Bom, às vezes minha mente inquieta fica tão alvoroçada que acabo transbordando na escrita. Esse é um dos meus escritos. Se você se sentir perdido e achar repetitivo, mil perdões, mas isso se deve ao meu fluxo de pensamentos. E de certa forma é proposital.
Eu não espero que gostem ou desgostem, porque isso apenas são reflexões pessoais. Portanto sintam-se livres pra opinar sobre o que aqui irei deixar.
Isso nem é 1% do universo infinito de coisas que passam pela minha mente. Obrigada antecipadamente por tirar um tempinho para lê-lo.
A todas as almas perdidas, eu finalmente dedico essa reflexão. 💜Por que sempre nessa época do ano – nesse curto espaço de tempo, de dias que antecedem a famigerada "virada" -, nós nos vemos tão reflexivos e olhando pro nada à procura do começo?
Por que temos esse hábito, que é quase uma necessidade, um vício constante de nos lembrarmos dos começos quando estamos diante do fim? Talvez porque estivemos tão distraídos, inertes no processo, no ínterim, no "meio" que esquecemos de pensar sobre o momento?
Deixamos para os derradeiros instantes a reflexão, os pensamentos, as atitudes que deveríamos ter feito no processo.
Quando vamos passar a ser mais conscientes? Quando vamos ser mais conectados aos nossos sentidos, sensações e mente? Quando vamos ser mais sábios?
Talvez quando os anos se multiplicarem nas suas costas e você novamente se debruçar ao que passou e se dá conta de tudo que deixou ir e não teve a audácia de tomar atitude.
Quando dizem que o tempo é o senhor de tudo não mentem. Pois só e somente ele nos dão a capacidade de enxergar o que jamais vimos antes. O que não tivemos a maturidade e a sensibilidade para vermos.
Será que demorará muito para que cada um resgate a consciência necessária para ser mais humano?
O tempo age de formas diferentes para cada pessoa. Para uns, o tempo corre, para outros o tempo se arrasta e quase nunca anda.Mas no geral, o tempo em si é fugaz, efêmero, como uma chama única. Se está acesa logo não tardará a cessar, a extinguir.
O que você está esperando?
Está esperando que o tempo se dissipe e você se encontre no parapeito do seu próprio fim?
Está esperando não ter mais chances, não ter mais voz, não ter mais nenhuma opção a seguir porque deixou todas elas irem para o ralo enquanto estava dormindo?
Não precisamos e não devemos esperar pelo fim para fazermos agora. Nós não podemos tocar no passado, nem no futuro. O passado é um espelho que reflete o que você já fez, são suas consequências, seus resultados de experiências já vividas. Enquanto que o futuro é apenas sonho, idealização, ficção de nossas mentes.
Estamos no agora e somente nele podemos fazer algo. Fazer diferente, sabe? Você sabe? Você sabe fazer diferente, fugir do senso comum, da rotina, sair da sua zona de conforto? Você sabe arriscar? Você sabe se perder e se encontrar no meio do caos?
Você sabe ou você simplesmente não quer saber?
Escolha uma dessas opções.
Se você simplesmente não quer saber, pense sobre. Por que você não quer saber? O que está acontecendo? Em que estado de cegueira você se encontra ao não se mostrar interessado no novo?
A ideia de se perder, de sair do caminho usual, de se ver respirando novos ares te amedronta? Respira fundo, tome um tempo, olhe ao seu redor e veja quão clichê isso é. O novo sempre irá nos assustar até que permitamos que ele entre em nossas vidas e se transforme em algo normal.
Se você sabe, por que não está agindo neste instante? Por que tão hipócrita? Você bate no peito, diz a plenos pulmões que sabe fazer algo, fazer diferente, mas não faz. O que te impede?
É medo também? Ou você não sabe como começar a se perder?
Já pensou na possibilidade de você já está perdido e agora está pensando em como se perder? Veja quão insano isso é. Você já pode está perdido e nem se dá conta. Percebe a confusão, a torrente desesperadora de pensamentos que perpassam sua cabeça?
Isso é estar perdido.
Saia das quatro paredes do seu quarto, saia da sua casa. Fique em ar livre, sinta o ar entrar, habitar e sair de seu corpo. Inspire, expire. Olhe ao seu redor. Olhe para frente, para trás, para os lados. Olhe para cima e para baixo. Agora fixe seu olhar no céu. Se conecte na imensidão que ele é. Se perca nele.
Comece a achar formas geométricas, a achar desenhos irregulares de animais, de contornos grosseiros que suscitam em mais reflexão. Se perca no azul límpido e encontre sentido para tomar fôlego e olhar pra frente novamente.
Percebe que agora é diferente? Sua perspectiva se abrangeu no interminável céu que você por instantes visualizou.
Então quando não souber o que fazer, quando não tiver certeza se está ou não consciente o suficiente, apenas olhe para cima. Se perca no universo infinito que está acima de nós, mas que passamos tempo demais sem admirarmos.
Agora vai.
Se perca.
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The End and the Beginning
Short StoryPor que os fins sempre nos remetem aos começos?