quente virada para a parede. Um vulto passa nitidamente como uma sombra. Eu paraliso novamente, dessa vez paro de respirar como num susto. Estou tomada de medo.

Lentamente me viro, ainda sentindo a presença estranha ali comigo.

Viro-me totalmente. Grito de desespero.

Era o Edu! Estava ali no banheiro! Me olhando! Como entrou? O que quer?

Ele me olha e sorri com os cantos da boca. Seus olhos possuídos de desejo e vingança.

Ele gargalha psicopatamente e ergue a mão. Uma faca!

Eu grito por socorro desesperadamente!

De repente, como se meu espírito tivesse saído do meu corpo, estou na porta do banheiro observando toda a cena.

Me vejo ali, nua. Vejo o Edu, tomado de fúria e ironia. Me aproximo e fico entre os dois, de frente ao Edu. Olho em seus olhos, pego a faca de sua mão e passo em minha língua.

Me aproximo de Edu e lhe beijo

(...)

-Melissa? Acorde. Sou eu, a Bella. Está tudo bem?

Melissa estava encharcada em suor, com a boca seca.

-Você está bem? Estava gritando!

- Es-estou... Foi só um pesadelo. Que horas são?

-São seis e meia. Tome um banho e venha tomar café. Vou te levar para sair um pouco e conhecer a cidade.

Destino improvávelOnde histórias criam vida. Descubra agora