Capitúlo Único: Terror na escola.

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— Em uma escola como a nossa, uma garotinha foi assassinada pelo diretor. Dizem que ele sofria de esquizofrenia. Os pais da menina também foram mortos. Naquele dia uma nuvem escura pairou no céu. A garotinha, que teve seus membros cortados e sua língua arrancada, retornou, porém, com sede de vingança. Ela matou todos os alunos da escola junto ao diretor, que em seguida morreu também. - contou Rafael, para seus amigos que o olhavam atentamente.
Os amigos, então, reuniram-se formando um círculo. Um boneco de papel estava no centro da roda e Max, que era de outra turma, pediu para cada um segurar em alguma parte do boneco, e assim o fizeram.
- Dizem que, quando este tipo de ritual é feito, a pessoa é mandada direto para a escola amaldiçoada. - continuou Rafael.
Assim que puxaram o papel, o chão começou a tremer, e uma rachadura no tempo-espaço foi feita, levando todos consigo.
Os seus amigos se separaram com a escola da qual Rafael falava. Todos entraram em pânico, voltaram-se para Rafael e questionaram:
- Aquela história... O que aconteceu no final? Como faz para sair daqui?!
- Deve haver um jeito, pois se está história é repassada, alguém sobreviveu - concluiu Mei Ling.
- Temos que salvar a alma daquelas crianças e, acima de tudo, não se pode perder este papel. - respondeu Rafael.
Todos guardaram bem seus pedaços de papel. Ao entrarem na escola depararam-se com um corredor mal iluminado, com restos mortais dos alunos espalhados.
De longe ouviram um ruído, parecia um choro, Mei Ling viu uma criança. Ao se aproximar viu que sua cabeça estava cortada na altura do nariz.
- Como ela pode estar chorando se nem olhos tem? - questionou Mei Ling.  

  Tomoyo pegou a amiga pelo braço e todos correram para longe dali

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  Tomoyo pegou a amiga pelo braço e todos correram para longe dali.
Mais adiante, havia um lance de escadas. Quando um dos amigos - chamado Felipe - subia as escadas escorregou e caiu, a garotinha sem face devorou a alma dele e despedaçou seu corpo.
- Aí, meu Deus... - murmurou Mei Ling espantada.
Do teto, outra criança amaldiçoada caiu bem na frente deles e rapidamente devoraram Max e Bone - a irmã mais nova do garoto. Mei Ling, Tomoyo e Rafael correram. No caminho havia uma sala de aula com a porta meio aberta, correram e se escodearam lá. Ao olharem ao redor viram várias línguas espalhadas pelo chão.
Reuniram-se e recolheram as línguas, abriram a sala fazendo com que a porta rangesse. As crianças ouviram e voltaram para persegui-los.
Mei Ling correu na direção da garotinha sem face e deu-lhe um soco, fazendo com que sua mão, soltou a língua e retirou-a rapidamente. Em poucos instantes a menina desapareceu. Vendo que a estratégia deu certo, os amigos começaram a libertar a alma de uma criança de cada vez.  

  - Acho que terminamos

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  - Acho que terminamos. - disse Rafael.
- Não mesmo... Estamos esquecendo da primeira criança, a que foi morta pelo diretor. - disse amei Ling com olhar distante.
- Não temos tempo para isso! - gritou Tomoyo - temos que ir embora.
Mei Ling retirou seu pedaço de papel do bolso e Tomoyo o dela, mas na vez de Rafael...
- Acho que perdi.
- O quê? Olha ao redor, para ver se não caiu no chão. - aconselhou Mei Ling.
O menino correu pelos corredores, voltou para a escada, desceu e, as garotas perceberam que ele havia roubado o papel de Felipe.
- Encontrei!
As duas ficaram com pé atrás por causa disso, fizeram um círculo e juntaram os papéis e novamente uma fenda abriu puxando-os de volta.
Assim que abriram os olhos estava tudo de volta ao normal.
Quando olharam para o lado ficaram muito assustadas, pois apenas os braços de Rafael haviam retornado.
- Afinal, ele devia pagar de alguma forma pelo roubo - disse Mei Ling.  

As Crianças Sem Línguas.Onde histórias criam vida. Descubra agora