1 de Janeiro de 2017
Bem, geralmente salto sempre esta parte. Serei a única pessoa que deixa sempre 3/4 folhas no início de algum livro ou caderno para mais tarde fazer algum tipo de desenho ou introdução toda elaborada e gira para ter as primeiras páginas logo fixes mas acabo sempre por nunca fazer nada e deixa las em branco? Se calhar sou. Se calhar isso é algo que tenho que mudar. Como estamos no primeiro dia do ano tenho pensado bastante sobre as metas pretendidas este ano e talvez devesse começar por aí. Deixo sempre para depois o que posso fazer agora e isso de alguma maneira acaba por me prejudicar. Aqui está algo que tenho que mudar. Sinto me positiva e confiante para este novo ano. Talvez para esses cadernos cujas páginas iniciais estão em branco, já tive óptimas ideias para fazer algo e nunca fiz, nem me dei ao trabalho de às apontar, simplesmente mais uma vez adiei a situação e acabei por me esquecer. Esquecimento. Esta palavra assusta me é confesso que provavelmente é o meu maior medo. Não quero deixar nada em branco, quero preencher cada página, cada dia, para tornar cada segundo que vivi inesquecível! Levo o início do ano como uma motivação extra para aquilo que quero realizar e mudar. Eu consigo tudo, eu sou capaz de tudo, basta querer. Vou deixar de adiar, vou realizar tudo o que pretendo é vou conseguir tudo aquilo que desejo. A vida é bela e única e eu quero vive la.
Eu estou a vive la. Fui passar a passagem de ano a casa de uma amiga, uma pequena festa que a mãe dela estava a organizar. Já tinha outras coisas planeadas com a minha melhor amiga, não sabíamos ao certo o que mas tínhamos. Por volta das 3 da manhã fingi uma chamada da minha mãe e viemos as duas embora. Eu precisava de trocar de calçado pois estava de botas e o caminho ainda era longe. A uns 30 metros de casa da nossa amiga sentei me junto de uns prédios para me descalçar e nesses instantes começaram a sair carros da festa onde nos tínhamos estado. Foi uma mistura de pânico com paródia, escondemos nos atrás de carros e caminhamos para mais longe. Voltaram a sair carros da festa o que nos obrigou a esconder outra vez. Não sabíamos ao certo o que íamos fazer mas tínhamos que tornar a noite inesquecível. A minha melhor amiga deu a ideia de irmos até uma pastelaria que estava aberta 24 horas . Deu errado, estava fechada. Íamos ter com o namorado dela a estação que chegava quase 2 horas depois então tínhamos bastante tempo. Começamos a ir em direção a estação. O pânico apoderava se de nós a cada carro que passava, já para não falar daqueles que abrandavam... passamos pelo meio de uma rotunda enorme em frente à uma bomba de gasolina, e caminhavamos, caminhavamos, caminhavamos com um medo extremo de sermos violadas. Percorremos cerca de 2 km até à estação mas confesso que pareceu muito mais. Sentamo nos na estação que era ao ar livre nuns bancos que lá havia e abri as 2 cervejas que guardava na mochila, ou pelo menos tentei. Basicamente tirei as tampas das cervejas e junto delas foram um bocado de garrafa também o que foi logo bastante engraçado. Com medo de que algum vidro tivesse saltado para a cerveja a minha amiga não quis beber acabando eu por beber as duas. Uma, depois outra, mais uns golos de gin, estava mais alegre mas ela não me deixava beber mais enquanto o namorado não chegasse. Respeitei e não bebi. Fiz xixi lá no meio e aquilo tornou se um rio. Por volta das 4:40/5 o comboio chegou e dentro dele o namorado dela. Saímos da estação e caminhamos em direção a praia, apanhamos vários sustos tal como o homem que abriu a porta da carrinha de repente junto à praia, foi assustador. Caminhamos a madrugada inteira enquanto conversavamos sobre a vida. Acabamos por ir parar a casa do namorado dela onde ele nos ofereceu comida visto que já não comíamos a bastantes horas, estivemos lá algum tempo e depois viemos embora por volta das 6:30 da manhã. Não posso deixar de relembrar o abraço fantástico que dei a minha melhor amiga quando estávamos a sair de lá. Continuamos a caminhar mas desta vez tínhamos como destino a minha casa. Íamos pelo meio da estrada, vazia, não se via nem 1 carro e de repente avistamos um homem com alguma deficiência mental e motora numa cadeira ou mota elétrica, não sei como chamam aquilo, no meio da estrada. Eu não conseguia parar de dizer "wtf" porque aquilo parecia surreal, foi assustador! Aproximava se de nós mas virou numa subida e começou a gritar/gemer. Sem hesitação começamos a correr. Estavam menos de 5 graus, não sentia os pés e assim que comecei a correr tive várias cãibras e começaram me a falhar os pés. Após nos afastarmos do local continuamos a caminhar e acabamos por chegar a minha casa por volta das 7:20. Em 4 horas percorremos mais de 5 km, fizemos coisas inesquecíveis e tornamos a primeira noite de um grande ano a melhor noite da nossa vida. Ainda consigo sentir a adrenalina de cada momento. Eu só reclamava do frio e de tudo mas de facto não podia ter sido melhor. O ano não podia ter começado da melhor maneira.
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Escrito na minha mente
Teen FictionNão digo nada de jeito, mas tenho jeito para dizer as coisas. Não tenho ideias fixas, mas fixo me em ideas. Talvez seja bipolar, sou considerada maluca ? Não sei, talvez. Queres um conselho? Não leias.