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"O sopro do vento balançava as folhas das árvores

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"O sopro do vento balançava as folhas das árvores. A lua refletia sua imagem no rio do sombrio bosque Zanon, formando uma trilha cintilante sobre as águas.
De dentro das águas agitadas ela surgiu... serena, caminhou com simetria. As vestes transparentes molhadas colaram-se ao corpo formoso evidenciando a silhueta realçada movendo-se como uma serpente sinuosa, o fascinando.

De costas para ele, os longos cabelos ruivos brilhavam como chamas ardentes sob a luz bruxuleante.

Ele não foi capaz de desviar os olhos, havia uma força maior prendendo sua atenção, como se estivesse enfeitiçado... queria tocá-la, nunca havia contemplado mulher mais agraciada.

Então, ela virou-se em sua direção e ele sentiu como se estivesse sendo acometido por um raio quando os olhos verdejantes se chocaram com os seus. Foi a única coisa que ele conseguiu ver claramente.

Desejou se aproximar, mas, ouviu gritos e quando olhou para suas mãos, segurava uma estaca coberta por sangue. Trovões e galopes de cavalos selvagens causou-lhe um pavor repentino, tomando por completo o seu gélido coração..."

Assombrado, rei Dylan acordou. Outra vez aquele sonho voltara para atormenta-lo como todas as noites nos últimos meses. Um misto de céu e inferno, primeiro a visão doce de um anjo e depois, sangue e pavor; sua condenação.

Ainda com a visão turva, tentou levantar. Sentindo um peso leve sobre as pernas, Dylan olhou para os lados e se viu trançado em meio a três belas mulheres nuas, jogadas em sua cama. Riu com audácia, mesmo que sua alma fosse fria como a sepultura, seu sangue era quente como o inferno.

Seus olhos percorreram o grande aposento, olhando através da janela pôde notar que ainda era noite e que o céu continuava negro tanto quanto sua alma. O incandescente coração da noite estava aceso, iluminando o aposento através da janela.
Dylan fechou os olhos tendo a intenção de voltar a dormir, para satisfazer seu desejo profundo de ver os olhos cor de esmeraldas outra vez, e desvendar o enigma daquele presságio.

Aquela mulher, quem seria?! Distante e delicada, de beleza sublime e elevada... Dylan lamentou a si mesmo, de certo ela não seria seu anjo da guarda. Ele não buscava o céu, porquê lá não teria lugar para seu coração odioso.

Ele não temia a nada, porém, aquele pesadelo trazia grandes incertezas e aborrecia-o por não conseguir compreender. Ela suscitava nele batidas estremecidas dentro do peito, como galopes de cavalos indomáveis advertindo-o de que dentro dele existia um coração, trazendo a realidade de que ele não era um deus e sim, um homem de carne com sangue quente nas veias. Pois, somente um deus seria imune ao feitiço que lançava aqueles olhos. Pensando bem, até mesmo um santo colocaria sua salvação em condição duvidosa diante aos encantos daquela misteriosa mulher.

Uma batida na porta levou os pensamentos lúdicos de Dylan para longe.

__ Entre.

O comandante Gazar, seu braço direito, abriu a porta e parou no limiar.

Entre a Guerra e a PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora