𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐅𝐈𝐅𝐓𝐄𝐄𝐍

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⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐅𝐈𝐅𝐓𝐄𝐄𝐍:
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐌𝐄𝐋𝐈𝐒𝐒𝐀 𝐏𝐑𝐎𝐂𝐔𝐑𝐀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐏𝐄𝐋𝐀 𝐕𝐄𝐑𝐃𝐀𝐃𝐄

Daquela vez o beijo de Henry era mais lento, mas ele não demorou para se posicionar sobre mim enquanto agarrava a minha coxa esquerda

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Daquela vez o beijo de Henry era mais lento, mas ele não demorou para se posicionar sobre mim enquanto agarrava a minha coxa esquerda. Seus beijos chegaram ao pescoço e eu fechei os olhos, a fim de tentar relaxar e apenas curtir o momento. Aquilo, entretanto, não durou nem um minuto sequer porque, quando trocamos olhares, eu me afastei dele rapidamente.

Eu não via mais Henry, mas sim o irmão dele. Foi algo bem brusco, na verdade, logo me coloquei a fechar os olhos, pondo as mãos no rosto devido ao susto. O que eu vi em Harry foi a expressão mais perversa de todas, junto de um sorriso torto, algo que seria difícil de esquecer.
     — Melissa? — ouvi a voz de Henry, muito preocupado e tentando tirar minhas mãos da frente dos olhos. — Ei, o que houve? O que você está sentindo?
     — Não, não... — murmurei, atordoada e deixando que ele afastasse meus braços. Mesmo assim, ainda continuei de olhos fechados. Eu não queria dar de cara com Harry novamente.
     — Eu fiz algo de errado? — perguntou, depois de um suspiro pesado. Quando ouvi a sua pergunta, resolvi abrir os olhos, com bastante lentidão e receio. A expressão de confusão dele estava muito nítida, então me decidi que eu estava apenas alucinando, devido ao estresse. —  Fala comigo.
     — Eu... — me sentei, apoiando as costas na cabeceira da cama e abaixando a minha blusa que, minutos antes, Henry tinha levantado —, eu acho que ainda não estou preparada para isso. Me desculpe mesmo, Henry... Eu sei que sempre fujo de você, mas é melhor assim..., acredite — falei, abraçando os joelhos.
     — Tem a ver comigo?
     — Não — respondi, ainda pensando no irmão dele —, eu só me senti um pouco mal. Talvez seja o choque, não sei...

Eram sempre as mesmas desculpas.  Eu nem sabia mais se a culpa era minha ou se era do Harry, já que eu não tinha tanta certeza se ele havia induzido aquela alucinação.   
     — Bom...  — Henry coçou a nuca e desviou o olhar de mim, mostrando desconforto. Ele estava sentado sobre os joelhos e buscava acalmar a respiração. — Então tudo bem.
     — Podemos apenas dormir? — eu perguntei, me sentindo cansada demais para pensar. — Fiquei indisposta, espero que me entenda.
     — Claro, claro — respondeu ele, depressa. — Vou ao banheiro — avisou, saindo do quarto e indo para o outro cômodo no corredor.

Fiquei acordada por tempo demais, pensando no ocorrido de três horas atrás. Henry dormia ao meu lado depois de eu ter insistido muito para que ele não fosse para o sofá da sala. Às vezes eu tinha dó dele, que estava apaixonado por alguém como eu, uma mulher que vivia assombrada, neurótica e com receios.

Eu estava muito cansada, mas não conseguia dormir. Os meus olhos não pregavam de maneira alguma, mesmo que eu os fechasse e contasse até cem. Acabei me irritando e me sentei na cama, observando o quarto escuro onde apenas uma luz leve passava pelas brechas da janela. Senti um nó na garganta e uma vontade enorme de sair andando por aí, para bisbilhotar as coisas do Henry novamente.

hope • hs | book 1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora