Destinos Cruzados!

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1° Parte;

[24 de Fevereiro de 1998, 03h00min].

O frio da madrugada é rigoroso como costumeiro, o vento parece assoviar a cada rajada que corta a fachada do sanatório de Lington, que por observação já está velho; pintura extinta deixando o negro tomar conta de toda a extensão da instituição. O letreiro enferrujado tem alguns galhos secos entrelaçados nas letras, galhos providos de árvores que fazem uma espécie de túnel até a porta de entrada da entidade. As poucas janelas que podem ser visualizadas são sujas, asquerosas.

Um carro preto para em frente ao sanatório. A porta do passageiro se abre e seguidamente a de trás do mesmo lado do passageiro. O carro então tem o motor desligado. As pessoas que saem do carro são homens bem vestidos por ternos aparentemente pretos, luvas de couro também pretas e cachecóis azuis. Esses homens vão até o porta-malas, que passa a emitir um som, um barulho de ferro batendo na lataria do carro pelo lado de dentro. Os homens se olham se perguntando o que seria aquilo, porém ambos ignoram e abrem juntos o porta-malas...

[25 de Fevereiro de 1998, 07h00min].

No berçário do hospital Glover em Oslo, capital da Dinamarca, há apenas duas crianças chorando sem parar ecoando pela grande sala branca. O choro continua até que alguém entra na sala, as crianças sem mais nem menos cessam o choro. Sapatos altos passam a emitir o som agudo de passos, a cada um que dá obtêm mais a atenção das crianças, até que o silêncio que se fazia no momento é quebrado...

-Olá bebê lindo!

A voz doce da moça faz com que uma das crianças abra um largo sorriso, seguido disso a outra criança também sorri para a figura feminina ainda misteriosa. A mulher trajando roupas sociais brancas, incluindo luvas, cachecol e um chapéu de plumas pega uma das crianças. Ao fazer isso outra figura entra na sala, porém é um homem, também em trajes sociais com um casaco de pele sobre os ombros.

(Mulher)
-Então foi como o previsto?

(Homem)
-Sim. Não se preocupe, cuidei pessoalmente dessa vez...

(Mulher)
-Ótimo. Chame o motorista, vamos agora para Strawberry Field.

(Homem)
- Tem certeza que levará ele para lá?!

(Mulher)
-Sim! Além disso levarei os dois...

(Homem)
-Mas senhorita!

(Mulher)
-Não discuta, não é a minha decisão.

O homem em sinal de concordância sinaliza positivamente com a cabeça enquanto dirige-se em direção à segunda criança. Ele olha para a mesma e a apanha do berço que outrora a acomodava.

(Mulher)
-Bem agora que temos as crianças não há com o que se preocupar, não é?

(Homem)
-Claro senhorita. Está tudo caminhando perfeitamente...

[Três horas depois]

A bela paisagem da cidade de Oslo encanta a todos, o clima gélido da cidade atrai aqueles que são amantes de baixas temperaturas.
No aeroporto da grande metrópole que é, a mulher e o homem aguardam a chamada para o vôo até Liverpool na Inglaterra, onde se localiza Strawberry Field, orfanato popular em todo o país.

(Mulher)
-Espero que quando chegarmos Pietro já tenha terminado o serviço. Não posso mais dar deslizes, do contrário Sr.K irá nós esfolar vivos!

(Homem)
-Tenho confiança em Pietro, ele é um perito na área. Talvez leve um tempo, mas dará certo, não se preocupe.

O painel sinaliza a saída do vôo para Liverpool após a chamada nos alto-falantes do aeroporto.

Gaiden - Philipe de AquárioOnde histórias criam vida. Descubra agora