Capítulo 78

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Eva narrando

Respiro fundo, sentindo todos os meus ossos fazerem um grande esforço pra eu conseguir pôr oxigênio nos meus pulmões. Não faço ideia do que estou fazendo e por que estou fazendo. Pra começo de conversa nem deveria estar dentro desse carro, indo em direção sabe onde. Eu mesma preciso dá uns tapas na minha cara e parar com essa mania de se deixar levar.

O problema maior é como vou dizer isso ao Alex que está com os olhos brilhando toda vez que passa o olhar pra mim que eu acabei me levando por algo passageiro e que não quero mais ir com ele.

—Esses dias que se passaram foram piores do que previa, Eva. Eu não consigo nem parar de pensar em você. Qual foi? Você usou que feitiço pra me deixar assim? —Disse em tom de brincadeira.

Dei uma tossida de leve, olhei para ele com a melhor expressão que poderia fazer naquele momento de desconforto.

—Segredo. —Entro na brincadeira. —Mas...

Paro de falar ao ver que ele estacionou numa rua qualquer. E não em frente a um motel, como havia imaginado.

—Por que parou? —Pergunto assustada.

Ele abriu um sorriso cativante.

—Porque você não quer. —Disse como se aquilo não o ferisse mais, o que pra mim era mentira.

Ou ele estava sendo muito forte ou muito maduro, e isso de fato eu não esperava dele. Quando o conheci ele era rebelde, não se importava se queria ou não. Se estivesse saciando a vontade dele, ótimo, o resto não importava.

—E e-eu... —Gaguejo, parecendo uma menininha.

—Tá tranquilo, Eva.

—Desde quando me chama de Eva? —Pergunto incrédula. Ele sempre me chamou de Eloá, até quando soube o meu verdadeiro nome.

Cruzo os braços esperando pela sua resposta. Mas ele simplesmente cruza os dele e encara o para-brisa do carro.

—Então?

—Esse é o seu nome. Tu mesmo disse.

Mordo o lábio inferior e bufo.

Não que eu me incomode com ele me chamando pelo meu nome, porém é difícil de entender uma pessoa que muda de um dia pra noite. No caso dele, em dias. No entanto ainda assim, me deixa um pouco assustada.

—Pois é. Seria pedir muito se me levasse pra casa novamente?

Ele negou e de novo ligou o carro, seguindo rumo a minha casa.

Ficamos em silêncio até chegar no apartamento. Ele parou e retirou a chave do carro.

—Posso subir?

Olhei para ele e assenti.

Meu Pinguim iria ficar muito feliz ao ver Alex. As vezes fico com ciúmes com tanta atenção que Lorenzo dá a ele, mas é tão bom vê-los brincar como se não existisse amanhã.

Subimos sem se falar também. Só nós dois naquele elevador.

—Você cortou o cabelo. —Afirmo, ao olha-lo melhor.

—Sim. —Disse sem olhar pra mim.

—A-Al... —Quando ia perguntar o porquê dele estar agindo dessa forma, a porta do elevador se abre e ele sai apressado.

Não demorou muito e Lorenzo estava nos braços de Alex quando entro no apartamento. Era tão bonito de vê-los. Parecia até pai e filho mesmo...

Engulo em seco e nego com a cabeça.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora