Capítulo 13: Sentimentos de dor perto do fim...
Vou ser, só agora, neste momento, e porque me está a dar numa disso, verdadeiro convosco.
Fiquei farto do Clube de Ajuda.
Eles chateiam-me.
A sério. Parece-vos normal?
Não gosto deles.
Não gosto da Cold. Não gosto da Sly. Não gosto do André.
A partir de amanhã não vou mais pôr os pés na sala do clube, o que significa que vou ter de ir falar com a Eyleen para me deixar sair.
Eu sei. Foi ela que me pediu para entrar no clube, porque me queria ajudar a socializar, mas a verdade é que eu não consigo estar ao pé daquelas pessoas.
Triângulos amorosos, a sério? Pelo amor de deus, é que nem me chateiem com isso.
Eles que tratem de tudo.
Eu desisto.
Cozam-se.
Vou aproveitar para acabar com este arco já neste capítulo.
(Não és tu que decides isso)
Não? Já vamos ver.
(Lars, tens que perceber que sou eu que escrevo a história)
E tu tens de perceber que eu não quero saber.
(Ás vezes és mesmo uma criança)
Pois.
Como eu estava a tentar dizer, antes de ser interrompido por UM PALHAÇO QUALQUER, este capítulo vai ser o último em que o triângulo amoroso vai estar em estudo.
(Ok, Lars. Faz lá o que queres. Mas....como é que tu vais saber o que está a acontecer?)
Como assim?
(Bem, tu não estás exactamente ao pé dos outros três, não és assim tanto amigo deles, e eu nunca mudei de ponto de vista nesta história, por isso...)
Ponto de vista, eh?
(Sim. Lars, porque é que achas que estamos sempre dentro da tua cabeça? Quer dizer, os leitores provavelmente já te odiavam só de olhar para ti, então se tiverem dentro dessa tua cabeça doente, vai ser ainda mais fácil...)
Estás a tentar dizer que tu queres que os leitores me odeiem?
(Bem, querer é um verbo muito forte, diz antes esperar. Sim, eu espero que eles te odeiem)
Só estás a tentar controlar a opinião que eles têm de mim.
(Eh. Não posso dizer que não)
Não achas isso errado?
(Errado? Porque é que haveria de ser errado?)
Se tu fazes de propósito para que os leitores me odeiem, estás apenas a controlá-los. Não os estás a deixar formar a sua própria e singular opinião sobre mim.
(Estás enganado. Eles formam uma opinião exactamente da mesma forma)
Não. Eles formam uma opinião de uma forma fechada. Com filtros. Formam a opinião por tudo aquilo que tu lhes mostras, como se tu fosses algum tipo de ser omnipotente.
(Desculpa-me que te diga, Lars, mas eu sou um ser omnipotente, aqui neste mundo sou)
Porquê? Porque achas que o criaste?
(Acho? Não, meu caro, eu criei-o)
Tu és o único mau aqui. Ages como um ditador, fazendo os leitores pensarem da maneira que tu queres e destruindo a opinião própria que todos eles deviam ter.
(Que ideias mais revolucionárias que tu tens...)
Eu não sou levado pela tu opinião, e tenho pena que os leitores sejam.
(Todos eles são. A história é minha, e como criador dela, é meu trabalho mostrar aos leitores o que eles deviam pensar sobre dito personagem)
Dou de mim a perceber-me que não passo de um personagem num livro de ficção.
E de alguma forma...isso deixa-me triste.
(Não te preocupes com isso, Lars. Pensares para além de ti é estúpido e vai contra as leis da narrativa. Tu és um personagem, mas não deves ter consciência de o ser)
Apenas tu deves ter essa consciência, eh?
(Exato. Senão, o que seria desta história? Como é que esta história seria se o personagem soubesse que está numa história?)
Parece-me que já é um bocado tarde demais para isso.
O facto de eu ser um personagem numa história já me está mais que claro.
(...)
Mas não é por isso que eu me irei rebaixar aos teus valores e às tuas ideias, muito menos às tuas mentalidades.
Eu sou livre.
E tenho pena que os leitores não o sejam.
(Sabes que mais? Vou dar-te liberdade para fazeres o que queres durante este capítulo)
Significa?
(Que praticamente passaste a ser um deus...)
Um deus?
(Bem, omnipotente e tal, tu sabes...)
Ok.
Está na hora de mostrar aos leitores que eu sou ainda pior do que eles pensavam.
---X---
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Os Deuses Da Comédia Romântica
HumorLars, um adolescente, odeia ser adolescente. Faz parte de uma turma onde ele é invisivel, e por isso, ele usa esse poder para observar e julgar os "idiotas" a que ele chama adolescentes. Os vicios, hábitos, e maneiras de viver, falar...