Capítulo 13- Parte II

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Antes de ver se me foco naqueles três idiotas, primeiro vou voltar para casa e ter com a minha querida irmã Luna.

Serei eu mau aos vossos olhos? Errado? Imoral, talvez?

Por favor, pensem um pouco antes de formarem opiniões de mim.

Cheguei a casa pouco antes das da Luna, e aproveitei para ver um pouco das notícias. Eu normalmente não me importo, mas hoje veio-me uma vontade estranha de saber o que se passa pelo mundo.

Mais um crime. Um homem matou uma mulher á facada. 20 cortes na zona do abdómen. Hmm, interessante...

Imagino o que pode levar as pessoas a matar?

Quer dizer, a verdade é que todos nós já pensamos em matar alguém. Todos. É apenas um impulso e nada mais. Vem do nosso lado animal.

Agora, o que poderia levar esse impulso a tornar-se um ato? Eu não sei, quer dizer, a vida é tão insignificante que nem me importa.

De certeza que o homem achou na altura que tinha uma boa razão para isso.

Desliguei a televisão.

Não estou para pensar nisto mais. Chateia-me. Humanos. Tão insignificantes.

Que bom era pisá-los se pudesse, não são mais nada do que formigas. Tão pequenas.

Foquei-me.

Agora era a hora. Vou mostrar os poderes que me deram.

Nunca mudou de ponto de vista, eh?

Vamos ver....

Primeiro, comecemos com a Sly.

...

Ora bem, a Sly nunca pensou que amar seria tão difícil. AH! Que pena, parece que está a aprender agora.

No momento em que viu o André e a Cold na sala, a beijarem-se, parte dela perdeu-se para o inferno.

Ela não queria mais saber de ninguém.

Deixaram-na com pouca sorte.

Porquê?

Havia de ser ela aquela que ficava com o coração partido no meio da estrada.

Foi até ao telhado da escola, não sabia bem porquê.

O corpo dela levou-a até lá.

O vento bateu-lhe de lado, e levantou-lhe a saia. Pôs a mão á frente da cara, para se defender da forte brisa.

Caminhou em passo incerto até á beira do telhado, de onde se via toda a área escolar.

De trás de si apareceu a Cold. A sua amiga. Sorriu. Amiga, desde quando?

Quase chorou só de a ver.

Doía-lhe o coração. Porquê? Ela gostava do André. Ela gostava da Cold.

Se eles estivessem juntos, ela devia ficar feliz. Então, porque é que lhe doía tanto o coração?

Ahh, lembrou-se. Ela sorriu para a Cold, sim. Sorria para todas as suas amigas e conhecidas, colegas e até professoras.

E sorria para o André. Mas a forma como sorria para ele era diferente. Era outro sorriso. Ou assim ela sempre o imaginou.

A Cold olhou para ela, quase chorando.

"Sly!!" ela gritou, triste.

Sly não sabia como responder, ela não queria falar com ninguém.

Engoliu o seu medo, e falou devagar. "Cold, eu..."

"Sly...desculpa-me."

Ela não queria ouvir aquilo. Sinceramente, ela nem sabia porque é que tinha fugido quando os viu. O corpo dela mexeu-se sem ser comandado.

Abanou a cabeça. "Não. Cold, tu não tens culpa..."

"Tenho...fui eu que o aceitei."

Sly odiava ouvir aquilo. Não, não poderia ser assim.

"Não, Cold. Não te culpes. Nós sabíamos que íamos ter de mudar um dia..." Era uma triste verdade, não há nada que fique sempre igual.

"Mas...."

Sly sorriu. "Espero que sejas feliz."

Sly quis sair dali. A conversa estava terminada para ela. Passou por Cold, sem dizer nada, mas Cold parou-a, agarrando-a no braço.

"Cold?"

"Sly, eu não aceito isto."

"....Tens que aceitar."

"Mas tu também gostas dele."

"...Ele escolheu-te a ti."

Cold calou-se. Sly puxou o braço e Cold largou-a, deixando-a sair do telhado.

Sozinha, Cold caiu de joelhos no chão, chorando.

Sly desceu as escadas e deu de caras com André, que estava a meio de as subir.

Ela tentou não olhá-lo, mas ele parou-a.

"Sly. Que se passou?"

Ela abanou a cabeça. "Nada." Olhou para o chão. "Vai ter com a Cold. Ela está no telhado."

Ele sorriu. O idiota. "Obrigado, Sly." E correu para o telhado.

Sly continuou o caminho, sem saber muito bem para onde estava a ir. Só se deu conta das lágrimas que lhe caiam do rosto quando saiu da escola.

André passou pela porta e foi encontrar Cold ajoelhada no chão, de mãos na cara, chorando.

Correu para o pé dela. "Cold! O que se passa?" Ajoelhou-se ao pé da sua amada, e tocou-lhe no ombro.

Cold olhou para ele. Sorriu. Estava triste.

André não sabia o que fazer. Ele poucas vezes tinha visto Cold a chorar.

"Por favor, André....abraça-me."

Ele consentiu e pôs os seus braços á volta de Cold. Agarrou-a perto de si, e ofereceu-lhe do seu calor.

Cold sentiu-se mal. Ela não merecia estes braços.

Mas ela amava-o tanto!

Não devia ser assim tão difícil amar.

Sem mais esquecer, ela chorou no ombro do André, que a abraçava, tal como ela tinha pedido.

Apercebeu-se pouco depois que André massajava-lhe a cabeça, passando-lhe levemente a mão no cabelo, como se o penteasse. Deu-lhe algum sono, e Cold deixou-se descansar.

Quase que adormeceu, mas quando recuperou as forças, pôs os seus braços á volta de André, o que o assustou.

Falou ao ouvido dele, numa voz abafada. "Obrigado, André."

Ele sorriu. "Claro. Sempre."

Cortaram-se do abraço pouco depois, e sorriram um para o outro. Cold limpou os olhos vermelhos do choro.

"Vamos?"

André questionou-se. "Vamos onde?"

Ela tocou-lhe no ombro ao passar por ele, o seu cabelo azul esvoaçando atrás dela. "Eu levo-te a casa."

"Tu?"

"O meu pai leva-te, ok?"

"Ahhh...." Ele ficou lá, parado a olhar para ela.

"Vem!" Cold chamou, perdendo a paciência.

"S-Sim!" André correu atrás dela, meio que feliz.

E assim terminamos esta história.

Ou assim queria que fosse.

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